Secretário do Procon diz que bancos têm condições de atender melhor e mais rápido
Se as agências bancárias de Campo Mourão quiserem, têm condições de atender melhor seus clientes, principalmente os aposentados que enfrentam longas e demoradas filas nas datas em que recebem os benefícios. Essa é a avaliação do secretário executivo do Procon, Sidnei Jardim. Ele já avisou que depois de nove meses de orientações, o Procon passou a aplicar multas. E já foram várias.
Jardim disse que a agência do Banco do Brasil, por exemplo, foi multada três vezes em uma semana. “Chega de falar com gerente de banco. Agora partimos para as multas. É uma vergonha o que os bancos fazem com seus clientes, que são consumidores. É uma das poucas áreas que não teve prejuízos com a pandemia, pelo contrário, faturaram ainda mais e em vez de melhorar o atendimento, as reclamações só aumentam”, frisou, em entrevista a uma emissora de rádio.
O secretário rechaça o argumento dos bancos de que as filas do lado de fora foram motivadas pela necessidade de evitar aglomeração no espaço interno por conta da pandemia. “Os decretos sempre exigiram distanciamento de um metro e meio, o que as agências poderiam ter feito, assim como fizeram as igrejas. Mas eles usaram de má fé, deixando as pessoas horas em pé em filas no sol e até na chuva”, observa.
Para Jardim, falta vontade das gerências em atender melhor o consumidor. Ele citou o exemplo do Banco do Brasil, que lidera as reclamações no Procon pela demora. “O prédio do Banco do Brasil tem três pavimentos, um deles praticamente sem utilização. O que custa colocar um caixa lá e deixar as pessoas sentadas no ar condicionado naquele ambiente enquanto aguardam? Apresentei essa sugestão a eles”, relata.
Ele disse ainda que o prédio da agência Bradesco tem um espaço amplo como garagem. “Poderia colocar um toldo lá e cadeiras para os aposentados aguardarem em vez de ficarem lá fora no sol”, sugere, ao lembrar que recentemente uma aposentada passou mal na fila e foi necessário atendimento do SAMU. “Praticamente dois anos da pandemia e até agora não arrumaram um espaço para acomodar as pessoas”, acrescenta.
Tecnologia
O secretário admite que muitos que enfrentam filas nas agências poderiam utilizar o atendimento virtual oferecido pelos bancos, sem precisar sair de casa. “Infelizmente sabemos que principalmente os mais idosos não dominam essas tecnologias e fazem questão e ir até as agências, até mesmo para sair de casa e encontrar amigos”, observa.
Na avaliação dele, também falta aos bancos fazerem um trabalho melhor de orientação. Ele afirma que até sugeriu a uma gerente promover um curso para ensinar os clientes a utilizarem os caixas eletrônicos ou mesmo aplicativos. “Falta ao banco pensar um pouco mais no consumidor, essa é a realidade”, reforça.
