Colheita do milho safrinha avança e atinge 90% da área na Comcam

O clima seco das últimas semanas está contribuindo para o avanço da colheita do milho safrinha (safra 2018/2019) na região de Campo Mourão. De acordo com levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, órgão ligado à secretaria da Agricultura do Estado, a colheita atingiu nesta semana 90% da área cultivada na Comcam.

A expectativa é que os trabalhos de retirada da safra do campo sejam concluídos até o fim deste mês. A estiagem das últimas semanas está contribuindo bastante para o avanço da colheita que já entra na reta final na região da Comcam, ressaltou o engenheiro agrônomo do Deral, Edilson Souza e Silva.

Conforme o Deral, o volume de produção está dentro da expectativa, com os produtores rurais colhendo em média 5.700 quilos por hectare. Segundo Silva, algumas áreas estão apresentando rendimento acima desta média e outras abaixo. Podemos considerar que a produtividade média está satisfatória, avaliou. Segundo ele, 70% das lavouras estão em condições boas, 29% em média e 9% em condições ruins.

O agrônomo informou que o milho não foi afetado pelas geadas que atingiram a região no mês de julho já que as lavouras estavam formadas quando o frio intenso atingiu a Comcam. No entanto, algumas áreas foram afetadas pela falta de chuva no início do ciclo de desenvolvimento, prejudicando o potencial produtivo da cultura. Os danos mais significativos foram registrados nas regiões de Araruna, Peabiru, e Terra Boa.

A safra de milho safrinha na Comcam teve um crescimento de 3% ante a safra 2017/2018. No ano passado a área com a cultura foi de 326 mil hectares (há) enquanto este ano é de 330 mil há. O volume de produção estimado é de 1,8 milhão de toneladas contra 1,7 milhão em 2018. A saca de 60 quilos do cereal está sendo comercializada a R$ 29,00 na região.

No Paraná a área total com milho é de 2,2 milhões de hectares. A expectativa de produção é de 13,7 milhões de toneladas, um aumento de 50% em relação a safra em igual período do ano passado, quando o volume colhido atingiu 9,1 milhões de toneladas.

A colheita atinge 81% da área plantada e o resultado está alcançando uma produtividade média de 6.100 quilos por hectare, uma das maiores da história do Estado. O clima foi favorável durante todo o desenvolvimento vegetativo e as geadas ocorridas no início de julho não provocaram impacto na cultura. Quando as geadas aconteceram, as lavouras de milho já estavam prontas para a colheita.

Com esse resultado, as duas safras de milho cultivadas no Estado estão rendendo um volume de 16,7 milhões de toneladas que vai colaborar com a safra brasileira que este ano deve ser recorde, atingindo 98 milhões de toneladas.

O milho paranaense vai ajudar a atender os mercados interno e externo, cuja demanda está em alta. No Brasil, a demanda por milho está aquecida em virtude da produção de carne suína, cuja cadeia está se expandindo para outros mercados no cenário internacional.

A China e a Rússia estão comprando carne suína do Brasil e do Paraná. Este ano também haverá exportação de milho em grão em maior quantidade, prevê o Deral. Das 30 milhões de toneladas que deverão ser exportadas pelo Brasil, entre 3 a 4 milhões sairão do Paraná.

Por conta desse aquecimento, os preços estão se sustentando entre R$ 29,00 e R$ 30,00 a saca, considerados bons. No ano passado, os preços eram os mesmos, mas teve quebra de safra. Por isso, os produtores estão satisfeitos com a colheita de uma boa safra e preços acima do custo de produção.