Campo Mourão terá mais três associações de moradores

Mais três bairros de Campo Mourão vão oficializar a instalação de associações de moradores a partir de fevereiro. Segundo a União dos Presidentes das Associações de Moradores (Uprescam), Lineo Quadros, lideranças dos bairros Cidade Alta 2, Sol Nascente 1 e 2 e Novo Centro procuraram a entidade para ajudar com a documentação. 

Com as três novas, a cidade terá 48 associações legalmente constituídas. Para criação de uma  associação, o bairro (ou bairros que farão parte dela) tem que ter pelo menos 30 por cento dos imóveis com moradias.  “Tem alguns bairros onde as associações estavam inativas. No Jardim Pio XII, por exemplo, estamos tentando recuperar a associação e eleger uma diretoria”, explica Lineo. 

A associação do Conjunto Arnaldo Bronzel, instalada há mais de um ano, também procurou a Uprescam para encaminhar a documentação para torná-la de utilidade pública municipal.  O bairro Cidade Alta 2, que integrava a Associação do Jardim Cidade Nova, decidiu criar a própria associação. “O pessoal do bairro é organizado e a associação já é atuante, com a execução de várias ações e até arrecadação de mensalidade”, enfatiza o presidente da Uprescam. 

Na eleição municipal do ano passado, 14 presidentes de bairros disputaram a eleição para vereador em Campo Mourão. Apenas um deles foi eleito. Trata-se de Amilton Gomes de Souza, do Jardim Cidade Nova. Pelos cálculos da Uprescam, esta foi a primeira eleição com tantos candidatos representantes dos bairros. Na história recente do Legislativo Municipal, apenas sete presidentes de associações exerceram mandatos de vereadores.

Desafios

Segundo Lineo, a maior dificuldade enfrentada pelas diretorias das associações é a falta de interesse das pessoas nos assuntos do próprio bairro. “O presidente assume a diretoria empolgado, mas convoca reunião aparecem duas, três pessoas. Aí vai desanimando”, analisa Quadros, que preside a Uprescam desde sua criação, em 2008, quando a cidade tinha apenas 13 associações.

Além do desinteresse da comunidade, as diretorias também esbarram na burocracia e até despesas que envolvem a formalização e trabalhos da entidade. “É um serviço voluntário em que especialmente o presidente tem despesas. Se quiser cobrar um real que seja de cada morador do bairro para o caixa da associação, as pessoas não pagam”, pondera Quadros, que procura incentivar os presidentes a organizarem eventos e promoções para arrecadação de fundos.

Uma vez formalizada com CNPJ, a entidade tem que prestar contas anualmente à Receita Federal, mesmo que não tenha movimentação financeira. “Tem presidente com três ou quatro mandatos que querem entregar o cargo mas não aparece ninguém no bairro interessado. Aí tem que reunir a diretoria e lavrar uma ata para prorrogar. Tudo isso são entraves que as associações enfrentam”, acentua.