Educador físico orienta sobre importância da prática de atividade física na terceira idade

A prática de exercício físico não tem idade. No entanto, com o passar o tempo, o nosso corpo sente, cada vez mais, a necessidade de se movimentar. Diante disso, a TRIBUNA falou com um profissional da área de Educação Física, que passou orientações para a terceira idade na hora de se exercitar. A reportagem ouviu também um idoso que pratica atividade física há cerca de 7 anos. Ele comentou sobre a experiência positiva que vem tendo longe do sedentarismo.

O educador físico e personal trainer, Lennon da Silva de Almeida, explica que a atividade física na terceira idade é “muito” importante, porque melhora a capacidade funcional, que envolve as atividades do dia a dia. Alguns exemplos citados por ele vão desde conseguir sentar, pegar algo no alto e abaixar com mais facilidade até ter força para carregar sacolas no supermercado. Assim, diz que a atividade física contribui sobretudo para as ‘capacidades funcionais’, principalmente do idoso, que, com o tempo, vai apresentando um enfraquecimento da musculatura.

O personal explica que o tipo de exercício mais recomendado nessa fase da vida é a musculação. Segundo ele, quando o idoso ainda está com capacidade de ir até uma academia, por exemplo, e tem força, a musculação ajuda bastante. Outra opção seria fazer uma atividade funcional em casa. Mas Almeida alerta sobre a relevância de sempre ter um acompanhamento especializado.

Apesar da importância de os idosos praticarem atividades físicas, nem todo tipo é recomendado. O profissional fala sobre a necessidade de evitar movimentos que geram impacto, como saltos, por exemplo.

Se feita de forma correta e de acordo com cada caso, a ginástica também ajuda a prevenir doenças. “Vai melhorar capacidades cardiorrespiratórias, questão de pressão, diabetes e, também, a capacidade funcional”, salienta, Almeida, dizendo que os batimentos cardíacos tendem a melhorar. Ele acrescenta, ainda, que as práticas regulares de exercício também ajudam na melhoria do sono, para quem tem dificuldade de dormir, da ansiedade e da depressão. Assim, além dos benefícios na condição física, essas práticas também podem contribuir para a capacidade mental e cognitiva.

Como forma de incentivar idosos a se exercitarem, Almeida menciona que, atualmente, tem sido mais viável pessoas com idades mais avançadas fazerem, por exemplo, musculação. “Os aparelhos hoje são muito articulados”, explica o personal, ressaltando que isso facilita na hora de executar os movimentos. Também lembra sobre os cuidados que os idosos devem ter com o peso usado e que, para isso, é importante a orientação de um instrutor. “Mas é muito importante para o idoso ter uma qualidade de vida melhor. A atividade física vai contribuir 100%”, reforça.

O servidor público estadual aposentado, Adilson Marczynski, com 62 anos, já sente “na pele” os benefícios de fazer exercícios de musculação e aeróbica há cerca de 7 anos. “Se eu soubesse disso [dos benefícios], tinha começado mais cedo”, fala, aos risos, acrescentando que já começou tarde, entre 55 e 56 anos.

Segundo ele, passou a adotar hábitos mais saudáveis porque antes era muito sedentário, embora fosse bastante adepto ao jogo de futebol. Também, antes disso, ele comenta que sofreu um infarto. Com isso, foi necessário fazer uma cirurgia para colocação de stent (tubo utilizado para restaurar o fluxo sanguíneo na artéria coronária e trazer um ritmo quase normal).

Com a cirurgia, a orientação médica foi de que ele não poderia mais praticar esporte de contato físico. Por não querer ficar parado, Marczynski tomou a decisão de fazer academia. Ele diz que, com o tempo, foi melhorando o condicionamento e aumentando as cargas e o ritmo.

O servidor aposentado destaca que já sente “muitos” benefícios desde que começou a malhar. “Melhorou a qualidade do sono, a qualidade de vida, a disposição, saber o que comer, se educar na alimentação, também, a perda de peso e a criação de massa muscular”, diz.

Antes de “mudar de vida”, ele fala que era sedentário, bebia e fumava, o que também acarretava problemas de saúde. “A minha pressão, toda vez que eu ia medir, era dezessete por dez, dezoito por onze. Hoje, depois de sete anos de musculação, minha pressão não sai de doze por oito”, fala, orgulhoso, dizendo que, em todos os checapes que faz a cada ano, os resultados dos exames estão sempre nos níveis normais.

Em função de tantos benefícios, Marczynski fala que pretende continuar praticando os exercícios até quando puder e faz a mesma recomendação para todos. “Procure uma academia, um professor para orientar no exercício e vá fazer algum exercício. Não fique no sedentarismo”, aconselha.

Por experiência própria, ele diz que, antes de começar a fazer os exercícios, além dos problemas de saúde física, era deprimido e tinha muita ansiedade. “Também tem as pessoas ali que você faz amizade. Em vez de ficar sentado no sofá comendo e vendo televisão, vai para a academia, fazer uma esteira, uma bicicleta, levantar uns pesinhos no começo e vai pedindo orientação para os professores”, acrescenta.