Roncador conclui construção de barracão para implantação do projeto ‘Lixo 5.0’

O município de Roncador concluiu a execução das obras de construção do barracão que abrigará os equipamentos do projeto Lixo 5.0, programa da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest). A estrutura foi edificada junto a usina de reciclagem José Goulart Alves, na saída para Mato Rico. A previsão é de que os equipamentos sejam entregues na primeira semana de agosto ao município para que o programa entre em operação. 

Quatro municípios – Mato Rico, Roncador, Iretama e Nova Cantu-, formalizaram um consórcio para participar do projeto-piloto que avaliará a tecnologia para tratamento de lixo. Caso a iniciativa apresente bom desempenho promoverá a redução de até 97% dos resíduos, que hoje são destinados integralmente a aterros sanitários.

“Estamos buscando maneiras mais sustentáveis de gerenciar os resíduos no Estado. Os aterros, ainda necessários na grande maioria dos municípios, acabam por prejudicar o meio ambiente”, falou o secretário do Desenvolvimento sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, ao anunciar o projeto aos municípios.

Será instalado no município de Roncador, dois reatores piloto de Termomagnetização (com capacidade de 10 toneladas cada um), que durante o período de estudo de até 6 meses tratarão todo o lixo comum do município, e também dos municípios vizinhos de Nova Cantu e Iretama. Pelo projeto, os materiais recicláveis continuarão seguindo seus processos normais dentro dos municípios, sendo encaminhados regularmente às associações e cooperativas de recicladores.

A iniciativa é uma parceria entre a Sedest, Instituto Água e Terra (IAT), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), a empresa detentora da tecnologia, e os quatro municípios, com o acompanhamento do Ministério Público do Paraná (MPPR).

Durante o teste de 6 meses, os municípios irão administrar e monitorar o processo. “Ao final desse projeto-piloto, após resultado positivo e significativo, temos interesse de fechar uma parceria para dar sequência no trabalho, mantendo a tecnologia no município. Estamos ansiosos e poderemos levar a ideia para mais municípios”, disse o prefeito de Roncador, Vivaldo Lessa, quando o projeto foi anunciado para as quatro cidades.

O programa
A destinação final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) ainda se resume, em quase todo o território brasileiro, ao simples amontoar ou enterrar os resíduos, o que conflita com a atual Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida pela Lei nº 12.305/2010.

A Sedest possui seis grandes programas para melhorar a gestão dos resíduos sólidos no Estado: Consórcios Regionais, Compra de Resultado, Eu pago pelo meu lixo, Contabilizando Resíduos, Logística Reversa e o Lixo 5.0.

O programa “Lixo 5.0” visa implantar em municípios paranaenses projetos-piloto de novas tecnologias de tratamento de resíduos sólidos, desde separadores mecânicos, tratamentos mecânico-biológicos, até as rotas térmicas com geração de energia.

O programa busca apresentar às cidades paranaenses algumas alternativas ao não aterramento de resíduos, como os tratamentos térmicos, processos esses que utilizam o calor como forma de recuperar, separar ou neutralizar determinadas substâncias, ou reduzir a massa e volume presentes nos resíduos, ou ainda produzir energia térmica, elétrica ou mecânica; e também os tratamentos mecânico-biológicos, que visam reduzir à atividade biológica da fração orgânica no lixo doméstico de tal forma que sejam muito pequenas as quantidades de gases geradas no aterro, além de reduzir a quantidade de poluentes.

O objetivo da Sedest com esse programa em específico é identificar e avaliar as boas tecnologias para recomendar aos municípios o uso com maior segurança e menor risco. “Existem muitas alternativas tecnológicas, desde as prioritárias relativas à reciclagem e reúso, até a destruição com geração de energia. As tecnologias não competem entre si, elas são complementares e todas necessárias, cada qual em uma determinada situação”, explica o coordenador de Projetos Sustentáveis da Sedest, Charles Carneiro.