Vigilância epidemiológica emite alerta sobre epidemia de gripe H3N2

A coordenadoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde, da Secretaria Estadual do Paraná, emitiu um alerta sobre a epidemia do vírus Influenza A (H3N2), que atinge o Estado. Na Comcam há 7 casos confirmados oficialmente, sendo 3 em Campo Mourão, Terra Boa (1), Roncador (2), e Ubiratã (1).

As suspeitas aumentam a cada dia nos municípios, que estão tendo o sistema de saúde sobrecarregado. Informações levantadas pela TRIBUNA junto a departamentos de RH de duas empresas da cidade, apontam que nos últimos dias aumentou expressivamente o número de pedidos de afastamento de funcionários de empresas com sintomas de gripe. “Isso vem acontecendo principalmente nas duas últimas semanas. É algo preocupante”, informou uma fonte ao Jornal.

Com transmissão considerada comunitária, quando o contágio entre pessoas ocorre no mesmo território, entre indivíduos sem histórico de viagem e sem que seja possível definir a origem da transmissão, a Sesa recomenda às equipes de saúde dos municípios a intensificação das ações de vigilância de casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG):

Segundo nota técnica divulgada, o indivíduo com síndrome gripal apresenta quadro respiratório agudo, caracterizado por febre, calafrios, dor de garganta, dor de cabeça, tosse, coriza, congestão nasal, dores musculares, distúrbios olfativos ou gustativos, fadiga, vômitos e diarreia. Já com síndrome respiratória aguda grave apresenta dispneia/desconforto respiratório, pressão ou dor persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada (cianose) dos lábios ou rosto.

Conforme a Saúde, O período de transmissão é de 1 dia antes do desenvolvimento dos sintomas e até 5 a 7 dias após adoecer. O período de incubação do vírus, desde o momento em que uma pessoa é exposta e infectada pela gripe até o início dos sintomas, é de cerca de 2 dias, mas pode variar de 1 a 4 dias.

“Crianças de 6 meses e menores de 5 anos, especialmente menores de 2 anos apresentam maior risco de hospitalização e menores de 6 meses maior taxa de mortalidade, todas as pessoas com idade superior 60 anos; adultos e crianças com doenças pulmonares crônicas (incluindo asma), cardiovasculares, renais, hepáticas, neurológicas (que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração, como disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico – AVE são consideradas com maior risco de complicações da influenza”, alerta a nota técnica.

Complicações

De acordo com o informativo, alguns casos podem evoluir com complicações, especialmente em indivíduos com doença crônica, idosos e crianças menores de 2 anos, o que acarreta elevados níveis de morbimortalidade.

As mais comuns são: pneumonia bacteriana e por outros vírus; sinusite; otite; desidratação; piora das doenças crônicas; pneumonia primária por Influenza, que ocorre predominantemente em pessoas com doenças cardiovasculares (especialmente doença reumática com estenose mitral) ou em mulheres grávidas. A principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares.

Tratamento

A nota técnica divulgada pela Vigilância destaca ainda a necessidade da adoção de cuidados específicos para prevenção e controle da Influenza. A opção terapêutica é o Oseltamivir, que deve ser considerada para pacientes com Síndrome Gripal (SG) com fatores de risco, independentemente da situação vacinal ou para aqueles com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), ainda que não haja confirmação laboratorial ou que o teste rápido resulte negativo. Nos pacientes com SG sem fatores de risco para complicação a indicação do antiviral Oseltamivir fica a critério médico.

O tratamento com antiviral Oseltamivir tem se mostrado como recurso terapêutico de maior impacto na redução da gravidade da Influenza e dos óbitos dela decorrentes. O medicamento está indicado para todos os casos de SRAG e para situações específicas em casos de síndrome gripal de acordo com o Protocolo de Tratamento da Influenza 2017.

Recomendações para os serviços de Saúde

* Atentar aos sinais de agravamento (piora do quadro clínico) como a persistência ou aumento da febre por mais de três dias, aparecimento de dispneia ou taquipneia, confusão mental, desidratação, entre outros. Orientar o retorno à unidade de saúde nesses casos;
*Iniciar o uso do antiviral (Oseltamivir), o mais precocemente possível, preferencialmente nas
primeiras 48 horas de início dos sintomas, em todos os casos de síndrome gripal que tenham
condições e fatores de risco para complicações, independentemente da situação vacinal, mesmo em
atendimento ambulatorial;
* Assegurar o acesso ao Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu) para tratamento dos casos com prescrição
médica de acordo com o protocolo, estabelecendo os locais de acesso ao mesmo mediante prescrição médica;
* Realizar a coleta adequada de amostra clínica de todos os casos de SG e SRAG que atendam a
definição de caso, observando a oportunidade (entre o 1º e 8º dia de início de sintomas) e qualidade
da coleta;
* Notificar no SIVEP Gripe todos os casos e óbitos suspeitos que atendam a definição de SRAG,
independentemente de coleta ou resultado laboratorial;
* Disseminar, nos serviços de saúde públicos e privados, o Protocolo de Tratamento de Influenza –
2017, com ênfase no tratamento oportuno dos casos de SRAG e SG com condições e fatores de risco;
* Nas Unidades Sentinelas de SG, manter a coleta de cinco amostras semanais. O número insatisfatório prejudica a análise epidemiológica do vírus em circulação, bem como a coleta acima desse quantitativo gera gastos excessivos de insumos e sobrecarga ao LACEN/PR.

Recomendações para a população

* Frequente higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento. No caso de não haver disponibilidade de água e sabão, usar álcool gel a 70%;
* Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
* Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
* Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
* Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
* Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
* Manter os ambientes bem ventilados;
* Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de Síndrome Gripal;
* Evitar sair de casa em período de transmissão da doença;
* Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);
*Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos;
* Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola etc.) até 24 horas após cessar os sintomas, e buscar atendimento médico em caso de sinais e sintomas compatíveis com a doença, tais com: aparecimento súbito de: calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor de garganta, artralgia, prostração, rinorreia e tosse seca. Podem ainda estar presentes: diarreia, vômito, fadiga, rouquidão e hiperemia conjuntival.