Tauillo diz que esperava mais votos e tem interesse na presidência do Cis-Comcam

Eleito para o quarto mandato como prefeito de Campo Mourão, o empresário Tauillo Tezelli (Cidadania) disse que esperava um resultado melhor com nas pesquisas internas que tinha. “Entendíamos que parte dos indecisos poderiam vir pra gente, mas não veio. Mantivemos os pouco mais de 50 por cento e os 20 por cento de indecisos, na verdade, não eram indecisos, era quem não votava”, observou o prefeito.

Nesta segunda-feira (16), ele esteve na TRIBUNA acompanhado dos coordenadores da campanha, o agricultor Getúlio Ferrari Junior e os advogados Izael Skowronski e Arno Ferrari. Em entrevista exclusiva, ele revelou que tem interesse na presidência do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Comcam, o Cis-Comcam. “É algo que precisamos discutir com os prefeitos porque Campo Mourão é sede regional no atendimento das especialidades e agora estou começando a olhar com maior interesse”, comentou. Confira a entrevista na íntegra.

Quais os principais projetos para o próximo mandato?
Os mais importantes são os de mobilidade urbana. Isso inclui a entrada da cidade, saída para Goioerê, ligação da Santa Casa com o Jardim Santa Cruz, o estacionamento rotativo, pontos de ônibus, ciclovias. A última vez que foi realizada uma grande mudança no trânsito foi em 1994, quando Campo Mourão tinha pouco mais de 20 mil veículos. Precisamos fazer um grande investimento para muitas áreas. Algumas vias, como a Avenida das Torres, do presídio até o fórum novo, assim como o acesso à Vila Guarujá. Outro projeto é a duplicação do trecho até a Usina Mourão, uma via de muito movimento de funcionários que trabalham no parque industrial da Coamo e de quem busca lazer na usina.

Na campanha o senhor falou bastante em cidade inteligente. Isso significa o que?
Temos que aproveitar a tecnologia para poder melhorar a gestão. Criar mecanismos para atender melhor a população na saúde, na educação, entre outras áreas que a tecnologia pode ajudar a reduzir custos, como monitoramento por câmeras, por exemplo. Vamos continuar as parcerias com as universidades para avançar nessa área. Nunca colocamos grandes obras no projeto. Colocamos atendimento melhor à população, criar um polo tecnológico e centro de inovação para dar oportunidade para a juventude.

O resultado da eleição em números foi o que o senhor esperava?
Essa eleição a gente esperava um resultado até melhor, porque as pesquisas indicavam isso. Entendíamos que parte dos indecisos poderiam vir pra gente, mas não veio. Mantivemos os pouco mais de 50 por cento e os 20 por cento de indecisos, na verdade, não eram indecisos, era quem não votava. Na reta final deu o resultado que a pesquisa apontou e o importante é que conquistamos a vitória.

Nesta eleição o senhor teve apoio do grupo do deputado Márcio Nunes. Agregou?
Tudo numa campanha agrega. A vice, o apoio dos deputados, o governo do Estado junto, isso é muito importante num processo eleitoral. Eles assumiram um compromisso com o nosso plano de governo. Numa cidade como Campo Mourão não tem como disputar uma campanha sem apoios.

O que foi mais frustrante nessa campanha?
Não foi uma campanha de propostas, mas agressiva no lado pessoal. Nosso adversário quis discutir a vida pessoal, fez ataque à minha família que não tinha nada a ver com a história. Isso é muito ruim porque moramos numa cidade média e não podemos ter esse tipo de comportamento. Campanha política é para fazer propostas, não procurar os defeitos da vida pessoal para colocar isso como plano de governo. Quem faz isso geralmente não tem um resultado bom.

Qual sua avaliação da composição da Câmara de Vereadores?
Alguns que eu não achava que seriam eleitos conseguiram e vice versa. Isso demonstra que a população de cada local votou nos seus candidatos. O Lar Paraná elegeu três vereadores, a zona rural um, o Jardim Cidade Nova o presidente do bairro. Há muito tempo que isso não acontecia. Houve surpresas e isso permitiu que algumas lideranças pudessem se eleger.

O que espera do relacionamento com a Câmara? Haverá interferência na eleição de presidente?
Se todos estiverem dispostos a trabalhar não teremos problema nenhum com o Legislativo. Sempre que mandamos uma proposta mostramos o que é possível fazer com a receita que temos. A Câmara precisa vir pra somar e ela tem essa responsabilidade. Quanto a presidência não conversamos sobre isso ainda. Temos a maior bancada, com certeza nessa bancada vai sair o candidato e esperamos lançar um candidato só.

Tem pretensão de disputar a eleição de deputado daqui dois anos?
Nenhuma. Fui eleito prefeito para um mandato de quatro anos e vou cumprir até o fim.

Existe algum acordo nessa composição feita para a eleição municipal visando a próxima eleição estadual?
Nenhum acordo. O compromisso é apoiar o candidato a federal e estadual do nosso partido Cidadania. Sanemos que é possível aumentar ainda mais a representatividade e penso que é melhor ter dois candidatos da cidade dividindo os votos que trazer candidatos de fora. Campo Mourão não elege um deputado sozinho, é preciso ter apoio da região e podemos ter no futuro dois deputados estaduais e dois federais.

Houve algum descontentamento dentro do seu grupo político em razão das composições para essa eleição?
Sempre há discussão, porque na política às vezes as coisas mudam. Em determinado momento o vice Beto Voidelo  abriu mão, depois colocou a possibilidade de disputar novamente, mas aí já tínhamos iniciado uma conversa com o grupo do deputado Márcio Nunes. E dos nomes que ele indicou, a Fátima para vice trouxe resultados muito positivos e o Beto também entendeu isso sem problema.

O senhor vai para o quarto mandato e até então nunca se interessou pela presidência da Comcam. Vai permanecer assim?
Nunca quis me envolver porque não tenho equipe grande e alguns prefeitos de cidades menores geralmente se interessam. Não conversei com os prefeitos sobre isso. O que me interessa muito é dar uma olhada como ficará a composição do Cis-Comcam, porque mexe com a saúde da região. Campo Mourão  é sede da região e gostaríamos de participar da diretoria.

Como presidente?
Talvez. É algo que precisamos discutir, conversar, porque a saúde regional passa pelas especialidades e que agora estou começando a olhar com maior interesse.

Geralmente no fim do ano o senhor faz uma peregrinação em Curitiba em busca de recursos nas secretarias de governo. Vai fazer de novo?
Vou sim. Dezembro geralmente é um período que tem orçamento em algumas secretarias onde alguém não entregou projeto, tanto em Curitiba quanto em Brasília. Precisamos de recursos para manutenção da cidade e isso nos interessa, especialmente na área da saúde.

Sua mensagem aos mourãoenses que lhe confiaram mais um mandato.
A mensagem é de agradecimento à população por essa confiança, assim como à nossa equipe de trabalho, como o Izael Skowronski, Getúlio e Arno Ferrari, que nos ajudaram voluntariamente a coordenar a campanha. Não tem como não agradecer aos voluntários que se envolveram, minha família e também às pessoas contratadas que levaram nossa mensagem. Sou muito grato a Campo Mourão pelo quarto mandato e todas as vezes que entramos deixamos um saldo muito positivo para cidade. Não será diferente agora.