Deputado policial visita CM e rasga o verbo: ‘bandido bom é bandido morto’

Com mais de 1 milhão de seguidores no Facebook, o webcelebridade, Soldado Adriano José (PV), eleito deputado estadual com 33.757 votos (dos quais 962 foram de Campo Mourão), esteve nesta sexta-feira (24) na cidade e fez uma visita ao Jornal Tribuna do Interior, onde falou de seus projetos e da preocupação, principalmente com a área da segurança pública no Paraná. Conhecido por suas afirmações polêmicas e posicionamento rígido contra criminosos, o deputado rasgou o verbo, ‘detonando’ bandidos.

Não tenho uma sombra de dúvida que bandido bom é bandido morto. Se o desgraçado está aqui fora solto aterroriza o cidadão de bem, mata o pai de família, causa estrago, causa prejuízo para todos nós. Morreu meu irmão, acabou. Não causa mais transtorno algum para a sociedade. Tem que parar com esse mi mi mi, enquanto o Brasil não implementar pena de morte para bandido vai continuar essa putaria na esfera da segurança púbica, desabafou o deputado.

Adriano José fez campanha ao lado do Sargento Fahur (PSL), eleito deputado federal mais votado do Paraná, que também é bastante polêmico por seu posicionamento firme contra bandidos. Neste pouco mais de cinco meses de mandato, o parlamentar apresentou alguns projetos polêmicos na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), entre eles o que proíbe visita íntima nas penitenciárias estaduais. Se os presos querem transar que transem entre eles, afirmou.

Adriano José afirma que não há dispositivo legal que garanta as visitas íntimas aos detentos do sistema carcerário. Segundo ele, o projeto também é uma medida de segurança, já que as visitas são utilizadas pelas facções para troca de informações e planejamento de rebeliões. O projeto precisa ser analisado pelas comissões permanentes da Alep e só depois vai ser levado à discussão em plenário.

O deputado justifica que a visita íntima é praticada por costume social, a despeito da indignação do cidadão de bem. Ele afirma que o direito conferido pela Lei de Execuções Penais tem objetivo de proporcionar ao preso contato com o mundo exterior, para garantir a dignidade da pessoa humana, mas que a visita íntima desvirtua a correta interpretação da lei. O texto proposto pelo deputado não interfere nas visitas sociais.

A visita íntima é prevista na resolução 1/1999 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. No Paraná, as normas da visita íntima foram estabelecidas por meio de uma portaria do Departamento Penitenciário Estadual (Depen-PR). Porém, o deputado justifica que a portaria é hierarquicamente inferior à lei ordinária o que, segundo ele, afasta o argumento de que o assunto já estaria pacificado.

O deputado falou ainda que vê urgência em mudanças na segurança pública. Soldado Adriano está há 11 anos na Polícia Militar e diz “conhecer na pele” o descaso com o setor. Na prática do dia a dia, a gente pode perceber o quanto o poder público infelizmente cruzou os braços para a área, comentou ao dizer que ele e o Sargento Fahur (PSL) farão um trabalho coordenado com o governador Ratinho Junior (PSD). Leia abaixo a entrevista completa com o deputado.

Quais são os planos e projetos para o mandato?

Nós temos um compromisso com Campo Mourão e com a região. Minha bandeira principal de atuação na Assembleia Legislativa é a questão da segurança pública. Claro que estarei defendendo projetos que melhorem a questão da educação, da saúde, mas segurança pública hoje na minha avaliação é uma das áreas que a população mais clama e tanto precisa.

Por onde começar a melhorar a segurança pública no estado Paraná?

Precisamos primeiramente fazer que o Estado valorize os profissionais da área da segurança pública com salário digno, com estrutura para poder trabalhar, estrutura que eu digo é de viaturas, armamento adequado e tecnologia, e inteligência. Com isso podemos ter uma segurança pública de qualidade.

O senhor diz que é preciso coragem de enfretamento na defesa da segurança pública no Paraná. Como assim?

É preciso é fazer com que o estado retome o poder de dentro das cadeias e penitenciárias, porque hoje os bandidos, principalmente de facções, quando são presos, eles continuam comandando o crime de lá de dentro e o Estado precisa urgente retomar o poder. Se o ‘cara’ não quer se adequar ao sistema rígido e rigoroso por parte do Estado é só não cometer crime. Estou protocolando alguns projetos que estão sendo muito polêmicos alguns inclusive servindo de exemplo para deputados de outros estados que entraram em contado com nós e estão copiando nossas ideias.

Que projetos polêmicos são estes?

Um deles é o que proíbe a visita íntima para preso. Na minha avaliação é inadmissível o ‘vagabundo’ matar um pai de família, um trabalhador aqui fora e quando vai preso vai transar dentro da cadeia. Se ele quer transar que transe entre os bandidos. A maioria das rebeliões, quando elas acontecem, acontecem justamente neste momento, porque é um momento que o Estado tira o olhar de cima do preso por ser um momento íntimo. Outro projeto polêmico que protocolamos também é a retirada de tomadas de dentro das celas. Desta forma não vai ter como o bandido usar o aparelho celular ali de dentro. Protocolei também nesta semana outro projeto que visa não separar os bandidos por facção criminosa. Na nossa avaliação bandido é bandido e tem que ser tratado como bandido, sem distinção por facção a ou b. A cadeia tem que se tornar um lugar ruim para que as pessoas não queiram ir para lá, porque se não daqui uns dias se a gente tiver separando os bandidos por facção criminosa vamos estar separando por time de futebol, por religião…E isso é inadmissível, nós temos que tornar a cadeia e a penitenciária no Estado do Paraná em um lugar horrível aonde a pessoas realmente não queiram ir. E para isso o Estado tem que ter coragem, tem que ter o braço firme e forte para fazer este enfrentamento com muita seriedade e sem medo.

O senhor espera a ajuda dos demais deputados, principalmente daqueles que também são policiais para aprovação destes projetos?

São projetos polêmicos, pode chegar lá na frente e alguém querer dizer que e inconstitucional, mas não é. E pensando que estivesse indo para a esfera da inconstitucionalidade, o STF é um exemplo de que eles rasgam a constituição a todo momento para beneficiar bandido, para beneficiar preso, e para beneficiar vagabundo. Estes projetos que estou protocolando não é coisa pessoal, é um apelo da sociedade. O cidadão de bem hoje não aguenta mais ficar a mercê de bandido e ninguém se levanta contra estas aberrações. Hoje são criadas leis, regulamentos e decretos que só beneficiam vagabundos, não é a toa que as cadeias hoje viraram colônias de férias.

Ou seja, é preciso leis mais rígidas e duras contra bandidos?

É exatamente isso. Precisamos fazer com que o Estado reflita, volte o olhar para questão das cadeias e penitenciárias, para esta questão da segurança pública que ao longo do tempo, as forças de segurança (Polícia Militar, Polícia Civil) no nosso Estado sempre foram abandonadas. Só foram lembrados estes assuntos na época de campanha. E pode fazer uma pesquisa, hoje a área que a sociedade mais clama por melhorias é a da segurança pública, tanto é que estamos vendo a repercussão do decreto do presidente Jair Bolsonaro da flexibilização da posse e porte de arma de fogo. Isso é reflexo dessa falta de segurança que vive não só o Estado do Paraná, mas o Brasil como um todo.

O senhor acha que a Polícia Militar e Polícia Civil vêm enxugando gelo já que prendem e a Justiça solta o criminoso?

Não tenho dúvida disso. Veja bem, o ladrão vagabundo hoje entra na casa de um pai de família, assalta, mata um trabalhador e quando esse cara vai preso ele passa por uma audiência de custódia, ali é perguntado para ele como foi o tratamento do policial com ele, mas em nenhum momento é perguntando sobre a família vítima do vagabundo. E muitas vezes ele é solto já na audiência de custódia. Hoje os juízes e promotores estão escolhendo em mandar para a cadeia um traficante ou um estuprador. Olha só o absurdo que estamos chegando.

As polícias (Civil e Militar) do nosso Estado tem um problema crônico de falta de efetivo. O senhor como deputado estadual como tem tratado isso junto ao Governo do Estado.

Há duas semanas estive conversando como Governador Ratinho Junior exatamente sobre isso. Ele já sinalizou a contratação de 2,4 mil novos policiais militares. Nós temos que valorizar o profissional e sabemos que vários municípios da região de Campo Mourão, por exemplo, que tem um policial militar apenas dentro de uma viatura, quando a viatura está funcionando para cuidar de dois a três municípios sozinho com uma pistola .40 enquanto os bandidos agem em bando com fuzil na mão. Então precisamos urgentemente de contratação, hoje o efetivo da Polícia Militar e Civil é o mesmo de 20 anos atrás e olha o quanto a população cresceu de lá para cá. O estado do Paraná deveria seguir o modelo que acontece no estado de São Paulo, que todos os anos faz contratação de policiais militares e civis. Com isso, a gente iria diminuir essa defasagem no efetivo.

O senhor é a favor do decreto do presidente Jair Bolsonaro que prevê a flexibilização da posse de arma de fogo?

Sou a favor. O decreto não obriga ninguém, apenas flexibiliza. Quem quiser adquirir uma arma terá toda a uma legislação para seguir e passando nos critério vai ter uma arma. Sou a favor porque trabalhei 11 anos na Polícia Militar e já vi tantas famílias serem destruídas com o cidadão de bem sem nem ter a chance de se defender. O correto seria o Estado proporcionar segurança pública, o que não está acontecendo. Então nada mais justo do que um pai de família ter uma arma dentro da sua casa para defender a sua vida e a sua família e seu patrimônio. E os agricultores têm que ter um fuzil para que quando estes marginais que vem invadir a sua terra defender a sua propriedade.

Bandido bom para o senhor é bandido morto?

Sim. Não tenho uma sombra de dúvida sobre isso. Se o desgraçado está aqui fora solto aterroriza o cidadão de bem, mata o pai de família, causa estrago, causa prejuízo para todos nós. Quem banca o vagabundo hoje dentro da cadeia? Somos nós através desta pesada carga de impostos que pagamos. Então nós que mantemos o cara preso na cadeia. Se ele está solto só comete atrocidade. Morreu meu irmão, acabou. Não causa mais transtorno algum para a sociedade. Tem que parar com esse mi mi mi, enquanto o Brasil não implementar pena de morte para bandido vai continuar essa putaria na esfera da segurança púbica.

O certo não seria o preso pagar por sua comida dentro da cadeia e por qualquer outra despesa que gere ao Estado?

Seria o correto. Na minha opinião teria que pagar para comer, pagar por sua tornozelerira. Mas a partir do momento que ele está preso, quem pagaria, a família? Esta é a discussão de atualmente. Há casos em que a família realmente merece pagar, mas há casos que ela fez de tudo par ao mesmo não trilhar pelo caminho do crime. É um tema polêmico que precisa ser discutido para um consenso.

O senhor foi convidado pelo Governador Ratinho Junior para ser o 2º vice-líder do governo na Assembleia. Como o senhor recebeu este convite e como espera desempenhar este papel dentro da ALEP?

Fiquei bastante surpreso e ao mesmo tempo feliz pela confiança do governador Ratinho Junior. Lá dentro da assembleia o nosso embate é às causas e a projetos e não pessoal contra ninguém. Tenho um bom relacionamento com todos os deputados e o nosso mandato vai se pautar em um mandato de debate e ideias e o governador vendo esta articulação e bom entrosamento com os parlamentares nos fez este convite. Eu acredito que junto com o nosso líder [deputado Hussein Bakri] iremos contribuir muito para que as pautas que vão ser discutidas na Assembleia sejam pautas que realmente interfiram na vida dos cidadãos para melhor.