Moto-contínuo

É uma equação difícil de ser solucionada. O momento vivido atualmente é a prova cabal de que segundo mandato não funciona. Mesmo depois da aprovação da reeleição que deu  continuidade às administrações. Quando um novo presidente (governador ou prefeito) é eleito, duas coisas vão acontecer: se adversário do grupo que deixa o poder, uma sequência de denúncias sobre desmandos ocultos ou problemas enfiados para baixo do tapete, incluindo-se aí, dívidas camufladas; se, companheiro do antecessor, premido pela gratidão e pelo companheirismo, assumindo sem contestar os equívocos cometidos anteriormente. Inclusive alguns que poderão comprometer sua administração. Dilma Rousseff é o exemplo acabado desse raciocínio. Está empurrando para 2015, problemas de hoje ou de ontem, que deveriam ter sido enfrentados. Assumindo responsabilidade sobre uma situação desmoralizante vivida desde 2006 pela principal empresa governamental, a Petrobras, com características sérias de corrupção; além do problema energético, sem solução rápida, que irá gerar aumentos à população e desgaste a seu governo,  no próximo ano, se sua reeleição se concretizar; ou uma torrente de contestações se o PT não vencer novamente. Com ela ou com outro presidente, um estoque de problemas estará aguardando. Se Dilma,  comprometedores de seu segundo mandato. Se Aécio ou Campos, dois anos de reclamações e paralisação, enquanto acusações são feitas e os problemas mais emergentes são enfrentados: crescimento do PIB, aumento da inflação, piora na situação fiscal, juros altos e problemas na indústria, cada vez menos competitiva pela interferência do governo ou ação repressiva de sua infernal máquina burocrática. O curioso nesse caso, é que a burocratização se ampliou para evitar a corrupção. Hoje, viciada e corrompida, ela é, em grande parte,  autora das malfeitorias. Como disse Afif Domingos, antes de ser governo: no Brasil se cria dificuldades para vender facilidades.

Explica mas …

Ao ler o comentário acima, o leitor, menos informado sobre a realidade dos Conselhos  de estatais certamente questionará: Dilma e outros do atual governo têm responsabilidade no caso Petrobras. A informação real: participação em Conselhos é a forma de aumentar salários no Executivo, normalmente mais baixos que os dos legislativos e judiciários. Conselheiros de estatais, pecam pela omissão.

…não justifica

Na maioria das decisões, assinam sem ler, baseados em pareceres que, como se viu no caso, da boca da própria Presidente, feitos  de maneira pouco confiável. Ou de má-fé. A situação atual envolvendo a petroleira brasileira,  poderá por isso mesmo criar um benefício: aumento de responsabilidade e atenção de conselheiros.

Sai o dinheiro, ou sai Arno!

Desta vez sai? Se o secretário Arno Augustin, da Secretaria do Tesouro Nacional não cumprir a ordem do STF, liminarmente concedida pelo ministro Marco Aurélio,           e no final de semana replicado pelo próprio, estranhando o não cumprimento e a não liberação dos R$ 817 milhões do Proinveste, Banco do Brasil, é por que realmente tem costas muito quentes.

Funcionário sério!

De qualquer modo, se cumprir, sai desmoralizado do episódio, demonstrando que era mesmo perseguição política contra o Paraná. Resta saber que é o mandante! Quanto a Arno Augustin, se for um funcionário sério, e não apenas um cumpridor de ordens superiores, mesmo que inaceitáveis, depois desse episódio pede demissão.

Fogo (não tão) amigo

Circula pela internet, discurso do senador Jarbas Vasconcellos, dos independentes do PMDB, com pronunciamento em que tece violentas críticas ao estágio de submissão do Senado às ordens do Planalto. Crítica ácida à postura do presidente da Casa,  Renan Calheiros, por ter aberto mão do seu poder de decisão sobre a CPI da Petrobras e à presidente Dilma pelas condições em que se encontra o país.  

Em choque

Quanto a Renan, como adiantara essa coluna, depois de ser retirado do elevador para subir as escadas do Planalto, nada surpreende! Focalizado durante o discurso de Jarbas, fez cara de paisagem!