Em clima de luto por vítimas da covid, Farol completa 28 anos nesta quarta

O município de Farol comemora nesta quarta-feira (23), 28 anos de emancipação político-administrativa. Com aproximadamente 3.422 habitantes, o prefeito da cidade, Oclecio de Freitas Meneses (PODE), lamentou que no momento não há muito o que comemorar. Segundo ele, o sentimento é mais de luto pelas 9 vidas perdidas para o vírus. “Mas mesmo com todo este sentimento de tristeza não podemos deixar de acreditar em dias melhores”, falou.

O prefeito comentou que nem mesmo será feita a queima de fogos, como ocorreu em 2020. “Não justifica a gente comemorar nada neste momento tão difícil em que estamos perdendo os amigos e moradores da nossa cidade. O pedido que fazemos à nossa população é que fique em casa. Não aglomere”, afirmou. 

Ele disse que os recursos que seriam gastos com a queima de fogos, cerca de R$ 15 mil, serão investidos na saúde. “Saúde é o que a nossa população mais precisa. Além disso, o momento é de respeitar os moradores que perdemos para a Covid-19”, ressaltou.

O gestor fez uma avaliação do desenvolvimento da cidade nestas quase três décadas de fundação. Disse que desenvolveu bastante. “Mas nos últimos oito anos ficou paralisada. Perdeu tempo. Deveria ter evoluído mais. E nós entramos agora para retomar o caminho do desenvolvimento”, frisou.

Segundo ele, até o momento, o foco de sua gestão tem sido a reorganização da ‘casa’. “Estamos fazendo um trabalho firme na limpeza de toda a cidade. Para se ter ideia, somos o único município de 25 cidades da Comcam sem nenhum caso de dengue. Estamos trabalhando firmes na saúde, inclusive somos o primeiro município da região a colocar à disposição de toda a comunidade o teste rápido para detecção da Covid-19”, disse.

Além disso, o prefeito disse que apesar das dificuldades, a administração vem investindo em obras de infraestrutura, como revitalização de vias, Parque das Flores, entre outras. “Na agricultura estamos avançando no cascalhamento e levantando as estradas para dar mais conforto aos nossos agricultores”, afirmou. 

Meneses acrescentou que a pandemia da Covid-19 tornou ainda maior o desafio de administrar a cidade. “Pegamos um município com um decreto de calamidade pública. Mas mesmo assim acreditamos e trabalhamos. Temos que agradecer todos os funcionários de todos os setores que tem ajudado, mas em especial a equipe da saúde que coloca sua vida em risco para cuidar da vida da nossa população”, argumentou, ao deixar a seguinte mensagem à população. 

“A nossa mensagem é de gratidão. Não temos o que comemorar neste momento. Vale mais o silêncio em respeito às vítimas da covid. Mas quero que todos saibam que estamos firmes cuidando dos nossos moradores. A esperança é de que em um futuro bem próximo estaremos com a cidade muito melhor do que está. Farol vai viver uma nova era após 2021. E peço que todos acreditem nisso”, falou. 

Farol: A Cidade Iluminada

Dados históricos indicam que a colonização de Farol ocorreu a partir de 1938, por meio do pioneiro Silvério Quintino Ribeiro, na comunidade rural de Alto Boa Vista e em meados de 1942, quando chegaram à região, vindas do Sul do Estado, as famílias de Manoel Soares de Lima e Antonio Dutra. Os pioneiros derrubaram a mata onde hoje se localiza a sede municipal de Farol.

Em 1948 já existia um pequeno povoado, que ganhou o nome de Pinhalão D”Oeste, denominação efetivamente geográfica. Em 1955, a comunidade foi elevada à categoria de distrito de Campo Mourão, com a denominação de Farol. A origem do nome deve-se ao fato do cruzamento das estradas de Campo Mourão/Farol (Pinhalão D’Oeste), e Campo Mourão/Boa esperança (Barreirão)/Arapuá (Barreirinha)/Janiópolis (Pinhalzinho).

Contam os pioneiros que no entroncamento destes caminhos às margens do atual Rio Farol, existia uma placa de indicações dos principais rumos a tomar, como se fosse um farol para os navegantes se orientarem nas direções devidas, daí o nome Rio Farol, e depois Município de Farol.

Em 1989 foi constituída uma comissão pró-emancipação, presidida por Gentil de Lima Costa e, em 23 de junho de 1991 aconteceu o plebiscito, onde a população aprovou a proposta de tornar o distrito em município. A data do plebiscito foi escolhida para marcar o aniversário, embora a lei estadual criando o município tenha sido aprovada em 25 de outubro. A instalação oficial ocorreu em 1º de janeiro de 1993.