Campo Mourão tem obra de Fernando Calderari, que morreu nesta terça

A cultura do Paraná perdeu nesta terça-feira (14), um dos seus maiores mestres. O artista Fernando Calderari morreu aos 82 anos, segundo familiares, de causas naturais. Nascido na Lapa, Calderari transitou pela pintura, desenho, gravura e escultura com ferro.

O artista também deixou sua marca em Campo Mourão. Conforme lembrado pelo historiador Jair Elias dos Santos Junior, na praça Bento Munhoz da Rocha Neto, mais conhecida como “praça do Fórum”, é assinado por ele o monumento de aço inox, alusivo ao lançamento do Plano Nacional de Conservação de Solos.

Inaugurado em 4 de setembro de 1976, em solenidade com a presença do ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, do governador Jayme Canet Júnior e do prefeito de Campo Mourão, Renato Fernandes Silva. A obra, que também teve participação do artista João Osório Brzezinski, tem uma forma largamente curva, que simboliza uma enorme lâmina a “ferir” a terra. Num dos lados há uma grande rachadura, representando a erosão do solo. No outro lado curvas de níveis, representando a melhor solução para o escoamento das águas.

“Na década seguinte, retomou a linguagem figurativa encaminhando-se em direção ao que seria a sua marca: as inconfundíveis paisagens marinhas. Professor de várias gerações, artista premiado, Calderari ficou conhecido internacionalmente pelos retratos de suas marinas”, relata Jair Elias.

Sua trajetória conta com inúmeras exposições individuais e coletivas e participação na VII Bienal de São Paulo, assim como obras em importantes coleções de museus do Brasil e diversos países, como Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Inglaterra e Suíça.

“A arte é a expressão mais básica para a cultura de uma nação. Em todos os aspectos: música, teatro, dança, ballet, até o cinema. Tudo isso faz parte da cultura de um indivíduo. Então, é o retrato vivo de uma nação”, afirmou durante entrevista, em 2014, à Televisão Paraná Educativa.