O Desenvolvimento e a Sociedade Organizada

A pergunta é direta: De quem é a responsabilidade pelo desenvolvimento de uma cidade?

Imagine a história de seu município como uma longa viagem. Durante o trajeto, vários motoristas revezam-se na tarefa de conduzir o ônibus. Para isso, recebem o veículo de seu antecessor e o conduzem até entregar ao seu sucessor.

Pois bem. Quem determina o destino? Quem deve monitorar o motorista para que ele siga o roteiro pré-estabelecido? Quem cuida para que o veículo se mantenha em condições de chegar ao seu destino?

Essa analogia serve para refletirmos que, ao delegar ao Prefeito e Vereadores de plantão os destinos de nossa cidade, corremos o sério risco da descontinuidade de projetos, da não sequencia de ações importantes, de perder o rumo.

O mandatário de plantão, durante seu período de condução do município, deveria receber um plano de viagem, que diga para onde a comunidade quer ir, e em que condições quer chegar lá.

Nesse período, o motorista deve zelar pelo veículo, cuidar de sua manutenção, solicitar ajuda e participação dos passageiros no caso de alguma eventualidade, e jamais mudar o trajeto.

A proposta de Lei que cria o Conselho de Desenvolvimento de Campo Mourão, encaminhada esta semana à Câmara de Vereadores, tem como principal missão estabelecer essa ordem de importância, dando à sociedade organizada a condução de seus destinos.

Através da criação de um grupo de cidadãos voluntários, organizados por eixos temáticos de áreas prioritárias, a sociedade terá voz para propor, acompanhar e ser parceira dos projetos do município. Assim, em um momento de dificuldades não só locais, mas nacionais, Campo Mourão se junta a outros importantes municípios nos quais a sociedade organizada põe a mão-na-massa e trabalha junto com o Poder Público para buscar soluções, parcerias e melhor qualidade de vida para todos.

E é justamente essa a outra face desse movimento: não mais deixar a cidade apenas sob responsabilidade dos eleitos, mas participar. Ainda há uma cultura de levantar os problemas, mas, na hora de resolvê-los, passar a bola para a Prefeitura, o Deputado, o Governador. É hora de a sociedade apropriar-se de seu destino e participar não só do levantamento de situações que carecem de melhoria, mas envolver-se principalmente na busca de soluções conjuntas.

Assim, com a atuação da população nas políticas e projetos, há um fortalecimento do município e da intervenção social, e forma-se um ambiente para mudanças no modo de pensar e agir das pessoas, que adquirem uma consciência da importância de sua colaboração na política do seu Município.

Nossa viagem deve seguir sempre rumo ao destino que traçarmos juntos. Pode ser mais acelerada, pode ser mais devagar. Pode até dar umas paradinhas, mas não pode ficar dando volta e não sair do mesmo lugar.

Carlos Alberto FaccoSecretário de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão.