Pedágio ficará sem cobrança até assinatura de novos contratos, garante chefe da Casa Civil

“A partir do dia 28 de novembro as cancelas dos pedágios ficarão abertas sem cobranças aos usuários.” A afirmação é do Chefe da Casa Civil do Paraná, deputado estadual licenciado, Guto Silva, em entrevista à TRIBUNA, durante agenda em Campo Mourão, na última semana. As concessões atuais se encerram em 27 de novembro e, segundo Guto Silva, não terão os contratos prorrogados por mais nenhum dia. Ele informou que não haverá cobrança nas praças de pedágio até que as novas empresas estejam habilitadas para assumir seus trechos das rodovias estaduais.

Com isso, as rodovias ficarão sob administração do governo estadual e da União até que os trechos sejam novamente concedidos. “Até lá acredito que teremos uma empresa vencedora no processo. Mas haverá um tempo de ajuste e transição. Neste processo serão abertas as cancelas”, ressaltou. De acordo com o Chefe da Casa Civil, durante o período, que pode durar até seis meses, o Estado terá que investir ‘um bom recurso em manutenção’. “Janeiro e fevereiro é época de muita chuva e as pessoas possivelmente vão querer sair de férias. Além disso, em fevereiro temos safra e as estradas precisam estar em boas condições de trafegabilidade”, disse.

Guto Silva afirmou que o pedágio, nos moldes atuais, é uma chaga do Paraná. Segundo ele, o contrato é mal fadado e puniu o Estado. “O Estado precisa de um modelo diferenciado. E nós conseguimos avançar. Teremos um modelo que vai garantir muita transparência. Temos convicção de que vamos apresentar um modelo saudável, que esteja à altura do nosso Paraná”, argumentou ao falar que o pedágio no Paraná se tornou em um estigma muito grande porque ‘foi um contrato muito mal feito que saqueou o espírito do Paranaense’.

Dos cerca de 3,3 mil quilômetros que serão concedidos, aproximadamente 1 mil quilômetros são de estradas estaduais e mais de 2 mil quilômetros são de rodovias federais. Conforme Guto Silva, haverá que ter uma construção em conjunto para que o Paraná possa dar a manutenção e serviços necessários até que novo contrato entre em vigor.

Durante o processo de discussão para o sistema de concessão, o governo afirmou que tinha como prioridade estabelecer um modelo com tarifas mais baixas de pedágio nas rodovias do estado. O novo modelo prevê investimentos de R$ 43 bilhões em seis lotes, com obras de duplicação, contorno e trincheiras. Estão previstos 1,8 mil km de duplicações. Os novos contratos devem ter 30 anos de duração.

Guto Silva lembrou que o modelo que será adotado pelo estado prevê um programa com tarifas mais baixas e muitas obras, com 1,7 mil quilômetros de duplicações, mais de mil intervenções especiais como viadutos, trincheiras, terceiras faixas e passarelas, e 30% de redução no valor do pedágio já na largada, com disputa livre para cair ainda mais no leilão.

“O atual modelo lesou o futuro de uma geração, seja com rodovias inseguras, rodovias não duplicadas e preços elevados das tarifas. E coube ao governador Ratinho Junior traçar uma nova modelagem. O Governador conversou com o próprio presidente para dizer que o modelo que estava sendo desenhado não cabia ao Paraná porque por mais de 30 anos fomos penalizados por um modelo que machucou demais”, afirmou.

Serão seis lotes foram concedidos:

Lote 1: trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427, com extensão total de 473,01 km;

Lote 2: trechos das rodovias BR-153, BR-277, BR-369, BR-373, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-508 e PR-855, com extensão total de 575,53 km;

Lote 3: trechos das rodovias BR-369, BR-376, PR-090, PR-170, PR-323 e PR-445, com extensão total de 561,97 km;

Lote 4: trechos das rodovias BR-272, BR-369, BR-376, PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986, com extensão total de 627,98 km;

Lote 5: trechos das rodovias BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317, com extensão total de 429,85 km;

Lote 6: trechos das rodovias BR-163, BR-277, R-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, com extensão total de 659,33 km.