Projeto que torna Caminhos de Peabiru Patrimônio Imaterial do PR é aprovado em dois turnos pela Alep

Foi aprovado em dois turnos de votação, por 44 votos a 0, pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), o projeto que transforma a trilha Caminhos de Peabiru em Patrimônio Imaterial do Paraná. O mesmo será votado ainda em terceiro turno pelos deputados, na próxima segunda-feira (25) para seguir ao Governador para sanção.

O projeto proposto pelo deputado e e ex-secretário de Estado do Turismo, Márcio Nunes abrange todos os ramais, incluindo a ligação do Parque Nacional do Iguaçu, no Oeste/Sudoeste, ao Litoral e Noroeste (região de Campo Mourão), em atendimento ao disposto nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal e artigo 191 da Constituição Estadual. “O debate sobre a conservação do patrimônio imaterial mostra que os processos de produção cultural são tão importantes como o patrimônio material, diz Márcio Nunes.

Para Nunes, a decretação como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado dos Caminhos do Peabiru trata-se de um projeto único, ‘repleto de história, cultura, mistério e aventura, que agora, o Governo do Paraná, os municípios e parceiros vão redescobrir’.

Apenas em sua primeira etapa, como programa de governo, a iniciativa vai beneficiar 86 cidades e 29 distritos, que contarão com uma estrutura completa, amplo trabalho de divulgação e uma extensa agenda de eventos culturais e esportivos, expedições e experiências enriquecedoras. “Tudo para atrair milhares de turistas o ano inteiro para o nosso Estado”, sustentou Nunes. Os Caminhos de Peabiru abrange um trecho de 1.550 quilômetros de extensão.

O projeto é inspirado nas pesquisas do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre os Caminhos de Peabiru, na região de Campo Mourão (Necapecam). O estudo foi coordenado pela professora Sinclair Pozza Casemiro e na monografia “O Caminho de Peabiru: Implicações em seu tombamento como Patrimônio Material e Imaterial”, do acadêmico e historiador Arléto Rocha.

Os Caminhos de Peabiru visa resgatar, proteger e fomentar o turismo e a cultura das cidades que circundam a trilha histórica. Os caminhos são ramificados e vão de Paranaguá a Peabiru (800 km passando por 30 municípios), de Peabiru a Foz do Iguaçu (450 km e 36 municípios) e de Peabiru a Guaíra com (300 km e 18 cidades).

A expectativa é que a partir do momento em que os Caminhos de Peabiru tiver infraestrutura, como portais, sinalização para o viajante, e indicações de hotéis, restaurantes, comércio e atrações no entorno, movimente a economia de cada cidade por onde passa a trilha.

Pelo projeto, o Governo do Paraná ficará responsável por toda a sinalização, pelos portais e também pela tecnologia a ser oferecida aos turistas, como aplicativos de celular. Um grupo de trabalho da Secretaria de Estado do Turismo analisará cada trecho.

O diagnóstico identificará a necessidade de sinalização, suporte de infraestrutura, apoio aos empresários para que possam se adequar para receber os turistas. Serão estudados também os setores possíveis de exploração em cada região, como a possibilidade de implantar o cicloturismo, cavalgadas, entre outros.

Os Caminhos de Peabiru

Os Caminhos de Peabiru fazem parte da milenar rota transcontinental que ligava o Oceano Atlântico ao Pacífico, atravessando o Brasil, passando por Paraná, São Paulo e Santa Catarina e Paraguai, Bolívia e Peru. A região conta com vestígios arqueológicos que ultrapassam 3 mil quilômetros, carregados de histórias, lendas e aventuras.

O percurso histórico, criado pelos índios guaranis, integra a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (Rede Trilhas) do governo federal e foi declarado Patrimônio de Natureza Cultural e Imaterial Paranaense a Rota Transcontinental Caminhos de Peabiru.

As rotas sinalizadas pelo projeto vão estimular a economia criativa, atrair turistas nacionais e internacionais, incrementar as redes de restaurantes, pousadas, hotéis, artesanato e o comércio local; estimular a saúde pelo contato com a natureza, jogos, caminhadas, cavalgadas, dentre outros eventos, inclusive, divulgação dos pratos típicos.

Da Comcam, participam do projeto as cidades de Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Corumbataí do Sul, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre D’ Oeste, Roncador e Ubiratã.