Acusado de planejar atentado contra Renata Franco vai a júri após seis anos

Após seis anos de um atentado que chocou a cidade de Campo Mourão pela crueldade com que foi cometido, será julgado nesta quinta-feira (18) o acusado de ser o mentor intelectual (mandante) do caso de Renata Franco, que na época do crime era gerente comercial do Tasabendo.com.

O atentado ocorreu no dia 9 de novembro de 2015, após Renata ser atraída para uma emboscada, sob o pretexto de que comparecesse à Avenida do Bosque, no Jardim Araucária, para venda de espaço publicitário neste site.

Ao chegar ao local, ela foi surpreendida pelo atirador. Após receber o primeiro tiro na omoplata esquerda, Renata deitou de bruços embaixo de seu carro, na parte da frente – queimando-se gravemente nas costas, com o motor do veículo.

Ali o atirador acertou o pé da vítima e se afastou para destravar a pistola 380 com que atirava. Nesse momento, Renata levantou-se e gritou por socorro várias vezes. Ela correu, mas foi perseguida e levou mais dois tiros: um no braço esquerdo e o outro no ombro, do mesmo lado.

Socorrida, ela foi levada para a Santa Casa, onde sobreviveu, mas até hoje sofre com as sequelas do atentado.

O julgamento

O julgamento acontece nesta quinta-feira, no Tribunal de Júri do Fórum de Campo Mourão e será presidido pelo juiz Fabrício Voltaré, tendo como assistente de acusação o advogado Gustavo Ferreira Dias. Representando o Ministério Público, estará o promotor Noboru Fukace. O advogado de defesa do réu será Edmundo Santana.

O advogado Gustavo Ferreira afirma que está confiante na condenação do acusado. “Mediante as provas contidas nos autos do processo, estamos confiantes na condenação do mentor intelectual desse atentado que comoveu nossa cidade”, disse Ferreira.

Conforme foi apurado nas investigações, além do mandante e do atirador, uma terceira pessoa teve participação no atentado. ”Essa pessoa era funcionário do mandante e intermediou o contato com o atirador, acertando inclusive os valores pelo serviço”, relatou o advogado. Já o atirador nunca foi identificado.

Ainda segundo Ferreira, o crime teve pelo menos uma semana de planejamento, período em que Renata ficou sendo vigiada pelos criminosos.

“Pelo que foi constatado por meio de escutas telefônicas eles passaram uma semana tentando ceifar a vida da Renata, até que no dia 9 de novembro atraíram ela para uma emboscada, onde acredito que até por uma questão divina ela sobreviveu”, afirmou, salientando que o julgamento será um marco para a história jurídica de Campo Mourão.

O acusado de ser o mandante do crime chegou a ser preso em 2016, permanecendo detido durante seis meses, mas depois foi posto em liberdade para aguardar o julgamento. O júri começa às 9 horas, com previsão de encerramento somente durante a noite.