A vez das energias renováveis

Historicamente, a abundância de energia hidrelétrica no Brasil garantiu que sua matriz energética fosse de baixa emissão de carbono. No entanto, existem problemas crescentes com o envelhecimento da infraestrutura hidrelétrica e, nos últimos anos, com a irregularidade na geração devido ao efeito da seca nos níveis dos rios.

Esses fatores estão alimentando o crescimento da energia solar e de outras formas mais sustentáveis de energia renovável. O ano que se encerra foi marcado por avanços especialmente no caso da energia solar, já que um número recorde de novos projetos foi registrado na Aneel – o órgão regulador do setor elétrico brasileiro.

A expectativa é que o mercado seguirá com uma trajetória de forte crescimento em 2022, com a redução do custo dos painéis fotovoltaicos. Além de mais investimentos em parques solares, espera-se uma maior aceitação no mercado residencial à medida que os consumidores procuram diminuir os custos com energia doméstica.

Revolução no campo – Sem falar na agricultura, segmento extremamente importante para o Brasil e especialmente aqui no Paraná. Há uma revolução acontecendo no campo com o uso de tecnologias.

De acordo com uma pesquisa da consultoria McKinsey, o crescimento da agricultura digital no Brasil é maior até do que nos Estados Unidos. Os painéis fotovoltaicos são aliados naturais dessa revolução sustentável: os parques solares podem fornecer a tão necessária energia para áreas remotas e fora da rede, permitindo que a planta de processamento, irrigação e equipamentos agrícolas se beneficiem de eletricidade limpa e com preços previsíveis. A expectativa é de que a agricultura seja um dos principais impulsionadores da energia solar em 2022.

Incentivo no Paraná – Para impulsionar e fomentar o uso da energia limpa, o Governo do Paraná tem adotado uma série de medidas. O programa Paraná Energia Sustentável, por exemplo, implantou uma nova dinâmica para a emissão de licenciamento ambiental, reduzindo drasticamente o tempo de espera pela permissão de geração de energia solar.

Já o Banco do Agricultor Paranaense oferece subvenção econômica a produtores rurais, cooperativas, associações e agroindústrias familiares para projetos que utilizem fontes renováveis de geração de energia, em especial biomassa e solar. Até outubro, 656 projetos técnicos foram apresentados, e destes 244 já estão em processo de financiamento, num montante de quase R$ 45 milhões. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), mais de 5 mil produtores buscaram informações sobre o programa.

Já está em fase de finalização também um decreto que permitirá às cooperativas exportadoras a utilização do crédito acumulado de ICMS para investimento na construção de usinas de energias renováveis, desde que com fornecedores de dentro do próprio estado.

O Paraná hoje é o quarto estado brasileiro com maior potência instalada de energia solar na geração distribuída, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Nossa expectativa é de colocar o estado entre os dois primeiros até o final da gestão Ratinho Junior.

* Marcio Nunes é secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná