Comerciantes de Campo Mourão fazem carreata para pedir reabertura de lojas

Um grupo de comerciantes de Campo Mourão fez uma carreata com início às 10 horas desta sexta-feira (27) pedindo a abertura dos estabelecimentos na cidade, fechados desde segunda-feira (23) em função da pandemia de Coronavírus (Covid-19). Segundo a Polícia Militar, que acompanhou o manifesto, aproximadamente 90 veículos participaram do comboio. Os empresários querem a revogação do decreto publicado pela prefeitura (que vigora até 4 de abril) determinando o fechamento das lojas. A decisão foi tomada em conjunto com a Associação Comercial e Industrial (Acicam). 

Os manifestantes se concentraram na rua Sanhaço, próximo ao mercado Tradição, no jardim Aeroporto. Eles iniciaram a carreata com buzinaço pela Avenida Ney Braga seguindo à Avenida Manoel Mendes de Camargo, rua Mamborê, Irmãos Pereira, rua Panambi, retornando para a Avenida Capitão Índio Bandeira, até a Praça São José, onde se concentraram novamente. 

O empresário Marcos Ladeia, do setor de autopeças, um dos organizadores do movimento, ressaltou que o ato não é político e visa unicamente a volta do funcionamento do comércio local. “A situação é a seguinte: temos que abrir a cidade, desinfectar locais de maior movimento como mercados e bancos, e ter um produto para as pessoas passarem os pés antes de entrarem. É isso que agente quer. Não adianta a gente ficar parado”, falou.

Ladeia fez o seguinte pedido ao prefeito da cidade: “não perca tempo com nós aqui. Deixe a gente trabalhar e vai conseguir os leitos que o município e região precisam”, falou. Atualmente a Santa Casa, hospital referência para enfrentamento ao Covid-19 tem apenas 26 leitos, dos quais quatro já estão ocupados. Segundo o prefeito da cidade, seriam necessários no mínimo 75 para suprir a demanda. 

Com a reabertura do comércio, Ladeia comentou que cada empresa teria seu produto para desinfectar os ambientes de trabalho, entre outras medidas de prevenção ao vírus. “Não adianta a gente ficar parado vendo a coisa acontecer”, ressaltou. 

A Polícia Militar acompanhou o movimento. Segundo o aspirante oficial do 11º Batalhão de Polícia Militar, Matiskei, foram repassadas recomendações aos manifestantes para o cumprimento da legislação de trânsito. 

“Por mais que tenha o movimento legitimo é necessário que sejam observadas leis de trânsito. Nada de buzina perto de hospitais e sem falar ao celular. Nada mudou com relação ao cumprimento do nosso código de trânsito”, observou. 

Nessa quinta-feira (26), a Acicam levou a reivindicação dos comerciantes ao prefeito Tauillo Tezelli. De acordo com a Associação, um grande número de empresas filiadas à entidade está reivindicado a volta ao trabalho. “A diretoria da Acicam está em constante diálogo com a prefeitura através de seus representantes e a mesma já sinalizou que está efetuando essa reavaliação e em breve se pronunciará sobre essa demanda”, disse a entidade. No entanto, segundo informações obtidas pela reportagem, o decerto deverá ser mantido em vigor pela administração até a data prevista à primeira ordem: 4 de abril.