Município monitora estações ecológicas com drones para identificar pontos de riscos de incêndios

As fortes geadas dos últimos dias mataram a vegetação e lavouras de milho que fazem divisa com matas de áreas de preservação permanente causando riscos de incêndios ambientais. A falta de chuva agrava ainda mais a situação. Para prevenir este tipo de incidente, o município de Barbosa Ferraz está monitorando suas estações ecológicas com drones para identificar pontos de riscos.

Nos locais, onde lavouras de milho secas fazem divisa com estas matas, os produtores estão sendo notificados a fazer a colheita e providenciar aceiros para prevenir a ocorrência de queimadas ou incêndios. “A medida protege tanto a vegetação nativa quanto a própria área do produtor rural”, comentou o secretário da Agricultura, Turismo e Meio Ambiente de Barbosa Ferraz, Marcilio Pinto Barbosa.

Ele disse que as áreas já foram identificadas e que está visitando pessoalmente os produtores para adotarem as medidas. “Alguns estão tendo problema porque acionaram o seguro após perdas na lavoura com a geada e só podem fazer a colheita ou o aceiro depois que a seguradora permitir. Nestes casos a gente tem que entender a situação. Mas em todo caso, os cuidados devem ser redobrados”, falou.

Barbosa comentou que alguns produtores que já colheram suas áreas estão providenciando os aceiros por conta própria. “Isso demonstra a consciência do nosso produtor, que está de parabéns”, reconheceu. O secretário comentou que as áreas monitoradas são de lavouras que fazem divisa com as estações ecológicas. O levantamento foi feito em todo o território do município, inclusive nas cidades de divisa, como o caso de Fênix, Quinta do Sol e Corumbataí do Sul.

“Com a geada forte, além das lavouras, a própria mata foi atingida. As folhas secas caem no solo fazendo com que o sol penetre mais profundamente no interior da vegetação. Qualquer faísca pode terminar em um desastre porque tem uma série de fatores que podem contribuir como a falta de chuva e o vento, por exemplo, que faz com que o fogo se propague muito rapidamente”, alertou.

O secretário faz um apelo aos caçadores para que evitem descartar bitucas de cigarros em meio a vegetação, o que também pode provocar graves incêndios. “Nesta época a população não pode descuidar. O fogo, além de causar prejuízos ambientais pode também prejudicar a saúde da população, principalmente quem tem problemas respiratórios”, observou.

Barbosa comentou também que muitos produtores costumam fazer utilização do fogo para limpeza de áreas, mas ele condena a prática, principalmente nesta época do ano. “Esta prática não é recomendada, agora menos ainda. Qualquer início de fogo pode se transformar em um grande incêndio incontrolável”, falou.

O prefeito do município, Edenilson Miliossi (Cidadania), destacou que a ação tem caráter preventivo, já que as estações ecológicas são de responsabilidade do município. “Através da nossa secretaria da Agricultura e Meio Ambiente fizemos este importante trabalho. Neste momento contamos com a consciência da população. Evitem fazer a limpeza de terrenos com fogo. Isso é crime e deve ser denunciado”, alertou Miliossi.

O secretário Marcílio Barbosa já visitou produtores rurais de Fênix e Quinta do Sol, com áreas de risco em Barbosa Ferraz, para expor a situação. “É um momento que exige todo cuidado possível”, ressaltou. Ele acrescentou que a administração iniciará nos próximos dias uma campanha de conscientização para prevenção de incêndios ambientais e florestais.

Crime

De acordo com a Lei Federal 9.605/98, provocar incêndio em mata ou floresta é crime ambiental, com pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa para caso doloso. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de 6 seis meses a 1 ano, e multa.