Após evacuação de cerca de 500 moradores, BOPE apreende 240 kg de explosivos em Campo Mourão
Com apoio da equipe policial militar (Rotam), do Corpo de Bombeiros e da Prefeitura Municipal, por meio da Defesa Civil, o esquadrão antibombas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar (PM) de Curitiba apreendeu uma grande quantidade de artefatos explosivos dentro de um veículo Fiat Toro, estacionado no quintal de uma residência sem moradores na Rua das Glórias, esquina com a Rua Guarani, no Jardim Lar Paraná, em Campo Mourão. Operação aconteceu na noite dessa terça-feira (1º de julho).
Foram recolhidos 136 cartuchos de emulsão – popularmente conhecidos como bananas de dinamite – pesando aproximadamente 240 quilos, além de seis metros de cordel detonante, o suficiente para provocar uma explosão com alcance superior a um quarteirão, segundo as forças de segurança. O plantão da TRIBUNA acompanhou os trabalhos durante toda a operação.
Foi necessária a evacuação de aproximadamente 500 pessoas, de cerca de 100 casas no perímetro de mais de 200 metros, trabalho que iniciou por volta das 17 horas. O fato chocou a população local e da região, repercutindo, inclusive, em nível estadual. A atuação das equipes policiais e especializadas durou cerca de cinco horas. Os moradores começaram a retornar para suas casas após as 22h30, sendo mantida isolada apenas uma pequena área no entorno da residência onde estava o veículo, para conclusão dos trabalhos da Polícia Científica.

Após o recolhimento dos artefatos, eles foram encaminhados para Curitiba, onde passarão por perícia com objetivo de rastrear e identificar a origem do material. O veículo, que apresenta indícios de ser uma caminhonete dublê, ou seja, clonada, com placas de São Paulo, mas originalmente registrada em Apucarana, foi apreendido e encaminhado ao pátio da Polícia Civil local.
A operação mobilizou cerca de 20 agentes, entre policiais militares, bombeiros e policiais civis. O Conselho Tutelar também foi acionado, já que uma família com cinco crianças resistia a sair da residência, por não ter para onde ir. Em seguida, os moradores foram abrigados temporariamente em um local seguro e concordaram em se retirar.
A suspeita da presença de explosivos chegou inicialmente à Central de Operações Policiais Militares (Copom), por meio de uma denúncia anônima. O denunciante relatou que havia caixas de papelão na Toro e que em uma delas estaria escrito “cuidado explosivo”.
De acordo com o tenente Davi Otávio Bentz, do 11º Batalhão da Polícia Militar (BPM), assim que a PM confirmou as suspeitas, acionou a companhia antibombas do BOPE, que se deslocou rapidamente a Campo Mourão com o uso de aeronave.
A participação da população foi considerada essencial para a ação. “A gente sempre conta com a população no sentido de, se verificar alguma conduta inapropriada ou suspeita de crimes, estar informando a Polícia Militar, para que nós possamos tomar as providências cabíveis nessa situação”, disse o tenente Bentz.

Ele acrescentou que, segundo informações repassadas pelo esquadrão antibombas, a grande quantidade de artefatos apreendidos possui alto valor no “mercado negro” e que, devido à sua periculosidade, exigiu máxima cautela durante todos os procedimentos. “Se existisse o risco real de explosão e se, eventualmente, acontecesse essa explosão, seria, com certeza, mais de um quarteirão levado por conta dessa quantidade de carga explosiva”, afirmou Bentz, ao agradecer a cooperação dos moradores, que, em sua maioria, não ofereceram resistência na evacuação.
O tenente Leniel, também do 11º BPM, esclareceu que, embora exista um colégio no bairro onde a situação foi identificada, a escola não fica tão próxima da área de risco e não foi necessário realizar qualquer tipo de intervenção no local, apenas nos imóveis mais próximos. “As orientações regulamentares são isolar o local, preservar a vida das pessoas que moram no entorno, porque é pequeno, mas há um risco de explosão. Então, essa evacuação é prioritária, que é o que aconteceu”, afirmou o tenente.
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A prefeitura, por meio da Defesa Civil, foi acionada pelo Corpo de Bombeiros para auxiliar na evacuação dos moradores. As pessoas foram orientadas a procurar abrigo em casas de familiares e amigos até a liberação da área. “Pegou a gente de surpresa, dá um medo muito grande”, disse uma moradora, que preferiu não se identificar, ao acrescentar que o veículo já tinha sido visto no quintal da residência desde domingo (29).
Aquelas que não tinham para onde ir foram encaminhadas a abrigos pela equipe, que também prestou apoio às forças de segurança, inclusive com alimentação. “Agradecemos a compreensão dos moradores, que todos foram evacuados do local”, disse o diretor da Defesa Civil, Gelvisson Gabriel Bruno da Silva, acrescentando que a situação foi controlada em menos de duas horas após o início do trabalho.
Após as 22 horas, com o encerramento da atuação do BOPE, não havia mais risco de explosão, conforme informou o tenente Bentz. “Os próximos procedimentos ficam a cargo da Polícia Civil, no sentido de investigação e verificação da origem desses explosivos ou para que seriam utilizados”, completou.