“Das Cartas às Escrituras”, a história do carteiro que se tornou advogado

Já está pronto para ser lançado oficialmente o livro “Das Cartas às Escrituras”, uma autobiografia do advogado mourãoense Izael Skowronski. Em 152 páginas ele relata um pouco de sua história de vida, desde quando exercia a profissão de carteiro pelas ruas da cidade, a participação na política até se tornar advogado, ofício que desempenha atualmente. O título da obra foi uma sugestão do comunicador e apresentador de TV, Alderi Ribeiro.

“Procurei escrever porque o que a gente fala o tempo apaga. Já o que está escrito fica para a história. Um dos objetivos é incentivar outras pessoas para que tenham otimismo, acreditem e lutem para transformar a vida. Por isso, além de mostrar um pouco da minha vida, também serve de auto-ajuda, um estímulo para quem vai ler”, justifica Izael.

Para sintetizar a história de onde saiu e onde chegou, Izael defende  que o sucesso de uma pessoa não pode ser medido com base onde ela está, mas de onde saiu. “Pode ser que determinada pessoa chegou num patamar até privilegiado por circunstâncias de uma herança, um prêmio de loteria, por exemplo. O verdadeiro sucesso é o que se constrói degrau por degrau, pelas barreiras vencidas. Escrevo com base na minha experiência de vida, que saí da estaca zero”, explica.

Filho de pais analfabetos, ele revela que teve uma infância bastante sofrida e tinha pena em ver os pais “desenharem” os nomes por não terem estudado. “Mas meu pai sempre me incentivou a estudar porque o conhecimento não ocupa lugar e ninguém tira. Então é nesse sentido que procuro incentivar as pessoas a despertarem para o verdadeiro sentido da vida”, sintetiza.

No livro ele relata também um episódio em que foi contemplado com um prêmio (um televisor) logo após ter feito a doação de um aparelho de TV a um amigo que estava precisando. “Quando você pratica o bem de coração aberto, você tem o retorno de uma forma ou de outra. O problema é que em geral as pessoas querem a retribuição por parte de quem foi ajudado. Quem faz coisas boas, recebe coisas boas. E vice versa”, argumenta.

Nascido em Campo Mourão em 9 de dezembro de 1966, Izael morou por 40 anos no Lar Paraná, onde estudou no Colégio Dom Bosco. Ele conta no livro que após trabalhar na agricultura, prestou o concurso dos Correios e foi aprovado. Foi entregando cartas pela cidade e participando da vida comunitária que se tornou conhecido em Campo Mourão. Ele foi catequista, presidente da UMES, do DCE da Fecilcam, do Lions Clube e da Associação de Moradores do Lar Paraná.

Foi assim que em 1996 foi eleito vereador e reeleito em 2000. Tentou novamente em 2004, mas naquele ano o número de vereadores da Câmara foi reduzido de 17 para 10 e ele ficou de fora. “Tudo na vida tem uma razão. E a razão de não ter sido eleito traçou novos caminhos na minha vida”, observa. Algumas experiências vividas na política também são relatadas no livro.

Apesar de já ter curso superior em Ciências Contábeis, Izael  decidiu fazer o curso de Direito, que concluiu em 2002. Em 2004, montou o próprio escritório de advocacia e pediu o desligamento dos Correios. Vem daí o título do livro.