Eleitor e candidato, quem deve saber mais um do outro?

“Quem quer ser obedecido deve saber comandar. E só sabe comandar quem
encontra uma certa relação entre suas próprias qualidades e as dos que
devem cumprir suas ordens”.

Nicolau Machiavel

    A resposta relativamente fácil e também cômoda à indagação do título acima desta Coluna, venha a ser, os dois devem saber um do outro, ou seja, o eleitor do candidato e o postulante saber sobre quem vota. Tão fácil quanto enganadora.
    No cenário do pleito o eleitor tem mais condições de saber efetivamente quais e quem são os candidatos, sobretudo nas eleições municipais, poder local no qual o eleitor pode deixar de ser e até mesmo jamais se tornar figurante. É o eleitor o protagonista, quem escolhe, define. Valendo-se dos meios de comunicação e outras informações, debate, análise e reflexões, o eleitor reúne, antes de comparecer às urnas, um poder enorme, o de estar preparado para votar. 
    Os candidatos a prefeito e a vereador devem ter um mínimo de conhecimento, preparação para exercer o mandato. E conhecer a população implica em conhecer informações básicas do município, tais como aspectos demográficos, quantos são homens, mulheres, idosos, jovens, adolescentes, crianças, onde e como moram, grau de escolaridade, emprego e renda. Da prefeitura e sobre o poder legislativo, saber qual é a arrecadação, as despesas, custeios, as exigências legais. 
   Será que, assim como o eleitor, todos os candidatos saberiam responder? 
   Um único exemplo, quantos analfabetos existem no município? Não seria um grande salto para o desenvolvimento que não mais existissem analfabetos? Sem dúvida positivo para aquele que deixa de ser analfabeto, eleva a qualidade de vida individual e coletiva, representará enormes ganhos na educação e cultura, saúde, obtenção de emprego e renda.
   A pergunta no título da Coluna de hoje não é capciosa, o saber entre eleitor tem a qualidade do mais, é o candidato que deve saber mais do eleitor, do que ele tem como compromisso e prioridade no mandato, para realizar e como fazer acontecer, implica em caminhar junto com a população.
   Em sentido contrário de raciocinar, se o eleitor apenas desconfiar dos candidatos não terá conhecimento suficiente, ele, o próprio eleitor, pode e em certos casos deve, desconfiar dele mesmo e a acerca dos motivos do voto. 
   O dia das eleições dever ser apropriado à última reflexão, e não o primeiro pensamento quanto a quem deve ser o candidato a merecer o voto dado. 
   Dado, nunca vendido!     
   Cabe como última reflexão e novamente a referência do Machiavel – que poderia ser trocada a citação de hoje logo a baixo do título, –  por esta: “Os homens são tão simplórios e obedientes às necessidades imediatas que aquele que engana encontrará sempre quem se deixe enganar”.  

Fases de Fazer Frases (I)
    Conhecimento de causa, causa conhecimento. 

Fases de Fazer Frases (II)    
    Vida pública não se publica, vive-se sem se esconder. 

Fases de Fazer Frases (III)
    O poder do poder é o poder de poder.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
    Só mera suposição, imaginei a minha caixa postal todos os dias abarrotada com santinhos dos candidatos. Sempre tem santinhos e panfletos, embora em quantidade pequena. Detalhe, leio atentamente tudo que recebo.  

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
    “Nunca é cedo para fazer a diferença”, o trecho da mensagem publicitária endereçada aos jovens eleitores é ótima. O Tribunal Superior Eleitoral acertou em estimular o voto dos jovens. A Constituição atual, promulgada em 1988, estabeleceu o voto facultativo a partir dos 16 anos, desde que tenha o título eleitoral. Ainda que tenha o direito, com 16 e até antes de completar 18 anos, caso o jovem não queira votar, é assegurado a ele a não obrigatoriedade.

Farpas e Ferpas (I)
    Voto trocado por cesta básica, fosse trocado por livro, poderia acabar com a fome. 

Farpas e Ferpas (II)
Homem tomado de coragem não deve ser afoito para não se afogar. 

Caixa Pós Tal
    Registro o agradecimento da diretora do Colégio Estadual Novo Horizonte de Campo Mourão Sandra Regina Alves, referindo-se ao texto principal desta Coluna anterior, intitulada NO HORIZONTE NASCE UMA NOVA ESCOLA. Agradeço a ela pelo “belíssimo texto, professor” e pela leitura.

Reminiscências em Preto e Branco
    Oportuno citar Monteiro Lobato, sobre política e conveniente devido o pleito municipal deste ano: “Não é a política que faz o candidato ladrão. É o seu voto que faz o ladrão virar político”.

José Eugênio Maciel | [email protected]