O pé do povo e o pontapé no povo

“Favor não colocar os pés ou mãos na parede!!! Obrigada”.
Cartaz fixado na parede de uma Unidade de Saúde de Campo Mourão

O conteúdo do cartaz acima, tal qual o escrito na Unidade de Saúde Médico Diogo Ferraz Salvador, no Jardim Paulista. Registrei a imagem quando fui tomar a vacina de reforço contra a Covid-19.

Repugnante a existência de tal cartaz? É absolutamente necessário, o que levou os profissionais que laboram naquela unidade de saúde, a providência, certamente porque era – e ainda é? – significativo o número de pessoas com o péssimo hábito de colocarem os pés ou as mãos (quem sabe os dois, quem sabem ao mesmo tempo) nas paredes, obviamente sujando e a necessitar pintá-las com mais frequência.

O velho hábito do senso comum, “é tudo do governo”, então pode tudo. Não se tem na prática noção do que seja patrimônio público, e que a manutenção dele é através dos impostos pagos por todos nós. Despesas que exigem orçamento público. Gastos não são investimentos como obras e a prestação de serviços. Gastos, despesas que nem deveriam existir, ou deveriam ser bem baixas.

Elas nem estariam cansadas de chamar a atenção e ter que explicar a tais pessoas para não porem pés ou mãos nas paredes, basta apontarem para o cartaz.

É o pé do povo, evidentemente não é o pé e mãos de todos nós mourãoenses.

Tem pontapé que é o povo que leva. Pontapé dado por aqueles que não deveriam desrespeitar o povo. Pontapé em Cascavel, Oeste do Paraná, dia 26. Os vereadores aumentaram os próprios subsídios (o povo usa a expressão salário, correto no bom português à la brasileiro), os quase 12% de aumento significa que o vereador passa a receber Cr$ 12.078,49 todo o mês. O pontapé na bunda (se preferir, caro leitor, nádegas, glúteo) será de dois milhões de reais só em 2022. Insustentável moralmente, aliás um dos Princípios da Administração Pública é a moralidade – é o legislar em causa própria, o voto em favor de interesse absolutamente próprio. Em nome da chamada autonomia de poderes, assim já fizeram e continuarão a fazer o legislativo, executivo e judiciário, em seus respectivos níveis.

Curiosidade numérica – embora eu não seja bom em números e comparação em torno deles, – mas… Ei-los: estamos no mês 12, o projeto, agora lei, em Cascavel, levou exatamente 12 segundos para ser aprovado, os vereadores passarão a receber mais de 12 mil mensais. Para não ficar maior a “estranha coincidência, o aumento não chegou a 12 por pouco, é de 11,12 % (mas tem 12 nas” migalhas” do pontapé.

Outro pontapé nacional que todo mundo pagará é o Fundo eleitoral, teve aumento de 200% em relação a 2018, e agora saltou de 3,4 bilhões para 5,1 bilhões no ano que vem. O Fundo é destinado aos Partidos Políticos. O presidente ensaiou que seria contra, fez alguns vetos, o projeto retornou para a Câmara e Senado, sendo aprovado garantido o aumento. Aliás, era o que queria próprio Bolsonaro e o centrão. O presidente só foi orientado para fins eleitorais.

Rubens Bueno, que representa nossa região, desde o início declarou, manteve posição e votou contrário ao aumento.

Por calhordice ou covardia – não saber é inaceitável, – teve deputado federal que se absteve ou não votou. Apenas para citar, por ser próximo da região. aqui recebeu votos e tem apoio já anunciado, Ricardo Barros (PP). Ele se absteve.

Fases de Fazer Frases (I)
Entre vida e morte, tênue. Pode-se atenuar.

Fases de Fazer Frases (II)
O tempo não é doido. A gente que enlouquece.

Olhos, Vistos do Cotidiano (I)
Quinta anterior, ouvindo o Ely Rodrigues já na apresentação do programa dele pela Rádio T, ele usou a palavra chancela para se referir informar as empresas que têm publicidade do programa editado e apresentado por ele. O termo é antigo, e me fez lembrar de outro grande radialista, falecido em dezembro de 2019, no dia 23, Wille Bathke Júnior, com voz singularmente primorosa, como a do Ely, Wille empregada a expressão chancela, quando apresentada na Rádio Difusora Colmeia o Jornal do Meio Dia. Aliás, Ely Rodrigues Daniel além da voz inconfundível, tem enorme credibilidade.

Olhos, Vistos do Cotidiano (II)
Para quem não sabe – nem é obrigado a saber – os que acompanham este escrevinhador aqui sabem que sou curioso, apaixonado pelas palavras.

Dois fatos: Paraná prevê colher 22,54 milhões de toneladas (…); O segundo fato é desta própria Coluna, quando uso a palavra porem, (fora de contexto pode levar a entender que o escrevinhador aqui errou.

Primeira palavra, colher: se relaciona a colheita ou coleta. É que colher é também o talher que usamos nas refeições ou afazeres domésticos. A segunda palavra, porem, significa o plural de pôr, colocar; a mesma palavra, já com acento, porém, significa todavia, contudo.

Farpas e Ferpas (I)
Um ser múltiplo não se divide?

Farpas e Ferpas (II)
Se a afirmação for só autoafirmação, duvide.

Reminiscenciais em Preto e Branco (I)
Assunto principal hoje da Coluna, fez-me lembrar uma ocasião no famoso então 24 horas, quando um senhor põe os pés na parede da recepção, inclusive já com muitas marcas de sujeira, poeira e barro. “Quer tirar as patas da parede!”, disse a ele. Um senhor que já deveria saber e não deveria receber outro tratamento, já era para ter aprendido. Patas é cabível para animais que têm raciocínio e não usam.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
Tempo muda e muda com o tempo.

José Eugênio Maciel | [email protected]