Colheita da soja entra na reta final na região de Campo Mourão

Mesmo com as chuvas dos últimos dias que interviu nos trabalhos, a colheita da soja está em ritmo acelerado na região de Campo Mourão, atingindo até essa segunda-feira (14), 89% de sua área. As informações são da Divisão de Estatísticas do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), de Curitiba. O balanço foi divulgado nesta terça-feira (15).

De acordo com o Deral, os produtores colheram 614.642 hectares de soja de um total de 690.610 plantados. Da área restante a ser retirada do campo ainda, 65% estão em condições ruins devido a estiagem prolongada; 17%, médias; e 18%, boas. Na região, quem ainda não colheu está correndo contra o tempo para concluir o plantio do milho. Em alguns municípios da Comcam, os produtores têm até o dia 31 deste mês. Devido a baixa oferta do produto no mercado, em consequência das perdas, os preços da soja estão animadores ao produtor. A saca de 60 quilos está cotada nesta terça a R$ 198,68.

Inicialmente o Deral previa um volume de produção de 2.382.605 milhões de toneladas de soja na região de Campo Mourão. Porém, devido a falta de chuvas que comprometeu o potencial produtivo das lavouras, a produção caiu para 1.034.532 milhão de toneladas. Ou seja, uma queda de mais de 50%.

Em algumas cidades da Comcam, como é o caso de Araruna, teve produtor rural que colheu apenas 14 sacas por alqueire enquanto a expectativa era de 120 a 130. A mesma situação foi registrada na cidade de Boa Esperança. O produtor Geraldo Camilo, esperava colher entre 160 a 170 sacas de soja por alqueire, mas caiu para em média 65, uma quebra de mais de 60%.

O agricultor, que tem mais de 40 anos de atividade, disse que este está sendo o pior ano para o setor. Além da queda na produção da soja, ele disse que os produtores enfrentam incertezas também com as lavouras de milho que estão sendo implantadas, devido ao clima irregular, influenciado pelo fenômeno La Ñina. Segundo ele, se houver frustração da safra do milho como ocorreu com a soja, ‘muitos produtores vão à falência’.

Milho 1ª safra

A colheita da cultura do milho 1ª safra atingiu 70% da área regional. Em algumas cidades os trabalhos já foram finalizados. A saca de 60 quilos do cereal está cotada a 97,14.

De acordo com o Deral, os produtores colheram 14.258 hectares de um total de 20.369/há implantados. Da área restante a ser colhida, 70% estão em condições ruins; 20% (médias) e apenas 10% (boas). A previsão inicial de produção de milho na Comcam era de 142.583 toneladas, mas devido à seca caiu para 76.506.

Produção no Paraná

De acordo com última estimativa divulgada pelo Deral (estadual), ainda no dia 24 de fevereiro, os produtores plantaram no Paraná uma área de 5,64 milhões de hectares de soja. As adversidades climáticas afetaram de forma significativa a produção da primeira safra do grão, que deverá ser de aproximadamente 11,63 milhões de toneladas. Se a estimativa se confirmar, a redução será de 44,8% comparativamente ao volume estimado no início da safra, de 21,06 milhões de toneladas.

Será a menor produção dos últimos 10 anos. Todas as regiões do Estado tiveram quebra na produção, mas as maiores perdas se concentraram nas regiões Oeste – uma das principais produtoras no Estado – com redução de 2,9 milhões de toneladas; Norte, com quase 1,8 milhão de toneladas a menos; e Centro-Oeste, com quase 1,5 milhão de toneladas a menos.

Já o milho 1ª safra, a produção esperada é de 2,76 milhões de toneladas, cerca de 1,5 milhão a menos em relação à expectativa inicial, de 4,26 milhões. As estimativas indicam que o Paraná vai produzir 14,74 milhões de toneladas de grãos na safra de verão 2021/22, em uma área de 6,24 milhões de hectares. O volume é 42% menor do que o esperado no início da safra, que era de aproximadamente 25,5 milhões de toneladas. As perdas financeiras com a quebra podem ficar entre R$ 30 bilhões e R$ 33 bilhões.