Programa de energia renovável é opção de economia a agricultores na região

Reduzir em até 30% o custo de produção ao produtor rural com energia elétrica, gerar emprego e renda e ainda diminuir a emissão de carbono e outros gases nocivos ao meio ambiente. Estas são algumas das vantagens do Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), lançado pelo Governo do Estado.

Na região da Comcam, os produtores podem procurar os escritórios do IDR-PR nos municípios para se inscreverem no programa, conforme o chefe regional do IDR-PR, em Campo Mourão, Jairo Quadros. O produtor, fazendo a instalação de sistemas pelo programa, além de acessar linhas de crédito com taxas de juros atrativas no sistema financeiro, o Governo do Paraná estará absorvendo o custo da taxa de juros. Ou seja, ele fica com o juro zerado, tornando o custo de implantação mais barato.

O projeto está em fase de credenciamento das empresas e responsáveis técnicos que prestarão o serviço. O coordenador do programa no Paraná, engenheiro agrônomo Herlon Goelzer de Almeida, disse em entrevista à TRIBUNA, que está havendo uma grande procura pelo programa nos escritórios municipais do IDR-PR. Segundo ele, somente na semana passada, quando foram abertas as inscrições, mais de 2,4 mil produtores foram aos escritórios do IDR no Paraná para se inscreverem para ter sua própria energia. “Com certeza este será o maior programa da história da Agricultura do Paraná”, prevê.

O programa abriu dois editais. Um deles para empresas integradoras de energia solar, já são 217 cadastradas até o momento. O outro edital é na modalidade biogás/biometano, com 10 empresas cadastradas e duas já homologadas. Os habilitados terão as atribuições de elaborar e executar projetos técnicos, prestar serviços de instalação e realização de assistência técnica em sistemas de geração de energia solar e biogás para produtores rurais, empresas rurais, cooperativas agropecuárias, entre outras organizações do campo.

“Os produtores têm procurado muito a energia limpa”, afirmou Almeida, ao lembrar que atualmente a energia rural tem subsídios que chegam a 60% do seu valor. No entanto, o Decreto Federal número 9.642/2018 eliminou esse tratamento especial aos produtores rurais e a subvenção será retirada totalmente até 2023. “Além disso, temos uma crise hídrica agravada pela bandeira vermelha. Então os produtores rurais, conhecedores de tudo isso, sabem que a única saída para o agro, em especial no Paraná, é produzir a sua própria energia”, disse.

O agrônomo informou que o sistema de produção agrícola rural no Paraná, especialmente a avicultura, piscicultura, suinocultura e pecuária leiteira passaram a ter ao longo dos anos o sistema de produção eletrointensiva. Isto é, demanda de muita energia elétrica. “A energia elétrica é um insumo muito relevante nos processos agrícolas. Além da iluminação, interfere também no custo de produção”, ressaltou.

Almeida exemplificou que a irrigação precisa da energia para levar a água de qualidade até uma lavoura. Do mesmo modo, na produção leiteira, as ordenhadeiras passaram a ser mecânicas e não mais manuais. Depois da coleta, o leite é armazenado no resfriador, que também demanda energia elétrica.

“De forma geral, nos últimos 20 anos passou a se utilizar muitos processos que dependem de energia elétrica no sistema de produção agro”, diz. Almeida informou que o IBGE estima que o Paraná tenha em torno de 150 mil propriedades produtoras de proteína animal. Destes, cerca de 80 mil são comerciais, gerando uma grande demanda por energia elétrica para o processo de produção. “Através do projeto estamos orientando o agro do Paraná para a sustentabilidade mundial reconhecida por consumidores e pelo mundo todo”, argumentou.

Comcam

O chefe regional do IDR-PR em Campo Mourão, Jairo Quadros, comentou que na região as empresas que irão trabalhar no programa estão em fase de cadastramento no programa. A prioridade na Comcam, segundo ele, é atender produtores já beneficiados pela Tarifa Rural Noturna. São cerca de 300.

“Na região da Comcam estamos com todas as equipes do IDR capacitadas e orientadas para desenvolver o programa. Estamos comunicando os produtores e acolhendo propostas para serem encaminhadas aos agentes financeiros”, disse.

Quadros comentou que na Comcam, cerca de 80 empresas já estão cadastradas no programa com a possibilidade de fazer a instalação do sistema de energia renovável nas propriedades.

“Nossos profissionais já têm uma planilha para ajudar o produtor no cálculo inicial do valor que ele precisará investir. Ligado a isso, o produtor ainda pode compartilhar a sobra de energia com outra propriedade, inclusive da área urbana, desde que esteja no mesmo CPF”, explicou. A atividade pode ser financiada pelo Programa Banco do Agricultor.