Dia do Doador: Sandra, Andrey e Gustavo e a missão em comum de salvar vidas doando sangue

Neste sábado (25), comemora-se o Dia Nacional do Doador de Sangue. De acordo com o Mistério da Saúde, a data foi instituída com os objetivos de agradecer aos doadores pela ação de doar e sensibilizar a população para a importância dessa atitude. Em Campo Mourão, há exemplos que já somam mais de 30 anos de generosidade, começando dentro mesmo do centro de coleta do município, no Hemonúcleo, com a técnica de laboratório Sandra Magali Dias.

Sandra 54 anos. O tempo que se tornou doadora de sangue praticamente se confunde com o período que a servidora atua no Hemonúcleo: ‘por volta de 33 anos’. Isso porque ela passou doar regularmente quando começou a trabalhar na unidade de coleta. Tão importantes quanto Sandra, a TRIBUNA trouxe, ainda, outros dois exemplos que adotaram, voluntariamente, a missão em comum de salvar vidas doando sangue: Andrey Legnani e Gustavo Salles.

De janeiro a outubro deste ano, Hemonúcleo de Campo Mourão recebeu 5.640 doações de sangue

Desejo de salvar vidas

Sandra Dias diz que o ‘amor’ e o desejo de ajudar a salvar vidas foi o que a motivou a se tornar doadora. Ela comenta que, antes de conhecer a realidade do banco de sangue, não tinha ‘noção’ da importância dessa ação. “A gente trabalha aqui com amor. Nem com amor não sei mais falar, é com a alma, o coração”, diz.

Além de continuar atuando nos plantões do laboratório, Sandra também trabalha na captação de doadores. Faz palestras de conscientização para buscar mais pessoas para contribuir com a boa ação. Mas a profissional procura motivar os outros não apenas como uma forma de serviço. Dentro da ‘própria casa’, por vontade pessoal, a doadora também dissemina a necessidade de colaborar. “Tem um detalhe, meus filhos, genro, nora, todos são doadores”, fala, com orgulho.

Sandra é doadora assídua. Quando não tem nenhuma condição que a impeça de doar, ela segue com a atitude regularmente, na frequência máxima permitida para mulheres durante o ano, ou seja, 3 vezes a cada 12 meses. “Sempre que deu meu ‘prazinho’, eu estou doando”, ressalta, contente.

Fazer o bem sem olhar a quem

Entre as 5.640 doações recebidas no Hemonúcleo de Campo Mourão, de janeiro a outubro deste ano, conforme informado por Michele Cristine Araújo Berbet, chefe da unidade, estão os sangues dos mourãoenses Andrey Legnani e Gustavo Salles. Eles são exemplos de generosidade quando se fala em ajudar o próximo como um ato de amor, sem nem mesmo conhecer o donatário. Ambos são frequentadores antigos do centro de coleta do município e, literalmente, fazem o bem sem olhar a quem.

Legnani é advogado, tem 52 anos e compromete-se a ajudar a salvar vidas há 34 anos. Desde os 18 anos, o advogado tornou-se doador regular, comparecendo ao centro de coleta de 2 a 4 vezes ao ano. A motivação para doar veio do exemplo do pai, que também era doador. Além de contribuir com as doações, Legnani também sempre busca motivar as pessoas que estão a sua volta.

Embora nunca tenha precisado, ele sabe da importância desse ato. “Eu sou praticante de esportes radicais, de aventura, já presenciei muitos acidentes. Então, eu sei o quanto é importante o atendimento pré-hospitalar e, também, a doação de sangue para atendimentos de vítimas de acidentes, cirurgias. É algo que eu sempre carreguei comigo”, diz.

Já Gustavo Salles tem 62 anos, é aposentado e até perdeu as contas de quanto tempo é doador. Estima que já faz mais de 20 anos. “A melhor coisa que tem é ajudar uma pessoa que a gente não conhece”, comenta. A grande satisfação do aposentado é poder ajudar até 4 pessoas a cada doação. “Sou doador porque eu gosto de ajudar, principalmente a pessoa que eu não conheço”, acrescenta.

É assíduo. Diz que ele mesmo entra em contato com a unidade de coleta a cada 60 ou 70 dias para ver se já está apto e agendar uma nova data. Começou a contribuir quando trabalhava na Coamo. Na época, foi informado por colegas de que o banco de coleta estava precisando de doador. Desde então, não parou mais.

Além disso, Salles propaga a atitude generosa sempre que pode. Quando acontece algum acidente na rodovia, sempre procura buscar pessoas aptas a contribuir. “Quando eu não podia, chamava os amigos para doar”, diz. Para ele, o sangue humano é algo nobre: corre pelas veias de todos, independentemente de qualquer condição. “O importante é ajudar”, aconselha.

Hemonúcleo reforçou campanha de conscientização na semana do Doador

Segundo informações do Hemonúcleo, houve bastante procura, e o estabelecimento de coleta de sangue teve grande movimentação na semana que antecede o Dia Nacional do Doador de Sangue. De acordo com a chefe da unidade, Michele Berbet, como forma de agradecimento, foram fornecidos brindes e um lanchinho diferenciado aos doadores desta semana. Além disso, foram realizadas campanhas para reforçar a conscientização da população e região para se tornar doadora.

A média de doações este ano, conforme Michele, são 493 por mês. Já a média mensal de consumo está em 538 bolsas de Concentrado de Hemácias (CH) dispensadas por mês. Apesar disso, a equipe do centro de coleta reconhece a necessidade de mais pessoas se conscientizarem sobre esse ato de solidariedade. “A quantidade de doadores ainda é muito pouca em vista do tamanho da população de Campo Mourão”, diz a técnica de laboratório Sandra.