Casos de sarampo triplicam no PR e deixam Comcam em alerta para doença

Com os casos de sarampo triplicados em uma semana no Paraná – aumentaram de 13 para 39-, a região da Comcam ascende um sinal de alerta contra o vírus que já circula em municípios bastante próximos, como o caso de Maringá. Há ainda 217 casos em investigação e 37 descartados. Por enquanto não há confirmações na região de Campo Mourão, porém os cuidados devem ser mantidos, já que o vírus é facilmente disseminado.

A circulação viral existe e os casos aumentam toda semana, pode ser uma questão de tempo até chegar aos municípios da Comcam, preocupou-se o chefe da 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira.

De acordo com o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, os municípios que registram ocorrência da doença são Campina Grande do Sul (1), Campo Largo (1), Colombo (2), Curitiba (28), Fazenda Rio Grande (1), Pinhais (1), Ponta Grossa (1), Maringá (2), Rolândia (1) e Jacarezinho (1).

O chefe da 11ª Regional orienta que a forma mais eficaz de prevenção à doença é a vacinação, principalmente em crianças, que estão mais suscetíveis às complicações do vírus. De acordo com a Sesa, nos novos registros, duas das vítimas são bebês com cinco meses de vida. O panorama em relação à faixa de idade mostra que a maioria dos casos confirmados está na faixa de idade que varia entre 20 a 29 anos, ou seja, os adultos jovens.

De acordo com Siqueira, a Regional de Saúde tem orientado os municípios a fazerem a busca ativa da população para vacinação. Outra orientação é que os profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas e notifiquem a Vigilância Epidemiológica municipal os casos suspeitos para as medidas necessárias como o bloqueio vacinal. Como a contaminação é pelo ar, qualquer contato com uma pessoa doente é um risco alto de transmissão.

Siqueira lembrou ainda que preocupada com a situação, a Regional tem oferecido capacitação aos profissionais de Vigilância dos 25 municípios como meio de reforçar as ações contra a doença. Ele orientou que além da vacinação, a população deve manter também medidas de higiene como lavar as mãos, e proteger ao tossir ou espirrar.

VACINAÇÃO

A vacinação é a melhor maneira de prevenir o sarampo. A orientação é que a população fique atenta às datas da carteira de vacinação e aos registros de doses. A dose zero deve ser aplicada em crianças entre seis e onze meses. A dose número 1 aos 12 meses de vida com a vacina tríplice viral (que previne sarampo, caxumba e rubéola), e a dose 2 aos 15 meses com a vacina tetra viral (que previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora).

A população com até 29 anos deve receber duas doses da vacina. E para as pessoas que estão no grupo com idade entre 30 e 49 anos basta ter o registro de uma dose são consideradas vacinadas. Acima dos 50 anos, a vacina é indicada apenas nos casos de bloqueio vacinal após a exposição com casos de suspeita da doença ou confirmados.

Mulheres que estão amamentando podem ser vacinadas. E aquelas que desejam engravidar, devem aguardar no mínimo 30 dias após receber a dose da vacina. Os profissionais da área da saúde devem ser vacinados com as duas doses da tríplice viral em qualquer faixa etária, independente se atuam na atenção primária, secundária ou terciária.

O sarampo é uma doença infecciosa, transmitida por vírus e que pode ser contraída por pessoas de qualquer idade. As complicações decorrentes do sarampo são mais graves em crianças menores de cinco anos e podem causar meningite, encefalite, pneumonia, entre outras. O vírus é transmitido pela respiração, fala, tosse e espirro. As micropartículas virais ficam suspensas no ar, por isso o alto poder de contágio da doença.

Os sintomas mais comuns são febre alta, tosse, coriza, conjuntivite, exantema (manchas avermelhadas na pele que aparecem primeiro no rosto e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo), outros sintomas como cefaléia, indisposição e diarréia também podem ocorrer. Como não existe tratamento específico para o sarampo, é importante ficar atento com o aparecimento dos sintomas. Os doentes ficam em isolamento domiciliar ou hospitalar por um período de sete dias a partir do aparecimento das manchas vermelhas no corpo.

CENÁRIO NACIONAL

O Brasil registra 4.507 casos confirmados de sarampo em 19 estados, os dados são do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde referente ao período de 30 de junho a 21 de setembro. 97,5% dos registros estão concentrados em 168 municípios de São Paulo, principalmente na região metropolitana do estado. No Paraná já são 10 cidades com registro de sarampo.