Incêndio de grandes proporções consome cerca de 50 alqueires de pastagens e plantação

Um incêndio de grandes proporções deixou estragos e prejuízos a proprietários rurais na cidade de Campina da Lagoa, nesta segunda-feira (13). A grande cortina de fumaça que se formou podia ser vista a quilômetros de distância. “Parecia que tinha um vulcão em erupção na cidade”, falou o comunicador Ruderson Ricardo, em vídeo publicado em suas redes sociais.

O incêndio deixou moradores apreensivos com o risco de residências serem atingidas. De acordo com informações do Portal “O Vale” o fogo iniciou no bairro do Caçula, percorrendo até a região da Água da Campina, atingindo várias propriedades, destruindo pastagens, culturas de aveia, trigo e mata nativa. Segundo levantamento realizado por moradores da região afetada, cerca de 50 alqueires de plantação foram reduzidos a cinzas.

As chamas chegaram bem próximas de residências. Moradores da Estrada Velha para Ubiratã, Timburi, Bela Vista e Água da Campina ficaram assustados com o fogo, que passou a poucos metros de suas casas.

Em uma propriedade localizada às margens da Estrada para Bela Vista o fogo chegou até a residência do proprietário. Só não aconteceu o pior porque os brigadistas chegaram a tempo, controlando as chamas, impedindo que a residência fosse queimada. Todo o pasto da propriedade e uma reserva que protege a mina de água que abastece o imóvel foram destruídos.

O incêndio foi controlado pela Defesa Civil e funcionários da prefeitura com caminhões pipas e agricultores que utilizaram tanques de água e até pulverizadores para o combate. Produtores também fizeram aceiros para evitar a propagação das chamas. Uma equipe da Polícia Militar também auxiliou na ocorrência. Existe a suspeita de que o incêndio tenha sido criminoso. A Polícia Civil deverá investigar o caso.

De acordo com dados, o número de incêndios ambientais aumentou 24% entre janeiro e agosto de 2021 no Paraná, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Só neste ano foram mais de 7.600 registros, ante cerca de 6.100 no ano passado. Em 2020, conforme os bombeiros, foram 512 ocorrências em campos, 312 em lavouras, 1.052 em pastagens e outros 273 em plantios florestais.

O principal motivo para o aumento de incêndios é falta de chuvas no Estado. A orientação é para evitar que grandes desastres, como o que aconteceu no Paraná em 1963 e é considerado o maior incêndio florestal do Brasil, se repitam. Naquele ano, 10% do território paranaense foi queimado. Foram dois milhões de hectares destruídos pelas chamas, deixando 110 mortos e cerca de um mil feridos.

Na época, o fogo foi iniciado por lavradores que queriam fazer a limpa nas propriedades, mas a estiagem prolongada e as geadas que tinham queimado as matas contribuíram pra que o fogo saísse do controle. No total, foram 128 municípios atingidos. Foi um marco para o Estado, que teve um período de estiagem muto grande e que após as chuvas e descargas elétricas, acabou que teve uma proporção estadual.

Copel

A severa estiagem aumentou as queimadas também próximas da fiação elétrica. Nos sete primeiros meses deste ano, a Copel registrou 116 desligamentos provocados por queimadas nas redes de distribuição, uma quantidade 30% maior que a observada no mesmo período em 2020.

O último mês de julho foi o que concentrou o maior número de ocorrências: foram 33 situações, o dobro dos atendimentos no mesmo mês do ano anterior. O fogo próximo à rede pode prejudicar o abastecimento mesmo que não entre em contato direto com os fios, por conta do fenômeno de ionização do ar, que induz o curto-circuito e traz risco, inclusive, de rompimento dos cabos. Por isso, em algumas situações o desligamento também é voluntário como medida de segurança, a pedido do Corpo de Bombeiros.

Em 2020, duas ocorrências nos meses de agosto e setembro causaram o desligamento de linhas de transmissão operadas pela Copel, no Paraná e no estado de São Paulo. O Corpo de Bombeiros orienta a população que, ao presenciar um incêndio ambiental, acione imediatamente a Central de Operações, pelo telefone 193. Nesta época de vegetação seca, o fogo descontrolado pode se alastrar rapidamente, causando danos irreversíveis à fauna e à flora.

Além das condições climáticas ou naturais, uma parcela significativa dos incêndios é causada pela ação humana. É fundamental que se aumente os cuidados neste período, evitando queimadas de vegetação e de lixo, bitucas de cigarro lançadas no mato, fogueiras e balões. A fabricação, venda, transporte ou soltura de balões são atividades proibidas por lei. No Paraná existe ainda a previsão de penalidades para os causadores de incêndios ambientais, proporcionais à área atingida e aos danos causados.