“Estamos com a ‘corda no pescoço’“, diz presidente da Comcam sobre comércio

Prefeitos da região voltaram a se reunir emergencialmente, na manhã desta sexta-feira (5), para discutir a situação da pandemia do coronavírus (Covid-19) na região. O foco do encontro foi o comércio da região, cuja grande parte dos segmentos segue fechada em cumprimento a decreto do Governo do Estado, que vigora até o dia 8. Há uma grande pressão de associações comerciais nos prefeitos para a reabertura. 

“Todos os prefeitos e presidentes de associações estão com a mesma fala. A gente não consegue mais segurar o comércio. Estamos com a 'corda no pescoço'. Pedimos o apoio do Estado porque poucos estão pagando as contas”, falou o prefeito de Araruna, Leandro Oliveira, presidente da Comcam. 

Houve uma reunião online hoje de manhã entre presidentes de várias associações de municípios com a AMP (Associação dos Municípios do Paraná). Ficou definido que a entidade se reunirá com a Casa Civil para expor a situação e o que pode ser feito. “Passamos a semana toda numa grande pressão”, falou Oliveira, ao comentar que as associações solicitaram ao Governo do Estado que não edite novo decreto sem ouvir os municípios.   

Ele comentou que a situação está insustentável. “Está difícil. Estamos sofrendo muito. Estamos entre a cruz e a espada novamente. Algumas decisões afetam diretamente a vida dos trabalhadores. Temos que pensar em um decreto buscando o equilíbrio entre controlar a epidemia sem prejudicar tanto a economia”, defendeu. “É nossa obrigação”, emendou, ao comentar que as Associações de Municípios do Paraná aguardam uma resposta do Governo do Estado do que será feito. 

O prefeito de Boa Esperança, Joel Buscariol, disse que o decreto do Governo do Paraná é ‘falho’ e que só penaliza uma parte do comércio. “Disse isso pessoalmente a Casa Civil”, falou ele. 

O prefeito de Iretama, Same Saab, defende o funcionamento do comércio principalmente nas pequenas cidades, mas com medidas duras de fiscalização. “Vamos insistir com o governador questões de flexibilização dos municípios pequenos onde a realidade é outra. Em Iretama, por exemplo, estamos fazendo um trabalho forte, e no momento está tudo muito calmo”, frisou. 

O prefeito de Nova Cantu, Airton Agnolin, disse que o problema da transmissão do vírus está nas festas clandestinas promovidas na região. “Nas cidades menores dá para flexibilizar sim e temos que levar isso para o Governador. Tem que permanecer com a fiscalização ferrenha e o toque de recolher das 8 às 5, mas mantendo o comércio aberto durante o dia. O problema da nossa região, principalmente em Nova Cantu, são as festinhas clandestinas que acontecem à noite e na madrugada”, ressaltou. Ele destacou que não se pode, no entanto, abrir mão da fiscalização, relaxando as medidas de prevenção. 

O prefeito de Peabiru, Julio Frare, diz que começará a tomar medidas por conta própria na cidade. “A partir de agora eu vou tomar as decisões que eu achar que é melhor para meu comércio”, falou, ao comentar que alguns municípios não cumpriram acordo coletivo de manterem todo o comércio fechado. “Desde o início fomos rigorosos e alguns municípios foram abrindo a guarda. Enquanto isso aqui a gente levando o ‘cacete’ aqui”, desabafou.