Ex-prefeito de Fênix é condenado pela morte de ‘companheiro’ político

Após praticamente um dia todo de julgamento, foi condenado a 16 anos de prisão o ex-prefeito de Fênix, Aristóteles Dias dos Santos Filho, mais conhecido como “Totinha”. Ele foi julgado por um júri popular nessa terça-feira (23), no Fórum de Justiça de Engenheiro Beltrão. “Totinha” foi o mentor do assassinato do então prefeito da cidade, Manoel Custódio Ramos, o “Nego”, seu próprio ‘companheiro’ político. Na época ele era vice-prefeito de Ramos. O crime ocorreu no dia 4 de fevereiro de 2006.

“Totinha” foi condenado por homicídio duplamente qualificado. Em decorrência da delação premiada, sua condenação foi reduzida em 50%. Ele iniciará o cumprimento da pena no regime semiaberto, restando 6 anos e 22 dias de reclusão. O condenado já havia sido preso por pouco mais de um ano e oito meses, mas conseguiu um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sendo solto. Ou seja, vinha respondendo o processo em liberdade.

Além de “Totinha”, foram arrolados no processo, acusadas de envolvimento no assassinato, Sidnei Aparecido Farias e Luiz Pereira de Souza Júnior. Luiz foi o executor do crime, conforme apontam as investigações. Ele foi contratado por Sidnei e “Totinha”.

O crime

O então prefeito Manoel Ramos foi morto quando estacionou o carro na garagem da casa dele, no centro da cidade. Segundo a polícia, um homem teria chamado ele até o portão o atingindo com cinco tiros no peito e na cabeça. Nego morreu na hora.

O crime apenas foi descoberto em abril de 2007, após a prisão de Luiz Pereira de Souza Junior, acusado de ser o autor. Segundo a polícia, Souza Junior recebeu R$ 15 mil para matar Ramos.

A polícia apurou que ele teria sido contratado pelo braço direito do ex-prefeito, o ex-funcionário público Sidney Aparecido Farias. Souza Junior foi preso em Londrina. Farias também foi detido. Após o homicídio, Souza Junior teria fugido para Rondônia, mas voltou ao Paraná para receber pela execução do ex-prefeito, quando foi preso.

Em depoimento à polícia, o acusado apontou “Totinha” como mandante do crime. Em junho de 2007, o Tribunal de Justiça do Paraná decretou a prisão do ex-prefeito. Mas os advogados do ex-prefeito conseguiram um habeas corpus no STJ alegando excesso de prazo no julgamento do processo. O ex-prefeito pediu exoneração do cargo à época, perdendo o foro privilegiado. Ou seja, passou a ser um cidadão comum e respondia em liberdade até o julgamento do caso por um júri popular.

Na época do crime, a Polícia apontou que “Nego” teria sido morto após tomar decisões à frente da prefeitura que desagradaram o vice “Totinha” e Farias, que era o chefe do almoxarifado municipal. Em junho de 2021, Farias foi morto a tiros em um bar na cidade de Fênix junto com outro homem. Apesar da suspeita de sua participação na morte do ex-prefeito, sua execução não teria relação com o crime, segundo a polícia.