Prefeituras vacinam, mas não atualizam dados

Dados do “vacinômetro” da Covid, divulgados na manhã de hoje, pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa), indicam uma baixa procura pela segunda dose, em alguns municípios da Comcam. Este é o caso de Luiziana. Lá, segundo levantamento, apenas 33,6% receberam a segunda dosagem do imunizante. Outro caso é o de Campo Mourão, onde os números apontam uma procura de 50,2%.

No entanto, segundo as prefeituras, os dados não estão corretos. Isso porque faltou baixarem os dados atuais. Em Luiziana, o município informou que a segunda dose foi retomada no início desta semana. ”Vamos abastecer o sistema de dados do governo amanhã. Mas aqui, a procura não está baixa, não”, informou o secretário de saúde, Edson Liss. Segundo ele, pessoas que não foram se vacinar, o município foi atrás.

Em Campo Mourão, segundo o secretário de saúde, Sérgio Henrique dos Santos, cerca de 100 pessoas não compareceram, ainda, à segunda dose. ”É um percentual baixo”, disse. Para ele, a não procura pode estar relacionada à falta de informação, a perda da carteira de vacinação, ou simplesmente, o medo. 

Sérgio explica que a segunda dose é um reforço. “Com a primeira dose a pessoa adquire um percentual de imunidade. Com a segunda, esse percentual aumenta”, disse. Mesmo assim, ele enfatiza que o município fará uma busca ativa para localizar e levar a vacina até a população que não apareceu. 

De acordo com o governo do Paraná, Luiziana já recebeu 684 doses para o reforço. Pelos dados divulgados, apenas 230 haviam sido aplicadas. Em Campo Mourão, foram entregues 9,2 mil doses, visando a segunda aplicação. Mas o relatório indicava apenas 4,6 mil pessoas imunizadas. Para o chefe da Regional de Saúde da região, Eurivelton Wagner Siqueira, que tirou alguns dias para cuidar da saúde, ele acredita que faltam as prefeituras atualizarem os dados, principalmente, porque elas ainda estão vacinando a população. 

Ontem, o vendedor e professor aposentado, Antônio Gussão, 73, estava apreensivo. Afinal, ele alcançou o sonho de todo o brasileiro: ser vacinado não apenas uma, mas duas vezes. A primeira dose foi aplicada em 27 de março. “Graças a Deus estou imunizado. Agora, continuarei respeitando as medidas sanitárias, principalmente, sabendo que estarei imune em algumas semanas”, disse. Para não perder o dia da segunda aplicação, ele se organizou e marcou a data em sua agenda. Até ontem, a região havia recebido 34520 doses para a segunda aplicação. No entanto, segundo o relatório do governo, apenas 17808, menos da metade, recebeu o imunizante.