Sindicato faz manifesto em Campo Mourão contra abertura de capital da Caixa

O Sindicato dos Bancários de Campo Mourão e região está realizando na manhã desta terça-feira (27), um manifesto em frente a Caixa Econômica Federal. A mobilização é contra a abertura de capital da Caixa Seguridade, uma das operações mais rentáveis do banco, marcada para esta quinta-feira (29) na Bolsa de Valores.

O manifesto é silencioso. Cartazes com mensagens contra a medida foram afixados no banco. O atendimento à população continua normalmente.  “Por causa da pandemia não podemos panfletar. Então colocamos alguns cartazes. Se é público é para todos”, comentou a secretária geral do Sindicato, Nivalda Sguissardi Roy. “O manifesto é em defesa da empresa pública”, ressaltou ela. 

A manifestação, que acontece em todo o País, foi deliberada em assembleias com votação eletrônica realizadas na quinta-feira (22). Sobre a abertura de capital da Caixa Seguridade, a categoria afirma que a medida significa o 'primeiro passo' para a privatização do banco. 

“A subsidiária é uma das áreas mais lucrativas e estratégicas da Caixa. Para se ter uma ideia, os três grandes bancos privados – Bradesco, Itaú e Santander – não têm as ações de suas subsidiárias de seguros listadas em bolsa de valores. No Bradesco, por exemplo, o braço de seguros corresponde a quase metade do resultado do banco”, explicam. A venda de parte das ações da BB Seguridade, em 2013, fez o banco perder rentabilidade. Num primeiro momento, levou dinheiro ao banco, mas estancou a possibilidade de receitas e resultados futuros”, defende. 

A categoria protocolou uma denúncia na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no último dia 20, apontando irregularidades na operação que prevê a venda de 15% das ações de um dos braços do banco estatal. 

Contratações e vacinas

Além do cancelamento da venda das ações, o sindicato também reivindica a urgente contratação dos funcionários que passaram em concurso público promovido pelo banco em 2014 e que não foram chamados pela empresa. No país inteiro, mais de 120 milhões de pessoas utilizaram a Caixa durante a pandemia para acessar o FGTS, o Bolsa Família e o auxílio emergencial. Falta empregados e o banco está recorrendo à Justiça para não contratar mais, informa a categoria.

Neste ano, 20 funcionários da Caixa morreram nos dois primeiros meses de Covid-19, superando os 18 óbitos no ano passado inteiro. Pelo aumento da exposição, em especial por conta do aumento do fluxo de clientes nas agências para resgate do auxílio emergencial, o sindicato pede que os funcionários sejam incluídos entre os grupos prioritários no Plano Nacional de Imunização.