Projeto do Rotary Verdes Campos beneficia Casa de Passagem com poço artesiano

Projeto de ajuda humanitária do Rotary Clube Campo Mourão Verdes Campos beneficiou a Casa de Passagem São Bento José Labre, de Campo Mourão, com um poço artesiano. A perfuração foi realizada na manhã desta sexta-feira (7). O projeto contempla também toda a parte da instalação de tubulação e uma caixa de água com capacidade para 5.000 litros. O sistema deve entrar em funcionamento com o fornecimento de água ao estabelecimento em cerca de 30 a 40 dias.

“É um dia histórico para a nossa casa de passagem. Agradecer a Deus por pessoas tão bondosas estarem nos ajudando”, comemorou o frei Simplício José de Maria Virgem, coordenador da Casa de Passagem. Segundo ele, a implantação desse sistema é de suma importância à Casa devido ao grande consumo de água. Para se ter ideia, são 5.000 metros cúbicos de água consumidos diariamente para lavagens de roupas, limpeza do estabelecimento, higiene pessoal, preparação de alimentos, entre outras tarefas. Com o sistema implantado, a entidade poderá ter uma economia de até 70% mensalmente na tarifa de água.

O presidente do Rotary Clube Campo Mourão Verdes Campos, Edilson Souza e Silva, acompanhou a perfuração do poço. Ele estava acompanhado dos membros do Rotary, Adilson Stranchedki, Vanderlei Casoto, e Olimpio Givanelli. Silva informou que o projeto foi viabilizado pela Fundação Rotária, com recursos captados de promoções e eventos do Verdes Campos. Segundo ele, todo o sistema implantado, incluindo a perfuração do poço, instalação das tubulações de ligações de água e caixa de água, custará cerca de R$ 30 mil.

“Há muitos anos, a Casa de Passagem tinha o sonho de conseguir um poço artesiano para poder abastecer a entidade, reduzindo a despesa com água. Com este projeto, por meio da Fundação Rotária, estamos conseguindo tornar este sonho realidade, ajudando milhares de pessoas que passam aqui todos os anos”, frisou Silva.

Edilson Silva (esquerda), Roberto Matos ao centro, responsável pela perfuração do poço, e frei Simplício: “É um dia histórico para a nossa casa de passagem”, falou o religioso

Até o final do ano passado, a Casa de Passagem tinha um gasto mensal em torno de R$ 2.500,00 a R$ 3.000,00 com água. Após um acordo com a Sanepar, passou a ser beneficiada a partir deste mês de janeiro com um desconto de 50% na tarifa. Com a perfuração do poço, o valor será ainda mais reduzido, gerando uma economia anual de mais de R$ 30 mil ao estabelecimento.

Silva destacou a importância da Casa de Passagem ao município pelo serviço humanitário prestado à comunidade. “Estive aqui na quinta-feira (dia 6) à tarde e pude ver a grande quantidade de pessoas que chegam aqui para serem acolhidas. Este projeto vem dar um suporte a este trabalho importantíssimo desenvolvido pela entidade”, acrescentou.

Frei Simplício José de Maria Virgem, coordenador da Casa de Passagem, disse que a perfuração do poço artesiano é “um marco” para a entidade. “Com a economia que vamos ter com água, poderemos direcionar os recursos para outras áreas como alimentação, material de higiene e limpeza, entre outras. Não só o estabelecimento, mas todos os acolhidos que por aqui passam serão beneficiados com este projeto”, frisou.

A Casa de Passagem presta um trabalho fundamental no município a moradores em situação de rua. Para se ter ideia, de 2023 para 2024, segundo Frei Simplício, foi registrado um aumento de 1.600 pessoas em situação de rua atendidas pelo estabelecimento. “Aqui [em Campo Mourão] essas pessoas encontram a Casa, em parceria com o município, composta por frades e voluntários que se doam a ajudá-las”, falou.

A entidade fornece café da manhã e janta aos acolhidos. Tem capacidade para 24 pessoas, sendo 20 vagas para homens, 4 para mulheres e duas vagas exclusivas para portadores de necessidades especiais. Já houve dias, principalmente no verão, de a entidade acolher até 40 pessoas para banho e alimentação. Porém, pela falta de espaço para todos pernoitarem, após o banho e receber alimentação, o “excedente” volta para a rua.

Frei Simplício disse que há regras para o serviço. A triagem dos acolhidos inicia às 17 horas. Recebem banho e jantam no local. O jantar é servido às 19 horas. Às 20 horas, é feita a recolhida para o pernoite. No outro dia, o café é servido às 8 horas e os acolhidos voltam às ruas.

A permanência dos acolhidos na Casa de Passagem é de até três meses em acompanhamento, tendo um bom comportamento e respeitando as regras. São pessoas de diversas cidades do Paraná e estados, com número maior de São Paulo, além de estrangeiros que utilizam o serviço. “Tivemos um aumento muito grande de estrangeiros na cidade”, observa o frei. “Gostaria mais uma vez de agradecer a todos os voluntários que ajudam essas pessoas”, ressaltou.

Foram 80 metros de perfuração no subsolo, valor de todo o sistema ficará em torno de R$ 30.000,00

Água de qualidade

O responsável pela perfuração do poço artesiano, Roberto Matos, com mais de 15 anos na atividade, informou que foram perfurados cerca de 80 metros no subsolo, com 16 metros de revestimento em tubo geomecânico usado na perfuração, além da instalação de bomba para funcionamento.

O poço perfurado dá acesso ao aquífero para retirada de água subterrânea. Ele consiste na perfuração, revestimento, filtro, pré-filtro, motobomba e vedação. “A água é de boa qualidade. Água da rocha”, disse. Matos comentou que o poço foi perfurado atendendo todas as exigências previstas na legislação junto ao Instituto Água e Terra (IAT). No local, segundo ele, com cerca de 12 metros de perfuração, já foram encontradas rochas.