Primeiro caso de sarampo no Paraná deixa 11ª Regional em alerta

Após 20 anos sem sarampo, o Paraná registrou nesta semana o primeiro caso da doença na região metropolitana de Curitiba. A situação ascende sinal de alerta na regional de Campo Mourão. O que preocupa é a transmissão da doença, que ocorre de forma direta e rápida, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. As partículas virais ficam suspensas no ar. Por isso, o elevado poder de contágio.

Diante da situação, a 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão está reforçando orientações aos municípios da região para que intensifiquem a vacinação à população devido à proximidade e fluxo de pessoas de uma cidade para a outra e atuando na capacitação dos profissionais de saúde que atuam nas unidades básicas de saúde para identificar os casos.

Nesta sexta-feira (9), por exemplo, a Regional fará uma capacitação aos profissionais da Vigilância Epidemiológica dos 25 municípios e para as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) dos maiores hospitais da região. O evento será a partir das 8h30, na sede da Regional.

Até o momento não há casos confirmados da doença na Comcam. De acordo com o setor de epidemiologia da 11ª Regional, do início deste ano até agora, apenas um caso suspeito foi notificado na Comcam, na cidade de Farol, mas foi descartado. Há anos não tem notificação positiva de sarampo na região, disse a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Anne Kulik.

Anne lembrou que as doses da vacina conta o vírus fazem parte do calendário do programa nacional de imunização e são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além de se vacinar, a população deve manter medidas de higiene como lavar as mãos, e proteger ao tossir ou espirrar, orientou.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o paciente contaminado com a doença é uma mulher de 41 anos, que teria viajado em julho para São Paulo, cidade que está com mais de 900 casos confirmados da doença. Ela está em isolamento e os procedimentos de bloqueio vacinal seletivo nas pessoas que tiveram contato com ela foram realizados. Há 20 anos o Paraná não registrava casos de sarampo.

O chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, disse que a situação é preocupante e alerta para a prevenção da doença. Ele lembrou que o sarampo já estava extinto no Estado. Não podemos permitir que o vírus se alastre, por isso é importante que as pessoas sigam o calendário de vacinação indicado pelo Ministério de Saúde e mantenham os cuidados de higiene, que ajudam a prevenir a doença, falou.

Outra orientação da Regional é que os profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas e notifiquem a Vigilância Epidemiológica municipal os casos suspeitos para as medidas necessárias como o bloqueio vacinal. Como a contaminação é pelo ar, qualquer contato com uma pessoa doente é um risco alto de transmissão.

Os primeiros sintomas do sarampo são febre alta, tosse, coriza e conjuntivite, seguidos de exantema – que são as manchas avermelhadas pelo corpo. A transmissão da doença ocorre de forma direta e rápida, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. As partículas virais ficam suspensas no ar. Por isso, o elevado o poder de contágio da doença.

A vacina é a única maneira efetiva de prevenir o sarampo. O esquema vacinal vigente prevê duas doses de vacina com componente sarampo para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, sendo uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de idade e uma dose da vacina tetra viral aos 15 meses de idade. Até 29 anos a pessoa deverá ter recebido duas doses. Uma dose da vacina tríplice viral também é indicada para pessoas até 49 anos de idade. Quem já tomou duas doses da vacina da tríplice está imunizado.

43 cidades vivem surto de sarampo, divulga Ministério da Saúde

Quarenta e três cidades brasileiras estão, no momento, com surtos ativos de sarampo. Divididos em três estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, os municípios nessa situação (lista completa abaixo) tiveram crescimento no número de casos da doença nas últimas semanas, o que coloca em risco a saúde de moradores e turistas desprotegidos, mas principalmente das crianças.

O Ministério da Saúde divulgou ontem um alerta à população para que, em famílias com filhos de seis meses a um ano de idade, as crianças sejam vacinadas contra o sarampo pelo menos 15 dias antes de viajarem para os municípios em situação de risco.

O período entre a vacina e a viagem é importante não apenas para que o organismo da criança consiga produzir os anticorpos necessários à sua proteção, mas também como medida de segurança para interromper a cadeia de transmissão do vírus no país. Essa recomendação do Ministério da Saúde será mantida até 90 dias depois do último caso confirmado de sarampo. Essa vacinação, chamada de dose zero, não irá substituir e nem será considerada válida pelo calendário nacional de vacinação da criança.

Ou seja, além da dose aplicada agora, a família deve se responsabilizar e levar a criança a tomar a vacina da tríplice viral (que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) aos 12 meses de idade, que é a primeira dose, e com um ano e três meses, a segunda dose.

Riscos do sarampo

Extremamente contagioso, o sarampo é causado por um vírus e transmitido via fala, tosse ou espirro. Como a doença compromete o sistema imunológico da vítima, outras doenças oportunistas podem surgir durante o período da infecção, além do risco de sequelas, especialmente em crianças, como redução na capacidade mental, cegueira, surdez e retardo no crescimento. Em casos mais graves, o sarampo pode levar à morte de crianças e adultos.

Dos sintomas da doença, é preciso ficar atento aos seguintes: febre alta, acima dos 38,5° Celsius; dor de cabeça; tosse; coriza; conjuntivite; mManchas vermelhas pelo corpo. Elas tendem a surgir primeiro no rosto e na região atrás das orelhas. Em seguida, espalham-se pelo corpo; manchas brancas que surgem na mucosa bucal. O sintoma é conhecido como sinal de koplik, e aparece um a dois dias antes do surgimento das manchas vermelhas.

Cidades com surto ativo de sarampo

São Paulo

Atibaia

Barueri

Cassapava

Caieiras

Campinas

Carapicuíba

Diadema

Embu

Estrela D’Oeste

Fernandópolis

Francisco Morato

Guarulhos

Hortolândia

Indaiatuba

Itapetininga

Iguaquecetuba

Jales

Jundiaí

Mairiporã

Mauá

Mogi das Cruzes

Osasco

Peruíbe

Pindamonhangaba

Praia Grande

Ribeirão Pires

Ribeirão Preto

Rio Grande da Serra

Santo André

Santos

São Bernardo do Campo

São Caetano do Sul

São José do Rio Preto

São José dos Campos

São Paulo

Sorocaba

Sumaré

Taboão da Serra

Taubaté

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Paraty

Nilópolis

Bahia

Salvador