Morre padre Reinaldo Kuchla, após complicações de um AVC

Morreu na madrugada desta quinta-feira (11), o padre Reinaldo Kuchla, 58, da diocese de Campo Mourão. Ele estava internado em Maringá há quase 20 dias, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). O velório será na Catedral São José com início às 8 horas desta sexta-feira (12) e sepultamento às 11 horas, no Cemitério Municipal. A Igreja estará aberta para visitação e homenagem ao padre, mas não será permitida a permanência das pessoas dentro da igreja durante o velório. 

Padre Reinaldo foi o responsável e principal batalhador pela elevação da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Vila Urupês, a Santuário Diocesano. Desde que assumiu a paróquia em fevereiro de 1996 dizia que a meta era torná-la Santuário, o que conseguiu em 2002. Trabalhou por 11 anos na Vila Urupês, até 2007, quando foi designado para a Paróquia do Jardim Santa Cruz. Ultimamente, com a saúde bastante debilitada, ele já não estava no comando de nenhuma paróquia, apenas auxiliava na Catedral São José.

Nascido em Roncador, na comunidade rural Rio Bonito, Reinaldo Kuchla fazia parte de uma família de 10 irmãos. Aos 9 anos mudou-se para Campo Mourão. Mas desde criança sua vida foi marcada por graves problemas de saúde. Com 11 anos uma apendicite deixou-o em coma por mais de um mês. Pouco tempo depois, com uma artrite reumatóide, ficou acamado até os 16 anos. 

Em 1992, quando estava concluindo os estudos para se tornar padre em Jundiaí (SP), caiu de costas ao subir as escadas do seminário e fraturou três vértebras. O acidente deixou-o tetraplégico. Voltou então para a casa da família em Campo Mourão e com fisioterapia recuperou os movimentos e voltou a andar. No ano seguinte, voltou a Jundiaí para concluir os estudos, mas lá foi acometido de uma artrite e osteoporose. Passou por uma cirurgia de prótese do quadril e dependia dos amigos para se locomover. 

Em 1994, com reumatismo, estava numa situação considerada “gravíssima” e como já era diácono, pediu ao bispo Dom Virgílio para ordená-lo, pois queria morrer como padre. “Os padres foram muito solidários comigo em todos os momentos da minha ordenação sacerdotal, que aconteceu no dia 10 de dezembro de 1994”, contava.

Em 2009, padre Reinaldo sofreu um grave acidente automobilístico  em Campo Mourão e as previsões dos médicos era que dificilmente voltaria a andar. Três meses depois ele já estava em pé e com seis meses voltou a celebrar missas. “Acho que sou um milagre de Deus, que me colocou em pé e me ressuscitou várias vezes. Não sei se é Deus que é mais teimoso ou sou eu que sou mais teimoso que Deus”, disse ele numa entrevista ao jornalista Ilivaldo Duarte.

A vocação

O jovem Reinaldo gostava muito de ir à missa e por isso foi convidado pelo padre Jorge Wostal para ser sacristão da Catedral São José, onde também começou a participar do grupo de jovens na época. Quando decidiu ser padre, incentivado pelo bispo Dom Virgílio, estudou Filosofia e Teologia em Jundiaí (SP). 

Após sua ordenação, mesmo de muletas e colete cervical, em 1995 ele foi designado por Dom Virgílio como diretor espiritual do Seminário São José, onde trabalhou por um ano, até assumir a Paróquia da Vila Urupês. Ele também chegou a trabalhar em Farol, mas contava que por seu estado físico era rejeitado por muitos que frequentavam a igreja. “Cada um de nós deve escrever com a própria vida a história de um filho de Deus”, dizia ele.