Servidores estaduais farão greve por tempo indeterminado na próxima semana

Professores da rede estadual de ensino vão se unir outras categorias do serviço público estadual na greve unificada convocada pelo Fórum das Entidades Sindicais (FES) a partir do próximo dia 25 (terça-feira). A paralisação, por tempo indeterminado, foi decidida durante assembleia geral da categoria, realizada em Curitiba. Representantes de sindicatos de Campo Mourão participaram do encontro. A greve atingirá o município e toda região.

O presidente da APP Sindicato de Campo Mourão, Ironei de Oliveira, que abrange os 25 municípios da Comcam, disse ontem, em entrevista à TRIBUNA, que a pauta dos servidores inclui cerca de 50 reivindicações, entre elas a reposição da inflação dos últimos 12 meses, de 4,94%. Ele informou que os servidores públicos do Executivo estão com os salários congelados desde 2016 e acumulam perdas inflacionárias de 17% no período. A data-base da categoria venceu em maio, mas até agora, após oito rodadas de negociações, o governo do Estado não deu uma resposta oficial ao funcionalismo.

Em relação aos servidores, na época da campanha eleitoral, o atual governador eleito [Ratinho Jr.] disse que se eleito sentaria com o sindicato para discutir o reajuste. No entanto isso não aconteceu nenhuma vez. E pior, fica nos ameaçando, falou Oliveira, ao ressaltar que os servidores estão há 42 meses sem reajuste.

O presidente informou que está visitando os municípios da região para conversar com os profissionais da educação sobre a greve. A expectativa é de uma boa adesão em toda a Comcam. Estamos percorrendo a região e todas as escolas, até a próxima segunda feira queremos conversar com todos os profissionais reforçando o pedido para que faça adesão à greve porque essa é a única solução para que o governo nos ouça, frisou.

Oliveira comentou que a categoria vem tentando o diálogo com o governador. Nossa luta vem desde o dia 29 de abril deste ano. Foi criada uma comissão para discutir a data base, foram oito rodadas de negociação junto dessa comissão que a APP acompanha, mas o governo não apontou nada, disse, ao comentar que os servidores da Assembleia Legislativa e Judiciário tiveram correção. E nós do poder Executivo nada, argumentou.

Segundo a APP-Sindicato, ‘além da questão financeira que faz servidores perderem o equivalente a 2,2 salários anualmente, educadores exigem respostas à política de perseguição e gestão mercadológica das escolas públicas, coordenada pelo empresário Renato Feder que assumiu a secretaria da educação este ano’.

Também apresentamos proposta de um começo de recuperação de perdas dos últimos quase quatro anos com 1% em outubro e 1% em dezembro. Mas o governo não apresentou contraproposta nenhuma, diz Oliveira, ao justificar a decisão de paralisação de professores e servidores. Já são quase quatro anos de sacrifício dos servidores. Não estamos pedindo aumento, é apenas a reposição das perdas da inflação, emendou.

Ele lembrou que de acordo com o FES, a situação fiscal do governo permite atender o pedido do funcionalismo e não oferece risco às contas públicas.

Representação

A APP- Sindicato de Campo Mourão representa as cidades de Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperanca, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioere, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantú, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre do Oeste, Roncador e Ubiratã.