Clima favorece e plantio do trigo avança na região
Com as chuvas dos últimos dias, o plantio do trigo avançou significativamente na região de Campo Mourão nesta semana. Relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão, órgão vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab), a semeadura atingiu 59% dos 100 mil hectares.
Os dados são referentes ao boletim semanal divulgado pelo escritório regional na terça-feira (28). Ou seja, os números já devem ter superado aos divulgados. Conforme o Deral, a estimativa de produção para a safra 2023/2024 de trigo é de 280 a 320 mil toneladas do grão.
Da área plantada, 55% estão no estágio de germinação, 43% em desenvolvimento vegetativo e 2%, floração. O boletim informa também as condições das lavouras com 54% das áreas em bom estado,37% (médias), e 9% (ruins). O clima frio e mais seco está contribuindo para o desenvolvimento da cultura.
A título de Paraná, conforme informou o engenheiro agrônomo, Carlos Hugo Winckler Godinho, da Divisão de Conjuntura Agropecuária do Deral, o plantio de trigo avançou significativamente também no Estado chegando a 59% da área projetada em 1,12 milhão de hectares. “A volta das chuvas na região mais quente do Paraná favoreceu os trabalhos, que estavam atrasados, e estes devem avançar ainda mais nos próximos dias, se normalizando”, observou.
Segundo o agrônomo, na parte mais fria do Estado, onde o zoneamento indica plantios mais tardios, os trabalhos devem acelerar em ‘breve’, considerando a boa disponibilidade hídrica da região neste último mês. Ainda de acordo com Godinho, algumas lavouras tiveram germinação desuniforme, ou plântulas mortas pela falta de umidade, ele estima que 4% das áreas já semeadas apresentam condições ruins. “Porém, há possibilidade de se obter uma produção de 3,7 milhões de toneladas caso o inverno e o começo da primavera apresentem condições climáticas favoráveis”, acrescentou.
O Departamento informou ainda que a expectativa para o trigo continua de alta, com previsão de se colher 3,8 milhões de toneladas, ultrapassando em 4% os 3,6 milhões de toneladas da safra 2022/23, mesmo com a diminuição da área de 1,42 milhão de hectares para 1,12 milhão de hectares (21% a menos). “O desenvolvimento [das áreas semeadas] é bom para 82% das sementes que já estão a campo”, frisou Godinho.
Milho
No caso da segunda safra de milho, que ainda está no campo, a previsão inicial era de que o Paraná pudesse colher 14,7 milhões de toneladas. No entanto, a nova estimativa aponta para 13,2 milhões de toneladas. A colheita, que normalmente iniciava em junho, já está em andamento com 4% dos 2,4 milhões de hectares retirados do campo.
Na região de Campo Mourão, a colheita atingiu nesta semana 11% dos dos 338 mil hectares. Na Comcam, o Deral estima uma produtividade de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas do cereal. “As consequências do calor bastante forte do início do ciclo devem ser observadas à medida que a colheita for evoluindo, com tendência de queda na produção”, ponderou Edmar Gervásio, analista da cultura no departamento. Do milho que está em campo, cerca de 51% podem ser considerados em condições boas, 32%, médias e 17% em situação ruim. “Isso é um indicativo de produção menor”, disse Gervásio no boletim conjuntural semanal. Ele acrescentou que o milho foi plantado mais cedo em razão da antecipação na cultura da soja.
