Criminalidade aumenta na região de Campo Mourão, aponta balanço da Sesp

Na contramão do Estado do Paraná, a 14ª Área Integrada de Segurança Pública (AIP), que abrange 15 municípios da Comcam – Altamira do Paraná; Araruna; Boa Esperança; Campina da Lagoa; Campo Mourão; Farol; Iretama; Janiópolis; Juranda; Luiziana; Mamborê; Nova Cantu; Peabiru; Roncador; e Ubiratã – teve aumento da criminalidade em 2021 ante 2020. Os dados foram divulgados pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística (Cape), vinculado à Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp/PR).

A TRIBUNA compilou dados estatísticos dos crimes apresentados no levantamento como, contra pessoa, o patrimônio, a dignidade sexual, administração pública, relatório de mortes, apreensões de drogas e demais crimes consumados. Os números estão disponíveis no site da SESP/PR e são públicos. Os delitos contra pessoa, por exemplo, tiveram um aumento de 4,19%. Em 2020 foram registrados na 14ª AIP 7.2976 ocorrências desta natureza contra 7.603 em 2021, 306 a mais. Os meses com maior número destas ocorrências em 2021 foram: novembro (770); dezembro (731); e setembro (715).

O comparativo entre os dados aponta para um crescimento ainda maior dos crimes contra o patrimônio: 18,35%. Foram 7.232 em 2020 contra 8.572 em 2021, 1.340 a mais. Em janeiro foram 676 ocorrências; fevereiro (617); março (666); abril (706); maio (689); junho (567); julho (674); agosto (717); setembro (756); outubro (799); novembro (866); e dezembro (839)

Outra situação que chama a atenção foi a elevação dos crimes contra a dignidade sexual, ocorrências que envolvem abusos, atentado ao pudor, entre outros. O crescimento foi de 6,89%, 334 registros em 2020 e 357 em 2021. Por mês, os dados foram os seguintes no período: janeiro (27(; fevereiro (28); março (30); abril (35); maio (22); junho (27); julho (27); agosto (30); setembro (37); outubro (29); novembro (44); dezembro (21).

As estatísticas trazem ainda informações sobre os crimes contra a Administração Pública. Esta modalidade, conforme os números, sofreu redução significativa: 101%. Em 2020 foram 964 ações criminosas e 863 em 2021, 101 crimes a menos. Em janeiro foram 80 ocorrências; fevereiro (68); março (76); abril (74); maio (75); junho (74); julho (73); agosto (76); setembro (65); outubro (59); novembro (65); dezembro (78).

Um comparativo sobre os demais crimes consumados (situações diversas), aponta para o aumento de 1,44%, sendo registradas pela polícia 4.088 em 2020 e 4.147 em 2021, 59 a mais. As ocorrências por mês foram: janeiro (330); fevereiro (294); março (302); abril (329); maio (347); junho (338); julho (354); agosto (406); setembro (387); outubro (343); novembro (368); e dezembro 349.

Mortes

O balanço traz também informações sobre o número de assassinatos. Foram 77 em 2020 contra 36 em 2021, conforme os dados. No ano retrasado os homicídios foram registrados nas cidades de Altamira do Paraná (1); Araruna (1); Campina da Lagoa (7); Campo Mourão (27); Iretama (2); Janiópolis (2); Juranda (2); Peabiru (2); Roncador (1); e Ubiratã (1).

Já em 2021, as mortes foram contabilizadas em Araruna (4); Campina da Lagoa (2); Campo Mourão (18); Iretama (2); Janiópolis (1); Luiziana (1); Mamborê (2); Nova Cantu (1); Peabiru (3); Roncador (1); e Ubiratã (1).

Apreensão de drogas

Já em relação ao relatório de apreensão de drogas, a quantidade por municípios é a seguinte: Campina da Lagoa (625 quilos de maconha); Campo Mourão (2.244,70 quilos de maconha; 29,56 quilos de cocaína; 0,34 gramas de crack); Juranda (589 quilos de maconha); Nova Cantu (18,70 quilos de maconha); Peabiru (340 quilos de maconha); Ubiratã (878 quilos de maconha; 13,35 de cocaína e 6,29 quilos de crack). As apreensões são referentes ao período de janeiro a setembro de 2021. Nas cidades não citadas não aconteceram apreensões conforme o balanço.

Paraná

Contrária à realidade da região de Campo Mourão, segundo a Secretaria de Segurança do Estado, os roubos reduziram em 20,08% no Paraná em 2021 em comparação com 2020. De acordo com os dados da Sesp, 59.860 roubos ocorreram no Paraná em 2018. No ano seguinte, o número caiu para 48.734, uma diferença de 11.126 crimes a menos. Em 2020, a queda continuou, contabilizando 33.238 casos e, no último ano, ficou em 26.565. O comparativo entre 2018 e 2021 indica que 33.295 roubos deixaram de ocorrer nos últimos três anos, uma redução de 55,62%.

Furtos

Segundo a Sesp, um dos desafios da Segurança Pública para 2022 será combater os furtos. O crime cresceu 11,67% em 2021 em comparação com o ano anterior, de 139.284 para 155.533. As únicas regiões que tiveram decréscimo foram na 7ª AISP (Guarapuava), com 1,14% (de 3.080 para 3.045) e a 23ª AISP (Jacarezinho) com 2,56% (de 3.287 para 3.203).

Por outro lado, algumas modalidades apresentaram redução no comparativo entre 2020 e 2021. Os furtos de veículos, por exemplo, reduziram, segundo a análise da Secretaria, de 11.995 casos para 11.576 – 3,49% menos.

A redução tem sido constante desde 2018, quando houve 17.555 furtos de veículos, caindo para 15.948 em 2019, depois para 11.995 em 2020 e com 11.576 no último ano – um acumulado de 34%. No Interior do Estado, este tipo de crime teve uma queda mais acentuada, principalmente na região de Guarapuava (7º AISP), com 28,81% (de 177 para 126). Os furtos em ambiente público caíram 3,19% no Paraná (de 21.933 para 21.234) em 2021.

Prefeitos querem mais policiais e viaturas para a região

No mês passado, prefeitos da região de Campo Mourão participaram de uma reunião online com o comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Campo Mourão, tenente coronel, Adauto Nascimento Giraldes Almeida. Na ocasião cobraram mais segurança para a Comcam. Decidiram que marcarão uma agenda oficial com o Governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), para pedir, com urgência, mais policiais e viaturas, uma das principais dificuldades da Polícia Militar para a região segundo o comando do 11º BPM.

Para se ter ideia, o batalhão necessitaria de no mínimo de 350 policiais militares. No entanto, o efetivo não chega nem a 200, conforme informações repassadas aos prefeitos. Já em relação às viaturas, o correto seria cada município ter no mínimo uma. Mas não é o que acontece. Em 14 municípios elas são compartilhadas, assim como os policiais. Ou seja, em casos de ocorrências, o militar tem de se deslocar de uma cidade a outra para atendimento.

“Hoje minha maior fraqueza é falta de efetivo”, resumiu o tenente coronel ao ser questionado pelos prefeitos. Com isso, policiais estão sendo submetidos a jornadas exaustivas. E muitos, inclusive, estão adoecendo, informou o comandante, ao ressaltar que a falta policiais atrapalha todo o planejamento de trabalho.

A atenção dos prefeitos está voltada à contratação de 2 mil policiais no próximo ano pelo Governo do Estado. Eles deverão se formar até dezembro deste ano. Apesar da defasagem de 164 policiais militares, há reivindicação do comando do batalhão de Campo Mourão que destes 2 mil, 100 se formem na escola de soldados no município para que sejam alocados na região. Os prefeitos já informaram que vão reforçar esta solicitação ao Governo do Paraná.