Campo Mourão terá neste sábado a 6ª Caminhada de Conscientização ao Autismo

O Dia Mundial do Autismo – domingo, 2 de abril – será lembrado em Campo Mourão neste sábado, 1º de abril, com a 6ª Caminhada de Conscientização ao Autismo. O evento é organizado pela Associação dos Amigos Autistas de Campo Mourão (AACMA). Mais de mil participantes são esperados para o movimento, que terá início às 9 horas, com concentração na Praça da Catedral São José. Abril é o mês de conscientização ao autismo.

A caminhada passará pelo comércio da área central. As crianças serão acomodadas em um trenzinho para o trajeto. Os participantes estão convidados a se vestirem com a camiseta da associação ou roupas azuis, cor que simboliza o autismo (não é obrigatório). No dia da Caminhada, a AACMA estará vendendo camisetas da associação. Os recursos serão revertidos em prol de ações da entidade, que é formada por voluntários.

A médica nefrologista Anneliese Ruch Salmeron, voluntária da causa, membro da diretoria da AACMA, explica que o objetivo da caminhada é divulgar informações sobre o autismo conscientizando a população quanto ao preconceito em relação ao transtorno e também alertar quanto ao diagnóstico precoce para tratamento. Durante a caminhada será feita a distribuição de panfletos explicativos sobre o tema.

“É uma campanha importante que acontece a nível nacional e mundial. Várias cidades farão esta caminhada durante abril, o mês do autismo”, frisou Anneliese, ao comentar que a Associação está retomando o evento este ano após a paralisação por dois anos em decorrência da pandemia da Covid-19. “Estamos voltando este ano. É importante que a população participe conosco”, pediu.

A Caminhada deverá reunir autistas, pais dos autistas, grupos de motociclistas, ciclistas e igrejas, profissionais da Saúde, Rotarys, escolas, faculdades, sociedade civil organizada e a população em geral. “Nosso principal objetivo é levar informações sobre o autismo ao conhecimento de mais pessoas para ajudar estas pessoas [autistas] a vencer o preconceito que ainda é grande na sociedade. Através da mobilização, queremos também chamar a atenção da sociedade para o número crescente de diagnósticos, no sentido de que possa haver um movimento de inclusão dessas pessoas [com autismo]”, falou Anneliese, ao comentar que ‘não é fácil para nenhuma família conviver com um autista isolado’. “A gente precisa inseri-los na sociedade. E para isso precisamos do apoio da população. E só com informação vamos conseguir isso”, complementou.

A médica alertou que muitas vezes o preconceito começa pela própria família pelo simples fato de os pais não aceitarem o diagnóstico de um filho com espectro autista. “Não é fácil. É uma mudança totalmente diferente que você tem que ter: terapias, rigidez em rotinas dentro de casa, é difícil ir a uma viagem, à igreja e até mesmo à escola. Ou seja, lida com o sofrimento da família. Não aceitar o diagnóstico torna o processo ainda mais doloroso”, observou Anneliese. A médica informou ainda que existem vários graus de autismo. O grau leve ou moderado, quando o diagnóstico é descoberto precocemente, tem grandes chances de a pessoa se tornar independente.

Autismo

O autismo é um distúrbio complexo. Tem causas diferentes, diversos sintomas que variam conforme a idade, e pode se manifestar em graus radicalmente díspares. Sobre as causas, a ciência ainda sofre para determiná-las com exatidão. Pesquisas antigas e numerosos estudos recentes apontam para o componente genético como uma das principais origens da doença, embora possa ser provocada por encefalites e infecções virais.

Atualmente, os tratamentos para autismo se baseiam em medicamentos e atividades pedagógicas. Os remédios são importantes nos casos mais graves porque as crianças são agitadas e costumam se auto-agredir. No aspecto pedagógico, há algumas técnicas que permitem um desenvolvimento cognitivo para favorecer a autonomia e a aprendizagem.

Quanto mais cedo melhor

Uma em cada 110 crianças tem autismo, para 4 meninos como problema, há 1 menina na mesma condição. Em geral, o diagnóstico é feito por volta dos 5 anos. O ideal é que a doença seja identificada até os 3 anos. Graças aos avanços no diagnóstico e tratamento, 30% dos autistas hoje se tornam adultos independentes – na década de 50, esse contingente chegava no máximo, a 10%

Sinais que eles dão

Aos 3 meses – o bebê não demonstra interesse pela voz humana. Prendem sua atenção, estímulos repetitivos, como o movimento das pás de um ventilador; de 4 a 6 meses – a criança autista pode apresentar dificuldade em distinguir a voz dos pais. Raramente encontra conforto no colo da mãe e estabelece pouco, ou nenhum, visual enquanto mama. Dorme pouco ou inverte o ciclo do sono; aos 9 meses – dar tchau pode ser comum para a maioria das crianças, mas o bebê autista tem dificuldade de imitar gestos. Normalmente, ele só consegue depois de muito estímulo dos pais. É indiferente a pessoas estranhas ao convívio familiar.