Alep vota na segunda projeto que transforma Caminhos de Peabiru em Patrimônio Imaterial do PR

Será votado na próxima segunda-feira (18), pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), projeto que transforma a trilha Caminhos de Peabiru em Patrimônio Imaterial do Paraná. O projeto de lei nº 548/2018, é de autoria do deputado Marcio Nunes (PSD). Os Caminhos de Peabiru abrange um trecho de 1.550 quilômetros de extensão que percorre 86 municípios e 29 distritos administrativos.

O projeto é inspirado nas pesquisas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre os Caminhos de Peabiru, na região de Campo Mourão (Necapecam). O estudo foi coordenado pela professora Sinclair Pozza Casemiro e na monografia “O Caminho de Peabiru: Implicações em seu tombamento como Patrimônio Material e Imaterial”, do acadêmico e historiador Arléto Rocha.

Os Caminhos de Peabiru visa resgatar, proteger e fomentar o turismo e a cultura das cidades que circundam a trilha histórica. Os caminhos são ramificados e vão de Paranaguá a Peabiru (800 km passando por 30 municípios), de Peabiru a Foz do Iguaçu (450 km e 36 municípios) e de Peabiru a Guaíra com (300 km e 18 cidades).

“Os Caminhos de Peabiru, a minha concepção frente à diversidade de rotas, tem no Paraná sua maior riqueza. Observe o mapa do Brasil e perceba o norte de Santa Catarina na região de Joinville, Monte Crista e Garuva; norte o sul de São Paulo partindo de São Vicente, Praia Grande, Iguape, Cananéia e observe toda costa paranaense, o litoral mais adentrado para o continente. América do Sul a oeste, passando o chaco paraguaio, pantanal brasileiro e sul boliviano, temos uma planície que margeia a Cordilheira dos Andes até se ligar ao Amazonas”, observou o historiador Arléto Rocha, pesquisador e estudioso da trilha histórica.

“Logo, visualizamos o litoral do Paraná como a distância mais curta as inserções de aventureiros de outrora, e do outro lado a planície central como traçado mais suave as inóspitas montanhas e por fim os Caminhos de Peabiru como rotas para o ir e vir das paleossociedades, indígenas, europeus, asiáticos nesta movimentação milenar em meio a selva exuberante e campos destas áreas. O Peabiru é um patrimônio sul-americano, um patrimônio e mundial, mas por essência, paranaense também”, emendou o historiador.

A expectativa é que a partir do momento em que os Caminhos de Peabiru tiver infraestrutura, como portais, sinalização para o viajante, e indicações de hotéis, restaurantes, comércio e atrações no entorno, movimente a economia de cada cidade por onde passa a trilha.

Pelo projeto, o Governo do Paraná ficará responsável por toda a sinalização, pelos portais e também pela tecnologia a ser oferecida aos turistas, como aplicativos de celular. Um grupo de trabalho da Secretaria de Estado do Turismo analisará cada trecho.

O diagnóstico identificará a necessidade de sinalização, suporte de infraestrutura, apoio aos empresários para que possam se adequar para receber os turistas. Serão estudados também os setores possíveis de exploração em cada região, como a possibilidade de implantar o cicloturismo, cavalgadas, entre outros.

Os Caminhos de Peabiru

Os Caminhos de Peabiru fazem parte da milenar rota transcontinental que ligava o Oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando o Brasil, passando por Paraná, São Paulo e Santa Catarina e Paraguai, Bolívia e Peru. A região conta com vestígios arqueológicos que ultrapassam 3 mil quilômetros, carregados de histórias, lendas e aventuras.

O percurso histórico, criado pelos índios guaranis, integra a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas) do governo federal e foi declarado Patrimônio de Natureza Cultural e Imaterial Paranaense a Rota Transcontinental Caminhos de Peabiru.

As rotas sinalizadas pelo projeto vão estimular a economia criativa, atrair turistas nacionais e internacionais, incrementar as redes de restaurantes, pousadas, hotéis, artesanato e o comércio local; estimular a saúde pelo contato com a natureza, jogos, caminhadas, cavalgadas, dentre outros eventos, inclusive, divulgação dos pratos típicos.

Da Comcam, participam do projeto as cidades de Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre D’ Oeste, Roncador e Ubiratã.