Comcam tem 1.735 confirmações de dengue e passa de 3.600 casos prováveis

Novo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), aponta para a confirmação de mais 491 casos de dengue em uma semana na região de Campo Mourão, elevando para 1.735 as confirmações. A Comcam tem ainda outros 3.682 casos prováveis, que aguardam resultados de exames laboratoriais. O cenário é preocupante e deixa a Saúde em alerta.

Os 25 municípios de abrangência da 11ª Regional de Saúde somam 5.357 notificações. Há casos de dengue confirmados em 22 cidades no atual ciclo, iniciado em agosto. Terra Boa é a cidade com o maior número de confirmações na Comcam. São 975, além de 1.228 notificações. Apenas Fênix, Janiópolis e Nova Cantu ainda continuam sem pacientes infectados pelo vírus.

As confirmações por cidade, conforme a Sesa, são: Altamira do Paraná (1); Araruna (12); Barbosa Ferraz (35); Boa Esperança (69); Campina da Lagoa (14); Campo Mourão (302); Corumbataí do Sul (134); Engenheiro Beltrão (9); Farol (3); Goioerê (9); Iretama (5); Juranda (10); Luiziana (11); Mamborê (37); Moreira Sales (38); Peabiru (7); Quarto Centenário (16); Quinta do Sol (8); Rancho Alegre D’ Oeste (3); Roncador (1); Terra Boa (976) e Ubiratã (36).

Devido a gravidade da situação, Campo Mourão declarou situação de emergência após entra em estado de epidemia. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou o fumacê em oito localidades com maiores índices de infestação do mosquito Aedes aegypti. A aplicação está sendo feita nos jardins Bandeirantes, Vila Urupês, Alvorada, Novo Horizonte, Aeroporto, Santa Nilce, Aurora e no distrito de Piquirivaí.

A coordenadora de campo do setor de Endemias, Marinalva Ferreira da Luz, explica que o fumacê será realizado sempre no início da manhã e fim de tarde, quando há menos corrente de ar. “Os moradores desses locais devem se preparar, deixando portas e janelas abertas, cobrindo as gaiolas de pássaros, alimentos, proteger abelhas e trocar a água dos bebedouros de animais”, orienta.

Segundo ela, serão cinco ciclos de aplicação nessas localidades e depois serão atendidos os demais bairros. Esse sistema de combate ao mosquito transmissor é realizado mediante autorização da Secretaria Estadual de Saúde. “E é bom lembrar que o fumacê mata o mosquito alado. A única maneira de eliminar os focos é não deixar água parada”, reforça a coordenadora.

Equipes de Endemias do município têm realizado uma série de ações de combate ao mosquito, especialmente nos bairros com maiores índices de infestação. Além de eliminação de focos, os agentes notificam moradores reincidentes, que têm prazo para tomarem providências, caso contrário serão multados. “Infelizmente não estamos tendo a devida colaboração de boa parte da população, mesmo com todo o trabalho de campo e campanhas de orientação”, lamentou o secretário municipal de Saúde, Sérgio Henrique dos Santos.

Chama atenção também o elevado número de notificações para a doença nas cidades. Os números por município são: Altamira do Paraná (17); Araruna (92); Barbosa Ferraz (571); Boa Esperança (89); Campina da Lagoa (45); Campo Mourão (843); Corumbataí do Sul (659); Engenheiro Beltrão (40); Farol (34); Fênix (80); Goioerê (104); Iretama (78); Janiópolis (31); Juranda (109); Luiziana (90); Mamborê (258); Moreira Sales (73); Nova Cantu (1); Peabiru (107); Quarto Centenário (92); Quinta do Sol (100); Ranho Alegre D’Oeste (22); Roncador (27); Terra Boa (1.228) e Ubiratã (567).

Paraná

O boletim semanal da dengue registra 94.344 casos notificados, com 30.010 confirmações no Paraná. São 6.849 casos a mais, um aumento cerca de 30% em relação aos números do informe anterior. No dia 19 de abril o Estado confirmou a condição epidêmica de dengue por conta dos casos prováveis e confirmados, que estavam acima do esperado para o período epidemiológico. Diante deste cenário e do aumento dos casos, as equipes da Vigilância Ambiental da Sesa se reuniram com gestores municipais das regiões Oeste e Sudoeste para o enfrentamento do surto da doença.

Dos 369 municípios que registraram notificações de dengue, 300 confirmaram a doença, sendo que 261 deles confirmaram casos autóctones no período, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência dos pacientes. Nesta semana, não houve registro de nenhum óbito. Historicamente, os meses de março, abril e maio são os que mais são registrados os maiores números de casos de dengue no Paraná.

Cinco pessoas já morreram em decorrência da doença desde o início do período sazonal. Os óbitos foram confirmados nos municípios de Nova Esperança, Arapongas, Tapira, Matelândia e Medianeira. O primeiro deles foi divulgado no dia 15 de março.

A dengue, zika e chikungunya são transmitidas pela picada do Aedes aegypti. É necessário ficar atento a possíveis criadouros do mosquito e, assim, eliminar esses locais de risco, para evitar a propagação das doenças. É fundamental que a pessoa identifique os sintomas das arboviroses para buscar o serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequado, o quanto antes.