Putin, escombro

“Vladimir Putin é um tirano bonapartista, típico do século 19. Para ele, a prosperidade
só vem com o alargamento dos domínios territoriais. Exibicionista, proclama que
seus armamentos são maiores que os dos outros. Aboletado no Executivo,
atropela o Legislativo, subjuga o Judiciário e banca o pai forte do povo,
passando por cima das mediações da democracia”.
Eugênio Bucci – jornalista e professor

O império romano, grosso modo, foi caracterizado pela invasão, ocupação e domínio territoriais. Era uma obsessão subjugar povos, atrelar culturas e estabelecer domínios absolutistas, assim agiram os reis.

Mas foi a própria opulência, grandeza que não era só de área colonizada, a riqueza que se extraía com a inclemente escravidão, o gigantismo imperial, ruiu sobretudo pelo enorme tamanho. Mesmo a descentralização da máquina pública, através das cidades-estados, não conteve clamores populares, então o império romano ruiu.

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas foi uma criação que anexou, pela força bélica e intimidação, muitas nações, povos que tinham – e têm – identidade própria. A URSS desmoronou mas tem, ainda, pilastras, uma má comparação com as ruínas gregas e seus palácios.

O putinismo tomou conta do poder moscovita, e retroage na figura do aristocrata que surgiu e vive nos meandros e subterrâneos do poder leviano.

Ainda custamos a acreditar em tudo o que está acontecendo, uma guerra que não comporta todos os significados, é repleta de atrocidades.

Putin alimenta e provoca a tragédia numa escala covarde e injusta ante a Ucrânia que tem história própria, soberania, a autodeterminação e um presidente eleito democraticamente pela sua gente. Já Putin é como czar, manobra para a perpetuação do poder, aniquila adversários, prende e mata.

Infelizmente conseguiu ele confundir o que é soviético e o que é russo, ou o que seriam tais expressões.

Vai se chegar a um mês de guerra, e não haveria surpresa se a guerra passar dos dois meses, pois as tentativas de paz, embora robustas e bem-intencionadas, estão longe de serem animadoras e produtivas.

Um autocrata tirano, Putin caminha para ser tão cruel e devasso como foi Josef Stalin, que governou a União Soviética com mão de ferro. Fisicamente, ambos não se parecem, mas Putin já se equipara no olhar sinistro de quem tem ávida, insaneável e insaciável ambição e poder.

Só o mundo todo poderá detê-lo?

Fases de Fazer Frases (I)
No vão-livre vão livres os que livres são.

Fases de Fazer Frases (II)
Uma palavra curta pode ter longo significado.

Fases de Fazer Frases (III)
Uma palavra longa pode ter curto significado.

Fases de Fazer Frases (IV)
Nem sempre uma palavra breve dá para abreviar.

Fases de Fazer Frases (V)
Palavra, quem não a medita não mede a dita.

Fases de Fazer Frases (VI)
Se não souber dar conselhos, saiba ouvi-los.

Fases de Fazer Frases (VII)
A cada instante fazemos novas descobertas pelos novos olhares.

Olhos, Vistos do Cotidiano
Na Coluna anterior, neste espaço, toquei novamente em um velho problema em Campo Mourão, a inexistência, má conservação e construção indevida das calçadas.

Mas tem um outro problema, sobretudo na área central, o número de ciclistas que pedala nas calçadas, surgem e saem como bem entendem, deixando transeuntes sem saber como agir.

Ciclista só pode andar na calçada caminhando e conduzindo a bicicleta, (não pedalando) inclusive para atravessar a faixa.

Como não causou danos, foi até engraçado, uma senhora, diante do susto que tomou de um cilista que esbarrou nela, rapidamente deu uma “guarda-chuvada” nas costas do rapaz.
Ele então só pedalou mais rápido e sem olhar para trás, sumiu.

Farpas e Ferpas (I)
A liberdade de opinião depende da opinião livre.

Farpas e Ferpas (II)
Se o tempo estiver a seu favor, não perca tempo.

Farpas e Ferpas (III)
Prefira esperar pela verdade, pois a mentira não espera ninguém.

Reminiscências em Preto e Branco (I)
Retrato na parede é mais do que uma imagem biográfica.

Reminiscências em Preto e Branco (II)
Separando umas roupas, para não mais vesti-las ainda dão para o gasto, coincidência, uma canção que gosto muito, cantada pelo autor que também gosto muito dele, sendo o seguinte trecho: “No presente a mente, o corpo é diferente/ e o passado é uma roupa que não nos serve mais”, do saudoso Belchior.

Exatamente no momento que deixava de lado uma calça e camisetas, aquela canção tocava no rádio. O tempo é como roupa, desbota.

Reminiscências em Preto e Branco (III)
Tudo é esquecimento quando nem o nada é lamento.

José Eugênio Maciel | [email protected]