Historiador aponta erros em nomes de avenida e rua de Campo Mourão

Pesquisador criterioso sobre a história de Campo Mourão, o historiador Jair Elias dos Santos Junior tem descoberto alguns erros na história da cidade. Entre eles, nomes de uma avenida, uma rua e até na data de aniversário do município, que segundo ele é dia 11 e não 10 de outubro. “É urgente que o Poder Público viabilize a criação de uma comissão para promover a revisão desses equívocos históricos, evitando a perpetuação de erros”, defende.

Um dos erros está no nome da Avenida Comendador Norberto Marcondes. “Esse Norberto Marcondes nunca existiu. Quem existiu foi Norberto Mendes Cordeiro, um guarapuavano que chegou por aqui para dedicar-se a criação de gado”, afirma o historiador. Jair Elias conseguiu, inclusive, um mapa da cidade da década de 50, onde consta o nome correto da avenida. “Não sei o que aconteceu para terem mudado o nome”, acrescenta. 

Já uma das ruas no Jardim Flórida foi denominada “Visconde Luiz Botelho de Mourão”. Segundo Jair, trata-se de “Dom Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão”, patrono da cidade, mas que nunca teve o título de visconde. Em homenagem a ele foram batizados os campos descobertos pela expedição Botelhana em outubro de 1769 como “Campos dos Mourão”.

Segundo o historiador, Dom Luís pertencia à nobreza portuguesa e em 1765 foi enviado pelo Marquês de Pombal para o Brasil para reorganizar a Capitania de São Paulo, onde desenvolveu um trabalho notável. “Foi o fundador de pelo menos vinte cidades, além de ajudar a estabelecer os limites geográficos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, explica.

Pelas pesquisas realizadas por Jair Elias, Dom Luís regressou a Portugal em 1775, mas em sua vida, jamais recebeu o título de Visconde.  “Atualmente é mais difícil ocorrer esses erros porque há um estudo mais aprofundado antes de propor o projeto”, pondera, ao lembrar que na década de 50 não havia critérios bem definidos para dar nomes aos logradouros. 

Heráldica

Por iniciativa do historiador em 2005 o brasão e a bandeira de Campo Mourão também receberam correções. “A coroa do brasão era dourada e o correto era prata, já que a cor dourada só deve ser usada nos brasões das capitais”, explica. 

O estudo feito por ele foi enviado para o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, onde foi descoberto que o losango da bandeira também continha erros de heráldica. “O losango era de cor amarela, mas na heráldica o branco e o amarelo são metais e não poderia ficar metal sobre metal. Incluímos essa informação no processo, encaminhamos para a Câmara e foi corrigido”, conta o historiador. Boa parte da cidade já aderiu a nova bandeira corrigida.