Sindicato Rural de Campo Mourão terá Comissão de Mulheres no Agro

O Sindicato Rural de Campo Mourão, que abrange outros municípios da região da Comcam, criará uma Comissão Regional de Mulheres. Um evento realizado na manhã desta quinta-feira (29), no Recanto do Criador, em parceria com a Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), discutiu o tema.

O encontro foi coordenado pela produtora rural, Larissa Lorena Gallassini. A expectativa é que a Comissão Executiva seja definida dentro dos próximos 30 dias. Participaram da reunião, cerca de 30 mulheres de municípios da região e outras cidades do Paraná. Entre elas, a presidente do Sindicato Rural de Teixeira Soares, Lisiane Rocha Czech, coordenadora da Comissão Estadual das Mulheres na Faep e vice-presidente da entidade. Devido a decreto municipal em vigor, que limita o número de participantes em eventos, novas reuniões serão realizadas com outras mulheres.

Uma das principais propostas da comissão local das mulheres do agro é o apoio à equidade de gênero. A comissão será responsável também por levantar ações direcionadas às mulheres que poderão ser realizadas na região. “A comissão vai levantar o perfil das mulheres da região e as demandas. O que elas gostariam de receber em termos de treinamento e capacitação, organizar dias de campo, visitas técnicas, entre outras ações”, explicou Larissa. Segundo ela, a comissão local será interligada à Comissão Estadual das Mulheres. “Ou seja, seremos um braço da Comissão das Mulheres da Faep”, frisou.

Larissa comentou que a ideia, com a formação da comissão local, é promover o fortalecimento da mulher, fomentando a capacidade de liderar e empreender. “Este é o propósito principal da nossa comissão”, ressaltou. Ela, que faz parte da Comissão das Mulheres do Sindicato Rural de Maringá, informou que o grupo é atuante há cerca de 10 anos e serve de modelo para o Paraná. “Com a criação destas comissões locais, pretendemos desenvolver ações em sincronia com a Faep fortalecendo toda a rede, pois estaremos falando a mesma língua, mesmo cada uma estando na sua cidade e na sua região. Nós precisamos unir as mulheres”, argumentou.

Larissa também destacou o crescimento da participação da mulher no agro. “A gente vê isso pelos cursos do Senar, que são muito focados nas mulheres. Um deles, que é o carro chefe, é o ‘Mulher Atual’”, relatou. O programa existe desde 2009. A proposta trabalha temas como o autoconhecimento e o empreendedorismo junto ao público feminino. Ao longo de 11 anos, mais de 1,2 mil turmas foram formadas. “Não são poucos os relatos de mulheres inspiradas pela iniciativa que deram novo significado às suas vidas”, observou Larissa.

A presidente do Sindicato Rural de Teixeira Soares, Lisiane Rocha Czech, coordenadora da Comissão Estadual das Mulheres na Faep, chamou a atenção que as mulheres são maioria da população brasileira. No entanto, sua participação nas instâncias superiores de decisão fica muito longe desta proporção. No entanto, segundo ela, com o passar dos anos, a mulher está despertando e descobrindo seu espaço, inclusive no agro. “E não é um espaço que está tomando do homem, mas que já é dela. E ela está se capacitando para poder estar junto nas propriedades e nas associações e sindicatos”, falou. “E este é o objetivo da nossa comissão, aumentar a representatividade da mulher no agro”, acrescentou.

Ela lembrou que a Comissão das Mulheres na Faep foi formalizada em janeiro deste ano. “É tudo muito novo ainda. Estamos começando a fazer este trabalho de campo nos municípios para fomentar a abertura de comissões locais para que elas possam desenvolver trabalhos. Cada sindicato vai ter um perfil para trabalhar de acordo com sua demanda e o que pode oferecer”, afirmou.

Lisiane informou que a Faep e a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), estão formando uma rede de mulheres em todo o Brasil com o propósito de mostrar sua capacidade também no agro. “As mulheres não estão sozinhas. Este grupo está sendo criado para fortalecer a classe. Temos todo apoio dos Sindicatos Rurais e da Federação da Agricultura, tanto estrutura física quanto técnica. Vamos aproveitar isso”, pediu.

Ela acrescentou que são boas as expectativas em relação à nova comissão que será formada em Campo Mourão. “Com a organização do sistema sindical ocorre o fortalecimento, a união, a interação, a troca de experiências e a obtenção de conhecimento, sem falar da nossa representatividade frente às nossas classes políticas. Com certeza essa comissão vai fazer a diferença aqui na região de Campo Mourão”, argumentou.