Saúde reforça atenção para diagnóstico da hanseníase
Maio encerra nesta sexta-feira (31). É o mês de Conscientização sobre a Hanseníase. No entanto, os cuidados devem ir além deste período. Com isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) chama a atenção de toda a população para o enfrentamento da doença, com destaque para a importância do diagnóstico precoce, tratamento e a luta contra o preconceito. O Brasil está em segundo lugar em número de casos de hanseníase, sendo o Paraná o estado da região Sul com maior incidência. Mais de 725 pessoas realizaram o tratamento da doença em 2024.
No Paraná, a Sesa mantém ações estratégicas e permanentes para prevenção, diagnóstico oportuno e tratamento da doença, além do enfrentamento ao estigma e à discriminação. Entre elas, o Telediagnóstico em Dermatologia, operacionalizado pelo Núcleo Estadual de Telessaúde.
As lesões de pele são fotografadas no âmbito das unidades da Atenção Primária à Saúde, com o auxílio do dermatoscópio, equipamento que aumenta a qualidade da imagem e possibilita fazer a análise diferencial de lesões malignas. Elas são avaliadas pelo médico especialista que emite o laudo da imagem em até 72 horas, o que agiliza o diagnóstico e o início do tratamento.
“O tratamento é oferecido gratuitamente pelas unidades de saúde do SUS, mas, se a doença não for tratada, há riscos de transmissão e sequelas que podem levar a incapacidades permanentes”, explica a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.
Além disso, o HDSPR está reestruturando o setor de reabilitação com a dispensação de órteses e confecção de palmilhas e adaptadores. Recentemente, a unidade firmou parceria com o Instituto Alliance Agaisnt Leprosy que disponibilizará material, insumos e capacitação para a equipe na confecção de palmilhas e adaptadores às pessoas que tem ou tiveram hanseníase.
Após o treinamento dos profissionais envolvidos no atendimento e a entrega do material, o HDSPR espera iniciar os atendimentos no início do mês de junho. A organização, fundada em 2018, com sede na Capital, é filantrópica e com atuação internacional. O objetivo da instituição é qualificar profissionais de saúde unindo a ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase.
Há ainda a busca ativa para detecção precoce dos casos, tratamento; reabilitação; manejo das reações hansênicas e dos pacientes pós-alta; investigação dos contatos de forma a interromper a cadeia de transmissão; formação de grupos de autocuidado e ações adicionais que promovam o enfrentamento do estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.
O tratamento é realizado exclusivamente pelo SUS e a medicação é fornecida gratuitamente nas unidades de saúde, com duração de seis a 12 meses, podendo ser prorrogado até 18 meses. A transmissão é interrompida ao iniciar a medicação. A hanseníase tem cura e tratamento.
Hanseníase
Trata-se de uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais. A hanseníase tem cura desde a década de 1980 e cessa a transmissão assim que iniciado o tratamento.
Sintomas mais comuns
* Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato;
* Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores;
* Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés;
* Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos;
* Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;
* Coceira ou irritação nos olhos;
* Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.