Quatro cidades da Comcam comemoram 61 anos no domingo

Os municípios de Barbosa Ferraz, Iretama, Fênix e Moreira Sales comemoram neste domingo (25), 61 anos de emancipação político administrativa. A exemplo de 2020, este ano, devido à pandemia de coronavírus (Covid-19), seguindo os protocolos de biossegurança, os prefeitos não farão qualquer programação festiva.

Em Barbosa Ferraz, para não deixar a data passar em branco, o prefeito Edenilson Miliossi (Cidadania), informou que está preparando um livro sobre os 61 anos do município, resgatando fatos históricos e o trabalho dos pioneiros e prefeitos que já passaram pela cidade, tornando Barbosa Ferraz o que é hoje. A obra será lançada no fim deste ano.

Miliossi disse que ele e a sua vice-prefeita, Lucinette Sanches (PSD), estão durante toda esta semana visitando as comunidades. Além disso, a administração fará a distribuição de 5 mil bandeiras do município às escolas e comércio em geral que serão enfeitados. São bandeiras de 30 por 40 centímetros. “Estamos percorrendo toda a cidade e igrejas, pedindo orações para nossa cidade. Em respeito às vítimas da pandemia não faremos comemorações”, destacou.

No domingo de manhã, aniversário da cidade, coincidentemente Dia de São Cristóvão, haverá a benção de carros na Igreja Matriz do município e uma missa de ação de graças aos 61 anos de Barbosa Ferraz. “Nestes 61 anos da cidade destaco os trabalhos dos pioneiros e de todos os ex-prefeitos que passaram por Barbosa Ferraz. Foi um início difícil. Cada um fez sua parte e estamos dando sequência aos trabalhos”, frisou Miliossi.

O gestor destacou que a cidade é um canteiro de obras. “Temos pavimentação asfáltica, recape, reforma do hospital, capela mortuária, construção de galerias, reformas de escolas. Investimentos que vão refletir em mais qualidade de vida à população”, falou, ao comentar que a proposta da administração é ampliar o ensino construindo novas escolas na cidade.

Iretama

Em Iretama, o prefeito Same Saab (PSD), também informou que não haverá programação festiva. “No momento, por respeito às famílias que perderam seus entes queridos e pela própria pandemia, não vamos ter comemorações”, ressaltou.

Same comentou sobre os avanços do município nestas seis décadas de existência. “Hoje o município tem vida própria. Temos várias alternativas econômicas. Na agricultura, não dependemos apenas da monocultura, temos diversificação, como bicho da seda, pecuária leiteira, entre outras. Nosso comércio também está cada vez mais forte”, disse.

O prefeito lembrou que a cidade tinha uma população rural bastante grande que vivia de plantio de algodão e café. “Com a crise algodoeira e do café houve uma concentração grande de terra. As propriedades que eram muitas reduziram significativamente. Com isso as pessoas começaram a vir para a cidade. Iretama inicialmente era o centro e na periferia se formaram quatro a cinco favelas”, relatou.

Segundo Same, com o passar dos anos a cidade evoluiu. Obras importantes foram feitas, melhorando a qualidade de vida da população. “Todo mundo que passou pela cidade teve sua contribuição, cada pioneiro, cada prefeito”, reconheceu. O gestor acrescentou que hoje o principal desafio é manter os jovens na cidade. “Para isso, temos que ter geração de emprego e renda. Esta é uma das nossas grandes preocupações”, falou, ao cobrar mais atenção dos governos Estadual e Federal aos pequenos municípios.

Fênix

Para o aniversário da cidade não passar em branco, em Fênix a administração municipal celebrará uma missa no domingo (25), às 9h30 na paróquia Divino Espírito Santo. Terá transmissão ao vivo pelo Facebook da prefeitura.

História de Barbosa Ferraz

A colonização da região onde se encontra o município de Barbosa Ferraz começou por volta de 1948, quando a Empresa Colonizadora iniciou a comercialização dos lotes rurais e urbanos. A partir da década de 1960, o cultivo da menta deu destaque nacional e internacional para a cidade.

O município possui um diversificado parque industrial e um comércio bem variado. Criado através da Lei Estadual nº 4245 de 25 de julho de 1960, e instalado em 15 de novembro de 1961, foi desmembrado de Campo Mourão. Possui uma área de 538,621 km². Sua população estimada em 2010 (último censo) era de 12.653 habitantes, sendo 6.366 homens e 6.287 mulheres.

Histórico de Iretama

Iretama foi fundada em 1954 e elevada à categoria de distrito administrativo em 3 de maio de 1955, de acordo com a lei 4.472 pertencendo então ao município de Campo Mourão. No dia 25 de julho de 1960 pela Lei 2.245 foi transformada em município, cuja instalação se deu no dia 10 de novembro de 1961.

O município de Iretama situa-se na região Centro-Oeste do Estado, limitando-se ao norte com Barbosa Ferraz e Godoy Moreira, ao sul com Roncador, ao leste com Nova Tebas e ao oeste com Luiziana. Possui área territorial de 56.776 hectares ou 23.461 alqueires. A atual população do município é de 10.622, sendo 10.259 eleitores.

Histórico de Fênix

Em 1942, a região onde se encontra o município de Fênix já possuía alguns sítios e fazendas com produção cafeeira e lavoura de hortelã. Em 1949, o pioneiro, que possuía as terras, elaborou um projeto de colonização e formação de uma cidade à qual denominou Fênix. A boa localização aliada à qualidade das terras propiciou um acelerado desenvolvimento.

Em Fênix está localizado o Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo que contém as ruínas de Vila Rica tombadas pelo Patrimônio Histórico em 1948. Criado através da Lei Estadual nº 4245 de 25 de julho de 1960, foi desmembrado de Campo Mourão. Possui uma área de 234,098 km² representando 0,1175 % do estado, 0,0415 % da região e 0,0028 % de todo o território brasileiro. Conforme o Censo 2010 a população de Fênix, é composta por 2.398 homens e 2.404 homens.

Histórico de Moreira Sales

Fundada em 1960, Moreira Sales tem uma população estimada em 12.709 habitantes. Nos anos de 1950, muitas famílias circulavam pelo Paraná à procura de terras para comprar. João Moreira Salles comprou terras na região onde hoje se localiza o município, com o intuito de cultivar café. Primeiramente enviou exploradores ao local, entre eles, Eurydes Romano, Hélio Moreira Salles e José Carlos Moreira Salles. O trabalho de derrubada da mata começou na Fazenda Moreira Salles.

Hélio Bittencurt, Thelen e João Ducini foram os engenheiros que projetaram a cidade. Em 1953, João Moreira Salles fez a primeira visita às suas terras. A fazenda apresentou um grande desenvolvimento e, em 14 de dezembro de 1953 foi elevada à categoria de Distrito Judiciário, na comarca de Campo Mourão. Em 25 de julho de 1960, com a Lei Estadual nº 4.245, o município de Moreira Salles foi criado, desmembrando-se dos municípios de Goioerê e Campo Mourão.

Barbosa Ferraz já foi reconhecida nacionalmente como capital da menta

Quem vê Barbosa Ferraz hoje, com 12,6 mil habitantes, segundo último censo do IBGE de 2010, jamais imagina que a cidade chegou a ter seus 78 mil habitantes até meados da década de 70. Atualmente, a economia do município gira em torno da agricultura. Porém, há algumas décadas, sua base econômica era a hortelã.

Barbosa chegou a ficar mundialmente conhecida como a capital da menta. Segundo registros, o cultivo de hortelã se expandiu na cidade após uma forte geada em meados de 50. As plantações de café, até então predominantes na região, foram completamente destruídas. Iniciava-se um novo ciclo. O da “era” da hortelã.

Pioneiros ouvidos pela TRIBUNA afirmam que o município viveu seu auge naquele período. De carroças, trator, e caminhões, transportavam a hortelã até os alambiques. Da planta se extraia o óleo, utilizado principalmente na indústria farmacêutica e para refrigeração de motores e turbinas de aeronaves.

O líquido era levado a Presidente Prudente (SP). De lá seguia mundo afora. Grande parte do óleo era destinado para exportação. Embora o ciclo da hortelã tenha durado por apenas cerca de 25 anos, foi grande a quantidade de dinheiro movimentada na cidade. Fortunas, segundo pioneiros.

Segundo informações, a cidade chegou a ter mais de 100 alambiques de hortelã. A produtividade era alta. A safra era colhida a cada 90 dias. Em termos de produção, segundo os pioneiros, cada colheita rendia em média 40 mil litros de óleo. O litro do produto chegou a custar R$ 130 cruzeiros, um bom dinheiro para a época.