Vigilância Sanitária intensifica ações para coibir venda de cigarros eletrônicos em Campo Mourão

Os danos à saúde provocados pelo tabagismo são amplamente conhecidos pela sociedade. Além de contribuir para o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer, o fumo está associado a diferentes doenças crônicas e enfermidades como tuberculose, infecções respiratórias, impotência sexual e infertilidade. Com diferentes essências e sabores e uma aparência mais inofensiva que o tabaco comum, o cigarro eletrônico pode provocar consequências tão nocivas quanto o cigarro, incluindo doenças pulmonares, cardiovasculares e câncer.

Para evitar este risco à saúde, a Vigilância Sanitária de Campo Mourão está intensificando a fiscalização para coibir a venda deste tipo de produto. Vem, inclusive, notificando estabelecimentos comerciais da cidade reforçando a proibição da venda.

Pelo menos 80 comércios já foram visitados pelos fiscais e os proprietários alertados. “O intuito é dar ciência sobre a legislação que não permite o comércio desse tipo de produto. A fiscalização será intensificada e aqueles que persistirem serão multados”, disse a gerente da Vigilância em Saúde, Cristina Villar, em nota encaminhada à imprensa pela Assessoria de Comunicação da prefeitura.

A praticidade e aparência tecnológica do cigarro eletrônico tem sido atrativos especialmente entre os jovens. No entanto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os dispositivos eletrônicos não são seguros e possuem substâncias tóxicas além da nicotina. O cigarro eletrônico pode causar doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite e câncer.

“O cigarro eletrônico tem substâncias que atuam no tecido cerebral, uma delas acaba sendo também a nicotina, entre outras. Nós sabemos que quando você interfere no funcionamento das sinapses, que são comunicações que existem entre os neurônios, você pode deflagrar determinada liberação de neurotransmissores como, por exemplo, dopamina e, com isso, você tem uma sensação agradável naquele momento”, explicou à TRIBUNA o neurocirurgião André Marconati Hitomi.

O médico explica que a sensação de prazer despertada pelo cigarro eletrônico em um contexto de descontração pode tornar difícil o abandono do hábito, ou seja, viciar quem consome. Segundo ele, a cada momento que existe uma inalação e aquela sensação pode ser traduzida em alguma coisa agradável, o circuito de recompensa cerebral é acionado, levando a pessoa à dependência.

“O uso de cigarro eletrônico afeta diretamente a estrutura cerebral relacionada com as emoções humanas. Durante o fumo, são acionadas diferentes respostas fisiológicas no organismo, podendo levar a um aumento das frequências cardíaca e respiratória, a dilatação das pupilas e sensação de ansiedade”, observou.

Desde 2009 é proibida a venda deste tipo de produto no Brasil. Porém, é comum encontrar cigarros eletrônicos em qualquer comércio. Em 2009, a Anvisa proibiu a importação, comercialização e propaganda dos dispositivos. A agência é responsável pela fiscalização das vendas online, enquanto as lojas físicas são de responsabilidade das autoridades de Saúde dos municípios.

10 passos para parar de fumar:

1- Tenha determinação
2- Marque um dia para parar
3 – Corte gatilhos do fumo
4- Escolha um método: abrupto ou gradual
5- Encontre substitutos saudáveis
6 – Livre-se das lembranças do cigarro
7- Encontre apoio de amigos e familiares
8- Escolha a melhor alimentação
9 -Procure apoio médico
10 -Troque experiências em um grupo de apoio