IDR-PR promove inspeção periódica de pulverizadores na Comcam

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), vem realizando a inspeção periódica de pulverizadores na região de Campo Mourão. Dentro da programação da ação, é oferecido aos produtores rurais um curso de inspeção.

O primeiro município a receber o serviço é Luiziana. Não à toa. Na cidade, está em vigor a Lei da Cortina Verde, que proíbe o uso de agrotóxicos em faixa de 100 metros no entorno de áreas urbanizadas. O objetivo é reduzir problemas de intoxicação da população que reside nos arredores de lavouras.

A extensionista do IDR-PR, do escritório de Luiziana, Laura Helena Goulart da Silva, lembra que o município tem sua economia voltada à produção agropecuária, especialmente produção de grãos como soja, milho, trigo e feijão. “Mas também tem relevância social e econômica as pecuárias de leite e corte, a produção de hortaliças e a atividade da sericicultura”, frisou. Para se ter ideia, somente a criação do bicho da seda, a partir do cultivo de amoreiras, abrange 27 propriedades exploradas por agricultores familiares.

Laura destaca a importância da inspeção e correta regulagem de pulverizadores. “O uso de equipamentos mal calibrados, e muitas vezes com pontas inadequadas, pode gerar grande perda de agroquímicos, com elevação dos custos de aplicação, redução da eficiência no controle de pragas, doenças e plantas daninhas e aumento no risco de contaminação do ambiente”, explicou.

Segundo ela, em Luiziana, foram inspecionados seis pulverizadores, um por dia, com a participação de 15 produtores das Comunidades Água da Abelha e Rio Sem Passo e dos Assentamentos Luz e Rio Laranjeiras. “São todos agricultores assistidos pelo IDR – Paraná. Foi priorizada a participação daqueles cujas propriedades encontram-se próximas ou no entorno de áreas exploradas com amoreira (sericicultura) ou cultivo de hortaliças, pois são explorações sensíveis à deriva de agrotóxicos”, informou Laura.

Durante as inspeções foram verificados vários detalhes técnicos dos pulverizadores. O instrutor do Senar, Francisco Leite dos Santos, destaca algumas irregularidades encontradas, como uso de apenas um modelo de bico de pulverização para diferentes controles (pragas, doenças ou plantas daninhas); única pressão de trabalho e velocidade de aplicação; filtros inadequados; problemas no manômetro; vazamentos; imprecisão na leitura do nível da calda; variação no espaçamento entre bicos e válvula de comando desajustada.

“Também foi identificada a ausência de proteção na tomada de potência do trator, com sérios riscos de acidente ao operador. O mais importante não é a idade do pulverizador, mas sim sua adequada manutenção e regulagem”, destacou o instrutor.

Segundo ele, a proposta é realizar 80 cursos no Estado, sendo nove somente na região de Campo Mourão, criando nos produtores o hábito da inspeção permanente de seus pulverizadores. “Esta iniciativa ganha especial relevância em Luiziana, onde tem a lei da Cortina Verde aprovada pelo município”, ressaltou.