Advogado eleito para o 1º mandato quer acabar com diárias da Câmara

No que depender do vereador eleito Márcio Berbet (PP), no próximo mandato os vereadores de Campo Mourão não terão direito a utilizar diárias para pagar cursos e viagens. Eleito para o primeiro mandato com 754 votos, ele defende uma Câmara mais econômica. “Além das diárias vou propor também o fim do pagamento com dinheiro público das linhas corporativas de telefone celular para os vereadores”, avisou.

Berbet, que é advogado e foi procurador geral do município na gestão da ex-prefeita Regina Dubay, também defende para o vereador a mesma regra para prefeito no que se refere a reeleição. “Penso que pode ser reeleito apenas uma vez e depois se quiser continuar na política busque o cargo de prefeito ou deputado”, argumenta.

Nascido em Campo Mourão em 1973, Márcio Berbet é formado em Direito e advoga há 21 anos. Membro da Igreja Palavras de Curam, ele também é proprietário de duas barbearias na cidade. Casado com Michele, tem uma filha de 15 anos.

Quais suas projeções para exercer seu primeiro mandato no Legislativo Municipal?
Como disse na campanha, quero fazer uma gestão de economia. Como a Câmara legisla e fiscaliza, não existe porque ter tanto gasto em estrutura e administração. Vou propor o fim do pagamento de linhas telefônicas de celulares corporativos e de diárias para vereadores.

Está ciente que encontrará resistência?
Com certeza. Nem mesmo num casamento, que são só duas pessoas, há consenso. Imagine num parlamento com 13 pessoas com temperamentos e ideias divergentes. Mas vou defender com a fundamentação jurídica e legal e principalmente visando o princípio da moralidade e economia dos recursos públicos.

Poderá colocar seu nome para presidência da Câmara?
Somos em quatro vereadores eleitos pela nossa base política e entre nós houve consenso para o meu nome. A gente não pode deixar de colocar, mas vamos conversar, com certeza haverá outros candidatos.

Poderá abrir mão numa eventual composição para apoiar um candidato da base do prefeito?
Não vejo isso como impossível, porque política é a arte de conversar, de articular. Outras pessoas podem fazer parte da mesa, das composições. Nunca se pode falar na política que não vai dialogar. Gostaria muito de ser presidente, mas somos em quatro numa Câmara com 13. Então não temos maioria dos votos.

O senhor fará oposição ao prefeito?
A campanha eleitoral acabou. Sou a favor dos cidadãos de Campo Mourão e se o prefeito for a favor do cidadão, terá meu apoio. E quando ele errar também não farei aquela oposição de politicagem. Toda autoridade é constituída por Deus e se o Tauillo está lá é porque teve a maioria dos votos, eleito democraticamente. Mesmo que não concorde é preciso ter respeito e é possível sempre conversar com inteligência, com ética.

O eleitor mourãoense reelegeu o prefeito e renovou bastante a Câmara. Qual o recado das urnas?
O recado é que a Câmara precisava de renovação, de uma oxigenação. Tinha algumas pessoas ali que estavam fazendo da política talvez uma profissão, mesmo agindo de boa fé, atuando com trabalho. E as pessoas entenderam que a mudança é necessária.

Então o senhor é contra a reeleição no Legislativo?
Na campanha já disse que a mesma regra para prefeito deve ser aplicada para vereador. Todo vereador, se fez um bom trabalho, deveria ser reeleito uma vez e depois, se quiser, que lance para prefeito ou deputado. Vários mandatos seguidos não é interessante.

Qual o principal desafio para Campo Mourão na próxima gestão?
Campo Mourão tem que deixar de ser tratada como cidade pequena. Temos que melhorar o trânsito, voltar os olhos à educação e saúde dos autistas. Temos muitos espaços públicos que merecem mais atenção, talvez por meio de parceria público-privada. E a saúde sempre será um problema difícil de enfrentar e ainda temos a pandemia. Temos que buscar soluções inteligentes e procurar atrair indústrias para fomentar a economia.