Médico recebe as duas doses da vacina. Pega Covid. E tem sintomas leves

Médico atuante em Campo Mourão e Luiziana, Roberto Atumu Mizote, 61, foi pego de surpresa na última segunda-feira. Mesmo tomando as duas doses contra a Covid-19, em janeiro e, depois, em fevereiro, ele testou positivo à doença. Até aí, nenhuma surpresa. Afinal, segundo cientistas, mesmo imunizadas, pessoas ainda podem adquirir o vírus. A diferença agora é que, pelo que se sabe, os sintomas passam a ser leves, protegendo os infectados em mais de 90%. 

“Estou com um resfriado comum. Uma coriza. Pouquinha tosse, sem dor e sem febre. Também sem olfato”, disse o médico, ontem. Apresentando sintomas parecidos a uma gripe, ele decidiu fazer teste para Covid, apenas, como precaução. “Fiz só por via das dúvidas. E deu positivo”, disse. Clínico geral, Mizote trabalhou até o último domingo à noite, durante plantão no hospital. Segundo ele, os sintomas são muito leves. “Não estou sentindo absolutamente nada”, revelou.  

Em nota, a secretaria de saúde de Luiziana também informou a população sobre o estado de saúde do médico. Ele tomou a segunda dose da vacina no dia 12 de fevereiro. Após constatado positivo à Covid, Mizote se colocou em isolamento domiciliar. Pesquisadores atentam à necessidade de que, mesmo vacinada, a população continue se prevenindo com máscaras, álcool em gel nas mãos e, principalmente, evitando aglomerações.

Médico Infectologista, em Campo Mourão, Rodolfo Cesar Visoni Poliseli, explica que mesmo tomando as duas doses da vacina, ainda sim, as pessoas podem contrair a Covid. Mas de forma leve, sem levar a um quadro grave. “O imunizante protege contra a forma grave da doença em mais de 90%”, disse. Mesmo assim, ele atenta para o fato do infectado também transmitir o vírus. Por isso, a necessidade em continuar respeitando as medidas sanitárias.  

No Brasil, começam a surgir relatos de pessoas que receberam as duas doses, pegaram a doença e, ainda, tiveram complicações mais severas. Exemplo é o cantor Agnaldo Timóteo. Ele foi internado dois dias depois de tomar a segunda dose. E veio a óbito. Mas cientistas explicam. No seu caso, a infecção pode ter acontecido no período entre as duas aplicações, etapa em que as defesas do organismo ainda não estão completas. Pesquisadores dizem que, para ter efeito, o imunizante necessita de, pelo menos, duas semanas, após a segunda dose, para ser eficaz. No caso de Mizote, a Covid foi contraída 60 dias após a segunda dose. 

Médico ciclista

Dias desses, Mizote surpreendeu os pacientes e alguns moradores de Luiziana. Ele foi pedalando 22 quilômetros, entre Campo Mourão e Luiziana, até chegar ao trabalho. O médico atua na linha de frente no atendimento a pacientes com sintomas de Coronavírus na cidade. A adesão ao ciclismo, segundo ele, foi uma opção para ajudar a cuidar da própria saúde. “Eu estava obeso e queria melhorar a forma física. Depois que comecei a pedalar consegui emagrecer 12 quilos. Além disso é um esporte individual, ao ar livre, onde o risco de contágio de Covid é praticamente zero”, revelou.   

Com 37 anos de profissão, Mizote recomenda o exercício físico. “Enquanto pedala você oxigena o cérebro, fica de bem com a vida e ajuda também na parte muscular. Espero que esse gesto sirva para estimular outras pessoas”, acrescenta o médico. Durante a pandemia, o ciclismo esportivo se tornou uma das atividades físicas mais procuradas na região.