Safra 22/23 do PR alcançou volume recorde: 46,3 milhões de toneladas de grãos

A safra paranaense 22/23 deve alcançar volume recorde, chegando a pouco mais de 46,3 milhões de toneladas (a safra de 21/22 ficou com 34 milhões de toneladas). A estimativa foi divulgada nessa quinta-feira (28) pelo Departamento de Economia Rural (Deral).

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a colheita do milho de segunda safra está encerrando no Paraná, faltando apenas 1% dos 2,3 milhões de hectares. A estimativa é que a produção somada da primeira e segunda safras 2022/23 supere os 17,9 milhões de toneladas, colocando-se entre as maiores do Estado.

“A segunda safra é excelente, apesar dos percalços climáticos”, afirma o analista do produto no Deral, Edmar Gervásio. “O mercado ficará bem abastecido”. Segundo ele, é possível que o Paraná amplie um pouco o volume de exportação, que normalmente fica em torno de 2 milhões de toneladas, superando 3 milhões de toneladas.

Já os produtores de soja conseguiram avançar bastante o plantio em setembro, na próxima safra, alcançando 16% da área de 5,8 milhões de hectares. Até o final do mês deve ultrapassar 20%, volume bastante superior à média de 5% a 7% para setembro. A produção deve alcançar 21 milhões de toneladas. “A largada foi muito boa”, diz Gervásio.

Segundo ele, esse adiantamento no prazo pode ajudar também a antecipar o plantio do milho segunda safra, caso tenha o clima ideal. “É bom para o planejamento do produtor que teoricamente poderá se beneficiar de um clima mais propício para a semeadura do milho principalmente na região Oeste”, pondera.

Trigo

Comparativamente à previsão de agosto, o trigo perdeu cerca de 10% do potencial, baixando de 4,5 milhões de toneladas para 4,16 milhões, ainda assim recorde para a cultura no Estado. “Já pode ser caracterizado como perda, mas pode reduzir ainda mais”, afirma o agrônomo Carlos Hugo Godinho. Segundo ele, a principal razão é a brusone, uma doença da lavoura.

A colheita atinge cerca de 60% dos 1,4 milhão de hectares e as consequências da doença são observadas somente depois de retirada da terra. “Há má formação de grãos, o que reduz a produtividade em volume mais intenso do que o comum”, explica. O brusone se beneficiou das altas temperaturas observadas no inverno. Ainda há preocupação com as lavouras a serem colhidas no Centro-Sul.